Capítulo 18

4.7K 445 15
                                    

Quando terminaram as aulas, Gustavo já veio me agarrando pelos corredores. Esse menino tem um fogo. Fomos caminhando para saída da escola, e de repente escuto Sayra me gritando.

-''Anaaaaluaaaa'' Esperei ela no portão da saída. Gustavo não me largava de jeito nenhum. Estava com seus braços em meus ombros, beijando e mordendo meu pescoço e o lóbulo da minha orelha.

-''Amigaaa, porque não respondeu meu torpedo? ''Falou fazendo biquinho.

Eu abri a boca para responder, mas, Gustavo foi mais rápido e respondeu por mim.

-''Ela é uma pessoa muito importante, por isso, não responde ninguém, né dona Analua? '' Disse me encarando.

Olhei de lado para ele e sorri. Ai senhor não aguento isso.

-''Desculpa. É que eu estava cansada demais e não deu para responder. Só vi a mensagem hoje cedo. E não, não poderei me arrumar na sua casa porque já foi difícil para o meu pai me deixar ir a essa festa e eu não quero abusar de sua boa vontade. '' Digo olhando para minha mais nova amiga.

Eu ainda nem acredito que somos amigas.

-''Esta desculpada. Poxa, queria que você fosse se arrumar lá em casa, mas tudo bem né? Não vamos abusar do Tio Osvaldo senão ele acaba nem deixando você ir. '' Ela disse dando fazendo uma carinha de triste.

-''Tio Osvaldo? han? O que eu perdi? '' Diz Gustavo olhando para nós duas.

-''É o pai da Analua, eu o chamo de Tio Osvaldo. Ele é super mara, você vai adorar conhecer seu sogro. '' Disse Sayra com uma expressão de divertimento.

Eu corei ao ouvir oque Sayra havia acabado de dizer. Deus do céu. Eu e Gustavo nunca que iria namorar... Não que eu não queira, até porque gosto dele, mas, acho que ele não é do tipo de garoto que namora.

Olhei de canto para ele e vi que ele também estava corado. Ufa, pelos menos não fui só eu que fiquei sem graça.

-''Para com isso Sayra. Tenho que ir para casa, mais tarde se veremos. '' Digo tentando quebrar o clima pesado que ficara no ar.

-''Hm, leva o Didô também. Ele é um gato e sei que ele vai adorar ir à festa... Ainda mais com você lá. '' Ela diz com um sorriso no rosto.

Vou matar a Sayra e sua língua de trapo. Olhei feio para ela. Que fez menção de olhar para mim com jeito de quem não fez nada.

-''Didô? Quem é esse ai? '' Disse Gustavo olhando para mim com um olhar desconfiado

-''Didô... É um traficante do morro a onde Analua mora. Ele parece ser bem legal, né Analua? ''

-''É sim. '' Falei um pouco sem graça.

Não queria falar do Didô perto do Gustavo. O Didô é uma pessoa especial para mim...

-''E dai? O que ele é seu Analua? Fala logo. '' Falou com tom de raiva apertando o meu braço.

Olhei feio para ele. Eu não admito que homem nenhum me machuque e com o Gustavo não seria diferente. Puxei meu braço de suas mãos.

-''O Didô é só... '' Eu não sabia o que falar oque o Didô era meu. –''Ele é meu amigo. '' Digo o encarando.

-''Amigo? Tem certeza? '' Disse chegando mais perto de mim. Colocando seu rosto quase perto do meu.

-''Ei, pode parar vocês dois sem brigas, por favor. Eu não queria causar desentendimento ao casal. Sério Gusta, ele é amigo da Analua. '' Disse Sayra parando em nossa frente. –''Gustavo esta com ciúmes é? Hmmm '' Ela disse rindo.

-''Que ciúmes oque? Ela faz oque quiser da vida dela. Só não gosto que minta para mim. '' Disse Gustavo me fitando.

Eu o encaro e reviro os olhos. Às vezes ele é insuportável.

-''Aham sei... '' Disse Sayra com o sorriso largo.

Sayra era a menina mais linda que eu já conheci. Seus cabelos eram loiros lisos e com as pontas cacheados e seus olhos eram verdes.

-''Ah já chega disso, vou indo senão perco o ônibus. Até mais. '' Despedi-me de Sayra com um beijo em sua bochecha e fui surpreendida com um abraço apertado. Ela me ofereceu uma carona, mas, recusei.

-''Mais tarde passo para te buscar. E nem vem dizer que não porque eu irei do mesmo jeito. '' Disse toda séria.

-''Ok né. Então até mais. '' Digo virando o rosto em direção ao Gustavo que olhava para o lado com uma expressão séria.

Ele nem sequer fez questão de olhar para mim, eu é que não iria se despedir de uma pessoa que não estava nem ai para mim. Fui caminhando em direção ao ponto de ônibus e o mesmo já estava chegando. Quando me virei para em direção ao portão da saída da escola vi que o Gustavo já não estava mais parado e já tinha ido. Entrei no ônibus e sentei no assento. Peguei o fone e fiquei ouvindo música. 


PÔR DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora