Capìtulo 55

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Com isso, Noah concluiu que Deverall era um homem como Kent, com participação em muitas áreas ruins, extorsão e apostas. - Mas você pensou que eu tivesse sido mandado por ele. Então quer dizer que ele costuma mandar pessoas?

Ela suspirou.

- Você é tão esperto quanto esse homem - disse com um toque de admiração. - Ele também é charmoso como você, o tipo de homem em quem uma mulher quer confiar. Deverall o manda de vez em quando para pedir que eu acompanhe as meninas, mas sempre me recuso.

- Por quê?

- É ruim vê-las sendo feridas, mas eu as curo. Não toleraria levá-las para alguém que as machucará de novo.

- Compreendo - disse Noah. - E esse homem que trabalha para Deverall aceita isso?

- Sim, ele sabe como me sinto, e sempre tem outra pessoa que leva as meninas, porque ele paga bem.

- Então, quer dizer que esse homem sabe para onde Belle foi levada?

- Não, acho que não, porque ele não estava envolvido na época. Só sei o que ouvi, que um veículo viria para levá-la a Brest. Acredito que o veículo levou Belle para encontrar alguém que a levaria de navio.

- Você sabe quem é a pessoa que a levou para a América? - perguntou Noah, de modo hesitante. Ela fechou os olhos, cansada.

- Você não escutou nada do que eu disse? - explodiu. - Se eu disser isso, estou colocando em risco a vida de meu filho. Já ajudei o máximo que podia. Não faça mais perguntas.

- Mas com certeza não haveria problemas se você me dissesse o nome - disse Noah, segurando a mão dela. Ela tirou a mão e ficou em pé.

- Vou embora antes de concluir que devo denunciá-lo a Deverall por estar fazendo perguntas demais - disse ela, irritada.

- Sei que sua intenção é boa, mas está colocando nós dois em perigo. Volte para a Inglaterra, esqueça esse assunto. Belle é uma menina forte. Acredito que ela encontrará uma maneira de voltar às pessoas que a amam. Noah anotou seu endereço rapidamente e foi atrás da mulher.

- Fique com isto - disse ele. - Ajudarei você a sair da França, se quiser. Estou muito grato por ter conversado comigo, você é uma mulher generosa e corajosa.

Ela pousou uma das mãos no braço dele, olhando em seus olhos.

- Você também é um bom homem. Se a situação fosse diferente, eu gostaria de ser sua amiga.

Noah sentiu o coração acelerado. Ela sorriu, talvez por perceber como ele ficara surpreso.

- Você é um homem muito belo. E oferece segurança a mim e a meu filho, o que é muito tentador. Mas não posso querer que você corra riscos assim por mim.

- Estou disposto a fazer o que for preciso - disse ele. Ela colocou um dos dedos sobre os lábios dele para silenciá-lo.
- Farei mais uma coisinha por você - disse ela. - O homem em Brest, eu conheço apenas por informações que recebo, mas sei que ele é como eu, está preso em algo do qual não pode escapar. Ele não vem aqui, mas pode ser que eu consiga uma maneira de contatá-lo. Não espere isso, pois posso não conseguir. Mas se eu puder e descobrir algo a respeito de Belle, vou escrever e contar a você. Agora, vá, não faça mais perguntas e saia logo de Paris. Deverall tem espiões por todos os lados.

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- América! - Mog disse a palavra como se confirmasse a morte repentina de alguém.

Noah a abraçou para confortá-la e tentou, desesperadamente, pensar em algo para dizer que pudesse tornar a notícia menos terrível. Ele havia adentrado o salão tomado por fumaça de cigarro do Ram's Head na hora do fechamento. Garth estava dispensando os últimos clientes e Jimmy recolhia os copos. Garth o cumprimentou com simpatia, dizendo que Mog estava nos fundos, na cozinha, fazendo um pão com queijo para jantar, e perguntou se ele queria uma dose de uísque, já que a noite estava muito fria. Assim que o último cliente saiu e a porta foi trancada, todos foram para a cozinha.

BelleOnde histórias criam vida. Descubra agora