Capìtulo 54

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- Bonsoir , Cosette - disse Noah para a menina pequena e de cabelos oleosos.

Ele a considerara, na última vez, a menina mais comum na casa da Madame Sondheim, e isso não havia mudado. Ela mais parecia uma mariposa marrom e pequena presa dentro de uma sala com cinco borboletas lindas e de cores vibrantes.

- Repellez moi ? Ele não tinha certeza se aquela era a palavra que significava "lembrar", mas ela sorriu como se entendendo o que ele queria dizer.

- Sim, eu me lembro de você, homem inglês - respondeu ela em inglês. - Sem amigo desta vez? Noah disse que havia ido sozinho para ver Cosette, e aceitou uma taça de vinho tinto.

Duas outras meninas estavam de olho nele do outro lado da sala, mas ele se virou ao ver Cosette e sorriu para ela como sabia ser a maneira mais charmosa.

Ela apertou a mão dele enquanto eles subiam a escada mais tarde, e ela parecia mais animada e leve do que da primeira vez. Ela estava claramente lisonjeada por ele ter voltado e a escolhido, e esperava que isso a ajudasse a falar o que ele queria.

- Sua esposa deixar você irritado? - perguntou ela quando ele entregou o dinheiro. Ele se lembrou, então, que sua desculpa para não fazer sexo com ela da última vez era por ser casado e feliz.

Ele sentia que dessa vez ele teria de ser mais direto, por isso, depois que Cosette entregou o dinheiro à empregada do lado de fora, ele mostrou mais 25 francos a ela.

- Perguntei a você, da última vez, a respeito das moças que foram trazidas para cá. Desta vez, você precisa me dizer mais, porque a menina sobre a qual eu pergunto... Sua mãe está doente do coração, muito mal - disse Noah, levando as mãos ao peito para ser mais claro. - Você disse que eles levam as meninas ao convento , mas conferi todos os conventos em Paris. Não havia meninas ali. Por favor, por favor,Cosette. Conte-me o que sabe. Não vou trair você.

Ela sentiu medo, e olhava para a porta como se imaginando que havia alguém ali atrás escutando.

- Não direi que foi você que me disse - disse ele, abraçando-a e acariciando-a. - Será bom se você fizer isso. A mãe de Belle pode morrer se ela não souber onde está a filha. Você sabe que as pessoas daqui são ruins!

- Não tenho outro trabalho além deste - disse ela, com lágrimas nos olhos. - Minha mãe também está doente. Posso mandar dinheiro para ela, mas se eu perder este trabalho, ela morrer.

Noah percebeu que tinha que oferecer mais dinheiro a ela. Abriu a carteira e tirou 50 francos.

- Mande isto para ela. Mas conte-me, Cosette, o que eu preciso saber! Prometo que não contarei a ninguém que você me ajudou.

Ela estava olhando para o dinheiro, e não para ele, e Noah pensou que ela podia estar pensando que aquele dinheiro seria suficiente para ela deixar Paris e voltar para seu vilarejo para sempre.

- Mude sua vida - ele pediu. - Deixe este trabalho para sempre. Deus ficará feliz com você se Belle for salva. As emoções conflitantes dela ficaram claras em seu rosto. Ela queria o dinheiro, talvez até quisesse fazer a coisa certa para outras meninas, mas sentia muito medo.

- Não precisa sentir medo. Ninguém vai saber que você me deu a informação. Seja corajosa, Cosette, pela Belle e pelas outras como ela.

Ela suspirou profundamente, e então olhou dentro dos olhos dele.

- La Celle St-Cloud - disse ela. - Há uma casa grande no fim do vilarejo, tem um pássaro de pedra perto do portão. Chame Lisette, ela é uma boa mulher, é uma enfermeira. Ela também será cuidadosa em passar informações porque tem um menino pequeno. Promete que não dirá o meu nome?

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