📍 Brasil - São Paulo - SP.
TRINTA E UM DE DEZEMBRO.
QUARTA - FEIRA.
>>> Marília Mendonça.
09:17
É 31 de dezembro, e a casa da tia Jéssica em São Paulo tá um verdadeiro festival de família. Ela, com aquele coração enorme, chamou todo mundo pra virada: minha mãe, o Dagmar, o João Gustavo com a Iollanda colada nele, o Silveira com a Nayara e a Laurinha, que não para de pular de um lado pro outro.
Os amigos — Maiara, Maraísa, Fernando, Gustavo, Henrique, Analu, Iago — ficaram nas suas próprias festas, mas mandaram áudios no grupo zoando que a gente ia sentir falta do som deles.
Só a Iollanda veio, pra não deixar o João Gustavo sozinho. O Léo, meu pacotinho de amor, já tá com 16 dias, e cada dia ele fica mais esperto: mais dengoso, mais brabo quando quer, mas também mais calminho quando tá no colo.
O rostinho é uma mistura perfeita: nariz do Murilo, bochechas minhas, e aquele olhar que já derrete qualquer um.
Comecei a tirar leite com a bombinha elétrica que a Mazé me deu, e, sério, mudou tudo. Consigo armazenar pra dar na mamadeira, o que é muito prático por que se eu precisar sair, ou — quem sabe — tomar uma taça de champanhe na virada, eu posso. Hoje, acordamos cedo, tomamos café da manhã reforçado — pão na chapa com queijo derretido, suco de laranja, frutas e café. —, nós fomos pra varanda tomar banho de sol com o Léo.
Ele está só de fralda, com um chapéuzinho minúsculo que a Laurinha insistiu em colocar, e eu e o Murilo estamos sentados em cadeiras de vime, com ele no meu colo, curtindo o sol.
— Amor, esse sol tá perfeito pra ele pegar uma corzinha, né? — falei, rindo, enquanto passava a mão nas costinhas do Léo, que chutava as perninhas.
— Perfeito, loira. Mas, ó, ele já tá mais moreno que eu! — o Murilo respondeu, com aquele sorriso malicioso, ajustando o boné marrom virado pra trás. — Daqui a pouco vai ser o galã da família, roubando o meu posto.
— Galã igual o pai? — perguntei brincando, inclinando a cabeça pra ele. — Mas, sério, ele tá tão lindo. Tô amando ver ele crescendo assim, dia após dia.
— Eu também, loira. E essa bombinha de leite? Tô doido pra dar a primeira mamadeira pra ele — ele disse, com um brilho nos olhos. — Vai ser tipo um brinde pai e filho, sabe? — ele brinca.
— Vai sim! — respondi, rindo. — Ontem tirei 130ml de uma vez. Dá pra você dar pra ele hoje à noite, o que acha?
— Fechado! Mas se ele rejeitar, a culpa é sua, hein? — ele zoou, se inclinando pra me dar um selinho rápido.
— Culpa minha nada! Ele te ama, meu amor, ele vai mamar direitinho — retruquei, rindo, enquanto o Léo mexia a cabeça, como se concordasse.
A gente continuou conversando, uma conversa gostosa, falando sobre a ceia, os fogos que a tia Jéssica prometeu. O Léo já está começando a reconhecer nossas vozes e a bombinha tá sendo uma bênção.
— Sério, vida, se eu quiser tomar uma taça de champanhe na virada, agora dá! — falei, animada. — O leite tá armazenado, e você pode dar a mamadeira.
— Então tá liberado! — ele respondeu, rindo. — Mas só uma taça?
— Só, amor, agora eu sou uma pessoa responsável por uma miniatura nossa! — brinquei, revirando os olhos.
De repente, o Léo soltou um pum tão alto que ecoou na varanda. Eu e o Murilo nos olhamos e caímos na gargalhada, com ele batendo na coxa e eu segurando a barriga.
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𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶
FanficDesde cedo, a vida os marcou com a dor da perda. O pai de Marília e a mãe de Murilo faleceram quando eles ainda eram crianças, deixando em cada um um vazio que parecia impossível de preencher. O destino, porém, traçou outro caminho: a mãe de Marília...
