Capítulo 64

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-''Otávio, oque faz aqui? '' Digo gesticulando para que se sente no sofá. Sento ao seu lado e ele me entrega a flor que carregava consigo.

-''Vim te agradecer. '' Ele disse e eu passo as mãos em seus cabelos desgrenhados.

-''Não tem porque agradecer, sapequinho. '' Digo e ele sorrir para mim.

-''Seu nome é Analua? ''

-''É sim, como sabe? O seu é Otávio igual do teu pai, né. '' Digo e ele me encara.

-''Ouvi meu pai ficar pronunciando ''Analua Analua'' toda hora e eu meio que ouvi a conversa de vocês dois quando você foi pedir desculpa para ele. '' Ele diz e eu suspiro fundo. –''Meu nome também é Otávio igual o do meu pai sim, mas pode me chamar de júnior. '' Ele diz e eu balanço a cabeça.

-''Seu nome é lindo, e vou chamar você de Tavinho, pode ser? '' Ele concorda e me abraça.

Ficamos conversando por horas e descobri muito daquele menino sapeco, logo fizemos um lanche e ele adorou comer o bolo de cenoura que a Dona marta, a secretário do lar da Helen, havia feito. Assistimos os Simpson, pois era o desenho favorito dele e meu, e sem ver as horas passar jogamos diversos joguinhos online. Ele é um doce de menino, além de engraçado é educado. Ainda não acredito que um menino tão amável como esse tem um pai tão rancoroso.

-''Analua... Pode vim aqui um minuto. '' Helen me chama e eu vou até a cozinha com ela.

-''Oque foi? ''

-'' Você tem que pedir para ele ir embora... Se o pai dele descobre que ele está aqui estamos ferradas, por favor, não arranje mais problema com o senhor Moscovis. ''

-''Relaxa, daqui a pouco eu o levo para casa. '' Digo e ela olha de lado.

-''Olha eu vou sair e quando eu voltar espero que não tenha nenhum problema, viu? '' Ela diz depositando um beijo em meu rosto.

-''Vai sair com quem? Está tão linda. '' Digo e ela abre um sorriso largo. Helen estava com um vestido tomara que caia branco que batia acima dos joelhos, seus cabelos pretos estavam soltos e estava maquiada para a noite. Ela estava linda demais.

-''Com um amigo meu... Não me espere acordada. '' Ela diz saindo e indo para a sala. –''Até mais Otávio. '' Ela se despede do menino e sai jogando um beijo no ar para mim.

Já eram sete horas da noite e meu estômago roncava de novo, então fui à cozinha tentar esquentar a comida, porém dona Marta me impediu e falou que eu não poderia fazer nada e que logo ela iria servir o jantar. Não gostei nenhum pouco, mas resolvi acatar as ordens dela já que estava com visita.

-''Daqui a pouco a janta vai sair... '' Digo para Otávio e o mesmo me olhava preocupado. –''Oque foi? '' Indaguei curiosa.

-''Tenho que ir embora antes que meu pai brigue comigo de novo... '' Ele disse e eu pude sentir o medo em sua voz.

-''Tudo bem, eu te levo para casa. '' Ele consente e eu aviso a dona marta que iria sair e já voltaria.

Pegamos o elevador e subimos para o ultimo andar, chegando lá os seguranças que antes tinha mais cedo já não estava lá. Otávio abriu a porta e me convidou para entrar, mesmo não querendo entrar acabei cedendo.

-''Tem alguém ai? '' Ele grita pelo apartamento que estava tudo escuro. –''Acho que a empregada já foi embora... E meu pai também não está. '' Ele diz naturalmente.

-''Você fala isso numa calma? Seu pai te deixar só? '' Pergunto preocupada

-''Sim, na verdade eu tinha uma babá, mas ela pediu demissão e meu pai cansou de arranjar babás para mim... E eu já estou acostumado a ficar só. '' Quando ele fala aquilo meu coração se parte ao meio. Aquele pequeno anjo é uma criança solitária e por isso faz de tudo para chamar atenção do pai.

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