Capítulo 57

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Antes de vimos para casa, Didô parou em uma padaria, e lá tinha todos os sonhos deliciosos que se podia imaginar. Devorei dois e trouxe três para casas junto com algumas rosquinhas recheadas. Finalmente chegamos em casa e logo me joguei no sofá, aproveitei que Didô havia ido na cozinha beber água, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Camile.

''Vem aqui em casa, preciso de você. É urgente!'' Enviei e suspirei fundo.

-''Calma, talvez seja bobagem minha. '' Digo pra mim mesma e Didô para na minha frente.

-''Oque seria bobagem sua? '' Indagou sentando ao meu lado.

-''Nada... Vai pra boca hoje? '' Mudo de assunto

-''Não sei, quero ficar aqui com você e esse meninão. Nem acredito ainda que ele já tem quatro meses e daqui a pouco você já está de cinco. '' Olho para o lado e ele pega meu queixo. –''Oque houve? Você está estranha. '' Ele me encara com seus olhos cor de mel e eu fico hipnotizada. Sento em seu colo e passo a mão em sua nuca, o mesmo envolve suas mãos em minha cintura.

-''Eu te amo muito... Por que a nossa vida não pode ser fácil e sem problemas? '' Ele me encara sem entender arqueando as sobrancelhas.

-''Eu te amo muito e você sabe disso. Não estou entendendo oque você está dizendo por que a nossa vida está melhor impossível, sabe? '' Ele diz fazendo carinho em minha face.

-''É... '' Só consigo dizer isso. Não posso me precipitar, mas tenho medo de perdê-lo. Não quero perder Didô, não aguentaria.

Ele me encheu de beijos e depois da tortura de cocegas, levantamos para almoçar. Didô fez um estrogonofe, arroz e eu para ajuda-lo fiz a salada, oque era o mais fácil. Almoçamos e eu repeti três vezes, já não me reconhecia, essa gravidez abriu meu apetite demais.

Depois do almoço, tomei um banho e escovei os dentes, coloquei um short e uma blusa e fiquei deitada na cama olhando alguns comentários da foto que eu postei ontem, logo Didô deitou ao meu lado pondo sua cabeça na minha barriga e eu fiz carinho em seus cabelos, e o mesmo adormeceu.

Estava com o celular em mão e Camile me enviou uma mensagem ''Amiga, vou ai, ok? '' Olho para Didô que dormia tranquilamente e depois respondo Camile. ''Eu vou ai na sua casa porque Didô está aqui dormindo. '' Saio de fininho da cama e ajeito o cabelo em coque. Dou um beijo de leve em Didô e saio, calço os chinelos de dedo e desço o morro o mais rápido possível e mesmo assim sinto os olhares dos moradores sobre mim. Inferno. O lado ruim de namorar um traficante é porque todos sabem, ou seja, todos comentam e pra piorar cada passo que dou eles iram falar, não que eu ligue, mas, não gosto que cuide da minha vida.

Quando chego à casa de Camile, adentro e encontro Murilo deitado no sofá sem camisa, desvio os olhares na mesma hora e ele se levanta pegando a camisa.

-''Oi Analua, desculpa não achei que viria aqui. '' Ele diz pondo a camisa. –''Agora pode olhar. '' Ele diz rindo e eu olho para ele envergonhada.

-''Desculpa, entrei sem chamar. Enfim, a onde está Camile? '' Pergunto

-''Ah ela está lá em cima lavando algumas roupas, sobe lá. '' Ele diz e eu subo encontrando minha amiga na beira do tanque esfregando algumas roupas. Ela para e me olha enxugando as mãos.

-''Amiga oque houve? '' Várias lágrimas descontroladamente caíam sobre meu rosto e eu não conseguia evitar elas. Chorava de soluçar e minha amiga me abraçou.

-''Amiga... O Bebê... '' Não conseguia formular a frase e ela arregalava seus olhos com espanto.

-''Fala com calma... '' Respiro fundo, passo as mãos no rosto tentando controlar as lágrimas. Sento na cadeira e Camile senta na minha frente.

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