Capítulo 7

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De repente Belle entendeu por que as garotas tão frequentemente pareciam rabugentas e abatidas. Ela foi iludida pelos momentos que ouvia de muita diversão. Mas evidentemente elas não tinham um momento agradável no salão por muito tempo. Em vez disso eram levadas a seus quartos para se sujeitarem àquele tipo de provação.

Quando o homem se abaixou mais
atrás de Millie, Belle viu seu rosto de lado. Ele tinha o cabelo preto, ligeiramente grisalho nas têmporas, e um grosso bigode estilo militar. Seu
nariz era bem grande, ligeiramente curvado. Ela pensava que ele tinha por volta de 32 anos, embora sempre tenha achado difícil adivinhar a idade dos homens.

Então os dois foram para a cama, e o som do rangido das molas estava apenas apoucos centímetros de sua cabeça, e as coisas loucas que ele dizia para Milli eram horríveis. Ainda pior, ela podia vê-los refletidos no espelho que ficava em cima da lareira. Não o rosto, apenas do pescoço até o joelho. Ele tinha um traseiro peludo e ossudo e segurava os joelhos de Millie; parecia estar forçando - os a abrir para que ele pudesse mover-se mais dentro de Millie.

Isso tudo, o som de carne contra carne, molas guinchando, grunhidos,
xingamentos e respiração ofegante continuou e continuou impiedosamente. De tempos em tempos Millie gritava de dor, e em certo momento ela até exigiu que
ele parasse, mas ele continuava indiferentemente.

Belle percebeu que isso era "foder". Ela ouvia a palavra diariamente nas ruas onde isso era como um xingamento - alguns homens a usavam em cada frase que
eles pronunciavam - mas ela a tinha ouvido referente a homens e mulheres também, e agora entendia seu real significado.

Ela odiava ter sido testemunha daquilo e estava tentada a aproveitar uma oportunidade e sair sorrateiramente de debaixo da cama e ir para a porta. Mas o bom senso dizia-lhe que ia pagar muito caro se fizesse isso, tanto do homem
como de Annie. Ela imaginava também por que Mog não tinha avisado de seu sumiço e tinha vindo procurar por ela.

Justamente quando pensou que o martírio de Millie estava acabando, de repente o homem pareceu estar alcançando algum tipo de sensação intensa, porque ele estava muito ofegante e se movia ainda mais rápido. Então tudo parou de
repente, ele saiu de Millie e afundou no colchão ao lado dela .

- Não foi maravilhoso? - ele perguntou.

- Ah, sim, querido - Millie respondeu com a voz tão fraca e débil que parecia ter sumido.

- Então não vamos mais ficar nessa enrolação - ele disse. - Você deixará este lugar amanhã de manhã e virá comigo para Kent?

- Não posso - ela disse fracamente. - Annie não vai me deixar ir, ela precisa de mim aqui.

- Bobagem! Prostitutas se encontram aos montes, e a maioria é mais jovem doque você. E por que você mentiu para mim a semana passada?

Sua voz, que não tinha sido em nenhum momento suave com ela, estava agora se tornando realmente ameaçadora.

- Eu não menti pra você - ela disse.

- Mentiu. Você nunca tem uma noite de folga aqui e não tem nenhuma tia. Você me evitou de propósito da última vez que eu vim. E nunca teve a intenção de vir morar comigo.

Millie negou. Então um estalo nítido seguido por um choro revelou que ele tinha batido nela.

- Isso vai te mostrar o que acontece quando mentem para mim - silvou para ela.

- Eu te evitei por causa disso - ela gritou. - Por que você me machuca se diz que quer que eu viva com você?

- Uma prostituta deve esperar esse tipo de coisa - ele disse, como se estivesse surpreso com a reclamação dela. - Além disso, você adora que eu foda você.

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