PÔR DO SOL

Capítulo 8

Depois de sair da casa da Camile, subi para a minha casa, que fica um pouco mais acima da casa dela. Algumas pessoas da favela conversavam comigo e eu retribuía com um sorriso ou um ''Olá, tudo bom?''. Algumas meninas da favela não gostam de mim por conta do Didô. Elas sentem inveja de mim porque Didô ''gosta'' de mim. Quando estava subindo as escadarias, vejo Didô descendo. É só falar no diabo que ele aparece. Ele me olhou e pode ver um brilho em seus olhos. Eu tinha que falar com ele sobre a mensagem mais só de olhar para ele ficou arrepiada. Olhei para trás e não avistei ninguém subindo e nem sequer descendo. Droga. Estava quase descendo e voltando pra casa de Camile quando Didô me grita. -''Espera Analua. '' Quando olhei pra cima ele já estava quase perto de mim. Decidi não descer, teria que enfrentar ele de qualquer jeito e falar sobre aquela mensagem ridícula. Falarei tudo que está agarrado da minha garganta.

-''Escuta aqui Didô, eu não quero que você fique me mandando mensagem e muito menos, me beijando a força. Já estou farta disso, você tá me entendendo? Vê se me erra. '' Esbravejei.

-''Vai com calma aí Analua, não grita comigo não porra. Se eu te beijei é porque eu preciso beijar você, preciso tocar em você...'' Ele disse passando a mão em meu braço. Puxei meu braço. Ele me encarou e ficou sério. -''Analua por que faz isso comigo? Eu só quero uma chance com você..''

-''Pra quê? Pra depois tentar me estuprar? Sem chance. Eu já disse o que tinha que dizer, agora vê se me deixa em paz, senão... '' Falei com tom de ameaça. Ele semicerrou os olhos e franziu a testa.

-''Senão, o quê Analua? Eu posso ser bonzinho com você, mas não vem armar pra cima de mim não'' Ele ficou furioso. Vi que a arma dele estava na cintura, era uma pistola.40, ela era toda preta. Fiquei com medo que ele me matasse. Não se pode esperar menos de um tráfico obsessivo.

-''Me deixa em paz, é só o que eu peço. '' Desviei dele e subi dois degraus da escadaria. Ele segurou no meu braço fazendo meu corpo virar. Ele estava apertando meu braço com força e estava me machucando. -''Me solta Didô, esta me machucando que merda'' Ele abriu um sorrisinho e deu pra perceber que ele estava se divertindo com aquilo. Homem doente.

-''Ah Analua, você é uma piada. '' Ele disse

-''E você deve ser o palhaço, porque só sabe fazer esse papel. '' Na mesma hora seu sorriu desapareceu. Não iria ficar lá nem mais um segundo, dei um chute nos testículos dele e soltei meu braço com um puxão. Depois subi correndo a escadaria. Eu o ouvi xingando, gemendo de dor e depois gritando meu nome, -''Analua, você me paga... PUTA QUE PARIU'' Aquilo me assustou, mas ao mesmo tempo me fortaleceu e eu abri um sorriso.

Cheguei à minha casa sem fôlego. Entrei e vi que já era 2h: 30min. Bebi um pouco de água e fui colocar comida para o meu gato. A minha casa tinha três andares. Na entrada tinha uma varanda pequena, e lá ficavam as plantas que meu pai cuidava. No primeiro andar, era a sala e a cozinha, no segundo tinha dois quartos e o banheiro. E, por ultimo era o terraço a onde ficava á área da cozinha.

Subi para tomar banho, depois coloquei um short jeans e uma blusa larga, era bastante confortável. Hoje estava fazendo um pouco de calor. Abri a janela dos quartos e já fui ajeitando meu quarto. Arrumei a casa e logo depois subi para o terraço. Tinha que lavar algumas roupas minhas e do meu pai. Coloquei as roupas pra bater e coloquei no varal.

Quando terminei de fazer minhas obrigações em casa, fui terminar meus deveres. Sempre fui estudiosa e nunca gostava de deixar nada pra depois. Puxei isso do meu pai. Eu estava pensando demais no Gustavo... Não sei o que está acontecendo... Será que me atraí por ele? Não quero nem pensar nessa hipótese.

Como eu não tinha nada pra fazer eu fui assistir alguma coisa na TV. Acabei assistindo a novela que passava. Meu celular vibrou e vi que era uma nova mensagem. Quando abri pra ver de quem era, não acreditei de quem era a mensagem. Abri um sorriso enorme ao ver a mensagem.