PÔR DO SOL

Capítulo 31

Didô

Não sabia quem era o filho da puta, mas eu iria o encontrar de qualquer jeito. Eu sabia a onde era o colégio da Analua, alias eu sabia de tudo dela. Eu estava na maior neurose, quando cheguei à escola já era o horário da saída. Estacionei a moto e avistei aquela novinha, amiga de Analua, no portão conversando com outras meninas. Aproximei-me e puxei-a pelo braço, a mesma me olhou surpresa e depois abriu um sorriso.

-''Tu é amiga da Analua, não é?'' Digo e percebo que suas amigas ficaram me encarando.

-''Didô quanto tempo... Pensei que nunca mais o veria, mas vejo que me enganei. '' Disse com um sorriso largo no rosto. Não posso negar a menina era bonita e pá, mas não fazia o meu tipo. Alias meu tipo era Analua, apenas ela.

-''Desembucha quem é o menino que gravou o vídeo da Analua? ''Digo apertando o seu braço e a mesma me encara com medo.

-''Calma Didô. Ele não está aqui... Eu não sei de nada. '' Ela diz e percebo que ela está mentindo. Aperto mais o braço dela e ela arregala os olhos.

-''Se tu não me contar vai ser pior pra você, então desembucha logo caralho. '' Digo e ela assentiu.

-''O nome dele é Gustavo, ele é meu amigo, mas... Ele não está mais na escola. Por favor, não faça nada com ele. '' Ela diz olhando para minha cintura a onde estava o meu revólver. Abro um sorriso e ela me encara sem entender.

-''Só vou machucar um pouquinho ou talvez muito. '' Digo a soltando. –''Agora me diz a onde ele mora. '' Pergunto e ela olha para o lado a onde está suas amigas e as mesmas estão com os olhos arregalados.

-''Tá bom, mas eu irei com você. E tem que prometer que não irá fazer nada. '' Ela murmura e eu caminho até a minha moto. –''Meninas vejo vocês mais tarde. '' Ela se despede das amigas e a mesma vem em minha direção montando na moto. Dou partida até a casa do filho da puta.

A menina, que eu não sei o nome, estava me abraçando e apoiou a cabeça nas minhas costas, já não estava me sentindo a vontade. Era mais fácil ela ter me dado o endereço. Puta que pariu. Finalmente chegamos e eu desci da moto o mais rápido possível. O filho da puta morava em um condomínio luxuoso. Eu reconheci o lugar, era nesse mesmo condomínio que meus pais queriam que eu ficasse quando cheguei ao Rio, mas recusei. Preferi morar na favela lá sim era meu lugar.

Conseguimos passar pela segurança, pois a novinha disse que era amiga dele e os mesmos reconheceu o rosto dela.

-''Didô, por favor, não faça nada. '' Ela implora e eu dou de ombros. Esse moleque teria que pagar caro, ele magoou a minha menina e isso eu não tolero de jeito de nenhum. Brincou com a menina errada. Subimos pelo elevador e a guria não parava de olhar pra mim.

-''O que você está olhando caralho? Perdeu alguma coisa? '' Digo ríspido.

-''Cruzes, como você é grosso. Eu te trago até aqui e você nem sequer me agradece. Educação mandou lembranças, viu? '' Ela disse fazendo biquinho. Mando o dedo do meio para ela e a mesma fica de boca aberta. Quando a porta do elevador abriu já sai procurando o apartamento do canalha, e quando encontrei não fiz nem questão de bater, e por sorte a porta estava aberta. Adentrei sem nenhum problema e avistei dois moleques sentados no sofá fumando maconha. Um deles estava com o celular na mão e o outro bebendo uma garrafa de uísque.

-''Quem é você cara? '' Disse o que estava com a garrafa de uísque nas mãos. Era alto, talvez da mesma altura que eu, era forte, olhos azuis, cabelos cacheados claros e curtos.

-''Quem é o Gustavo? '' Digo o encarando-o e a menina que estava comigo, foi caminhado em direção ao menino dos cabelos cacheados.

-''Gustavo... Esse é o Didô. '' A menina diz e meu sangue ferve ao saber que aquele era o filho da puta. Ele continua a me encarar.