Didô
Acordei com a luz de fora adentrando o quarto, porra, esqueci-me de fechar a cortina. Inferno. Passo as mãos no rosto e sinto uma dor de cabeça forte, vejo no relógio que são nove horas e acabo levantando-me, vou para o banheiro pelado e abro a gaveta do armário da pia, e lá encontro alguns remédios e pego o analgésico e tomo. Escovo os dentes e tomo um banho demorado, coloco a cueca da Calvin Klein pego uma bermuda jeans e uma blusa cinza de manga curta, ponho o relógio. Passo desodorante, perfume, ajeito o cabelo e depois ponho meu boné aba reta virado pra trás, pego a carteira e a chave do carro. Desço e como alguma coisa e em seguida saio de casa com a arma na cintura. Não queria saber de Analua, eu iria trabalhar e cuidar da minha vida agora, pra mim essa historia já deu. Se ela quer ficar com o filho da puta então que fique.
Desço o morro na tranquilidade e algumas pessoas me cumprimentaram, logo chego à boca e a mesma já está movimentada. Estaciono o carro e vejo Filipe com o fuzil em mãos e os outros menores tudo armado também e tinha alguns viciados usando drogas. Avisto Lorraine e mais algumas outras novinhas e quando me aproximo Lorraine me olha incrédula.
-''E ai tudo tranquilo? '' Digo e Filipe assentiu.
-''Qual é parceiro achei que tu nem iria trampar hoje, tá ligado? '' Filipe diz e eu não entendo o porquê ele disse isso, apenas balanço a cabeça e faço um toque com ele. Filipe é o meu amigo desde quando cheguei aqui, ele e alemão foram meus amigos pra caralho nessa porra.
Lorraine me encara sem entender e eu olho feio para a mesma, não estou de bom humor hoje se alguém vier de graça para o meu lado hoje é capaz de matar um. Quando estava atravessando o portão, Lorraine comentou algo com suas amigas.
-''Coitada da Analua, apesar de não gostar muito dela, eu senti pena pela perda dela. '' Disse Lorraine e eu viro para ouvir do que ela estava falando sobre a minha menina...
-''Tô ligada, mó triste pode pá. '' Falou uma menina lá
-''Oque houve com Analua, Lorraine? '' Pergunto e a mesma me olha com a sobrancelha arqueada.
-''Ué, tu não soube não? ''
-''Se eu soubesse não estaria te perguntando, agora fala logo porra. '' Digo e a mesma bufa. Filipe me encara se aproximando de mim.
-''Tá sabendo que o pai da Analua morreu não, fiel? '' Disse Filipe e toda a raiva que eu sentia por Analua sumiu. Arregalei os olhos e todos me encaravam.
Por que ela não me contou? Então é por isso que ela me deixou só na festa? Não, não. Ela me deixou só porque estava com o filho da puta é por isso. Tenho que ver a minha menina, vou descendo o morro e escuto Filipe me gritar e mesmo assim o ignoro. Preciso ver a minha menina, preciso cuidar dela. Entro nos becos, desço escada e por fim acabo chegando à casa da minha menina.
Sem pensar duas vezes, adentro sem chama-la. Quando entro, vejo Gustavo, Sayra, Camile e o seu namorado e a Drica, mãe de Camile e por fim vejo a minha menina sentada no sofá pálida, com os olhos inchados de tanto chorar. Vou até ela e Gustavo se levanta colocando a mão na frente me impedindo de chegar até a minha menina, empurro ele e o mesmo tenta vim pra cima de mim, mas Camile impede o mesmo segurando em seu braço. Sento ao lado da minha menina e ela me olha sem emoção nos olhos, não conseguia mais ver aqueles brilhos nos olhos dela.
-''Oi minha menina... '' Digo abraçando-a e olho para Sayra que está sentada no outro sofá me encarando toda corada, espero que ela não abra essa boca. –''Desculpa, eu não sabia de nada... Fiquei sabendo agora. ''
-''Tudo bem. '' Ela diz fria com a voz fraca.
-''Analua, você tem que comer minha filhinha... toma pelo menos um iogurte. '' Drica diz e Analua balança a cabeça em negativa. –''Didô, faça-a comer. Ela não come nada desde ontem. '' Quando drica me fala eu me assusto, minha menina não come e nem quer comer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PÔR DO SOL
RomanceAnalua uma jovem dedicada, amorosa, inteligente e bonita. Estuda em uma escola no bairro nobre do rio, pois se esforçou para entrar, é moradora do morro do macaco, aonde é comandada por Didô, traficante da área, o mesmo tem uma paixão descontrolada...