Cadáver de Sangue I

Capítulo II - Crueldade Solene/ Parte1

"Lucy: Frio e amargo....este era bang"
  - Acorde sua Vagabunda! - Falou Bang sem emoção alguma na voz, enquanto tacava um balde de água fria com gelo em cima de mim.
  - M-meu D-deus! - Gaguejei num grito acordando no susto, era uma manhã fria, e entrei em desespero quando aquela água gelada molhou meu corpo e um gelo entrou pelo decote da camisola que eu ainda estava usando, me sentei abruptamente fechando minhas mãos em punhos na cama, quando reparei melhor vi que estava dentro do quarto onde Bang me prendia para me torturar. Ele quem havia tacado o balde de água fria com gelo em mim. Eu coloquei a mão dentro da camisola me contorcendo e tirei o gelo de la, que ja estava congelando toda a minha barriga.
  - Por que você fez isso? - Indaguei batendo os dentes de frio enquanto abraçava minhas pernas e colocava o queixo apoiado sobre os joelhos. Eu tremia de frio enquanto Bang, que usava uma calça preta jeans e uma regata da mesma cor me encarava com uma sobrancelha arqueada e braços cruzados.
  - Troque de roupa! - Esbravejou e em seguida jogou uma sacola com mudas de roupa na minha direção descruzando os braços, por sorte consegui segurar antes que a sacola me acertasse na cara. Me levantei da cama e abri a sacola para ver o que tinha dentro, haviam roupas limpas ali, pretas,e aparentemente de frio. Olhei para Bang esperando uma ordem para poder ir me trocar mas Bang não se disse nada. Ele apenas me encarou. Eu cheirava  a sangue. Minha camisola estava toda suja com sangue e minha boca tinha um gosto metálico insuportável, mas eu já estava acostumada, era assim que eu sempre ficava, suja e cheia de sangue, era apenas assim que eles me permitiam ficar.
  - Rive me falou que você teve um pregresso ontem. - Comentou ele mas eu não ousei me mover, não sem permissão, eu sabia muito bem que se eu fizesse algo sem que ele mandasse ele me castigaria,ele era louco e absolutamente obssecado por isso. Ele nunca demonstrava emoções pra nada, a não ser raiva e se ele estiver de bom humor, desinteresse. Eu abaixei a cabeça esperando que ele dissesse mais alguma coisa, mas ele se aproximou e sem qualquer cordialidade ou delicadeza me puxou agarrando pelo cabelo e me pôs contra parede com força me fazendo bater as costas e arquejar. Ele suspirou me encarando com seu olhos vermelhos, seu corpo estava muito próximo do meu e eu estava toda molhada.
  - Já que você esta se tornando uma boa menina... - Sussurrou ele e eu senti o gelo e a amargura em sua palavras, porém ele estava diferente hoje, parecia conter alguma ansiedade - Eu vou te deixar tomar um banho quente. Você fez por merecer. - Disse e eu fiquei boqui-aberta espantada demais para conseguir ter alguma reação. Eu não esperava isso dele. Jamais. - Não quer falar nada...? - Sussurrou contra meu pescoço enquanto encaixava sua cabeça em meu ombro e tirando os dedos do meu cabelo ele se aproximou mais me abraçando gentilmente, algo que nunca faz, ele sempre é rude nunca se aproxima de mim, a não ser para me bater. - Eu quero te fazer sentir bem hoje...Me diz algo que você quer e eu te dou...hoje você pode.... - Sussurrou mais uma vez e eu não me movi. - Pode dizer. - Ordenou e eu arregalei meus olhos quando ele se desaninhou para olhar nos meus olhos,seus olhos estavam negros. Sem pupíla e isso me assustou mais que o habitual.
  - Eu quero que você não me bata hoje. - Falei impulsiva, eu realmente não gostava de apanhar dele. Doia muito depois. Ele era muito agressivo.
  - Tudo bem. - Respondeu, sua face estava rígida e sem emoções como sempre - Hoje vai ser diferente. - Disse ele me fazendo temer suas palavras, mas antes que eu pudesse pensar sobre tal ele continuou - Vou te levar até meu quarto, lá você poderá tomar banho. Um banho bem demorado e tranquilo. - Assim que terminou ele me tirou daquele quarto e só saiu de perto de mim quando me largou de frente para o banheiro. Seu quarto era uma suíte enorme e seu banheiro, todo azulejado de vermelho ardente. Havia uma banheira no centro do banheiro que por sinal era bem grande,também tinha um armário lotado de coisas pra banho no canto da parede e ele estava aberto. Bang soltou minha mão e indo até o quarto trouxe um despertador e um roupão branquinho bem felpudo e aparentemente quente nas mãos. Ele colocou o despertador sobre uma cadeira macia, que ficava na frente de um espelho, que ia do chão ao této do banheiro. Tudo era enorme. E estravagante, algo que eu jamais imaginei que Bang poderia ser. Depois ele andou até mim e parando na minha frente me entregou o roupão.
  - Você tem duas horas e meia. - Falou ele pacificamente me encarando com severidade. - quando seu tempo acabar eu vou vir buscá- la para o nosso dia. Pode usar tudo o que quiser. Fazer bagunça. Ou até mesmo quebrar as coisas, está permitido que aja como uma pessoa normal a partir de agora. - Falou ele e eu relaxei meus ombros que estavam rígidos de tensão - Se arrume. Seja você. - Falou e me dando um beijo no canto da boca saiu do banheiro trancando a porta pelo lado de fora.
  Eu encarei meu reflexo no espelho incrédula demais com tudo o que estava acontecendo. Mas parando para pensar, vi que eu estava em uma situação pior do que precária. Eu estava muito.judiada. Não tinha machucados. Apenas estava descuidada e sofrida. Quando fui me tocar do que realmente estava acontecendo eu ja estava tirando a camisola suja, largando o roupão no chão e pulando na banheira, que já cheia, parecia uma piscina. Eu entrei na água sentindo-a me envolver com ternura, a temperatura estava quente e aquilo parecia um sonho comparado as ultimas semanas que eu passei ali. Porém quando eu mergulhei a cabeça eu entrei em pânico, eu havia me lembrado do dia anterior quando Rive me jogou dentro daquele buraco cheio de água. Respirei fundo e olhei para o espelho vendo meu reflexo. Meus seios e minha barriga....era assustador o fato de que Rive e Bang já haviam me matado mais de setenta vezes e eu ainda estava viva. Era a minha maldição. Por ser vampira eu estava condenada a voltar a vida toda vez que me matassem.

...2 horas e meia depois...

  O despertador tocou. Eu já estava arrumada. Meu cabelo estava penteado e cheiroso e eu vestia uma camisa de botão justa no corpo que realçava minhas curvas, uma calça jeans preta que envolvia minhas pernas de forma suave. Minha pele emanava um odor agradável do sabonete e eu me sentia bem. Pela primeira vez desde que eu conheci eles eu me senti bem. Bang passou pela porta e me encarou abrindo um sorriso lindo que, me deu muito medo e ao mesmo tempo me derreteu como manteiga no fogo, ele nunca sorriu, ele passou a mão no cabelo tirando o cabelo dos olhos e então caminhou na minha direção.
  - É agradável vê-la bonita. - Comentou e então me levou para seu quarto e me levando para sua enorme cama de casal se sentou,eu fiquei de pé, com medo de suas reações, foi então que ele me puxou pelo pulso me fazendo cair na cama e deitar a cabeça em seu colo. Eu fechei os olhos com força esperando ele me bater ou fazer alguma coisa mas o tapa ou murro não veio, quando abri os olhos ele começou a fazer carinho nos meus cabelos.