Cadáver de Sangue I

CapítuloXII- Controle Insano

"Lucy: Enlouquecer é muito fácil...basta perder o controle e não estar consciente disso......"

Lucy narrando:

Passei meu braço ao redor de seu pescoço me encaixando melhor e apertei os músculos do seu braço para segura-lo. Minhas presas encostaram na pele de Vlad, quando eu ia cravar minhas presas nele, ele gritou.
  - Luciana! - Esbravejou Vlad ofegante e me chaqualhou pelos ombros, tirando minha cabeça de seu pescoço, meus dentes bateram um nos outros agressivamente e eu o encarei assustada, acordando daquele estado de falta de consciência, Vlad estava sério, de repente tudo voltou ao normal e eu voltei a ver cores, meu coração batia descontrolado dentro do peito, eu quase havia o mordido, e não conseguia me controlar. Eu nunca havia perdido meu controle antes, arregalei os olhos, choque percorreu minhas veias e meu sangue gelou, e Vlad percebeu que eu não estava bem. Eu havia tentando morde-lo inconsciente de que ia faze-lo.
  - Por que você fez isso? Ou melhor, por que tentou fazer isso? - Perguntou ele tentando ser compreensível e eu abri a boca pra falar mas não sabia o que responder. - Você sabia o que estava fazendo? - Perguntou me olhando no fundo dos olhos, e eu neguei sinceramente, eu não sabia que ia morde-lo e por mais que quisesse parar, não estava conseguindo.
   - Eu sabia mas não consegui parar. - Relatei e ele parou de apertar meus ombros suspirando, aparentemente de exaustão.
   - Não tente fazer isso de novo. - Alertou ele seriamente e eu assenti desviando meus olhos dos seus. Então me afastei do toque das suas mãos rapidamente como se aquilo pudesse me queimar. Não havia percebido antes o quão próximos estávamos, abaixei a cabeça nervosa sentindo minhas bochechas queimarem, provavelmente eu havia enrubescido naquele momento.
  - Está tudo bem, você só passou mal por que precisa comer comida humana antes de tomar sangue. - Falou tentando alcançar meu olhar mas toda vez eu me esquivava.
  - Mas eu nunca precisei fazer isso - Falei estranhando o que Vlad disse, minha cabeça estava doendo e eu estava enjoada de novo, eu não queria ficar ali, eu não queria olhar pra nada, estava ficando estressada com a situação de não poder me alimentar apenas de sangue, com medo de mim mesma por ter perdido o controle, de repente em meio a tantos pensamentos, veio a lembrança de Tao me chamando de monstro na minha mente. Um calafrio desceu pela minha espinha.
Monstro......
  - Vlad... - Comecei a falar e um homem armado entrou no coreto me interrompendo.
  - Afaste-se dele! - Esbravejou o homem, era jovem, tinha cabelos castanhos e parecia furioso. Ele estava falando que nem Rive falou comigo uma vez. Raiva se acendeu dentro do meu peito só de me lembrar, sem conseguir controlar liberei as presas e as garras o olhando com medo, ele não ia me machucar que nem aqueles desgraçados.
  - Abaixe a arma Tyler, já está tudo bem! - Ordenou Vlad, mas o homem continuou com a arma apontada pra mim - Abaixe Tyler... - Ordenou Vlad com mais precisão, e o homem deu um passo adiante, ainda com a arma mirada pra mim, meus nervos estavam á flor da pele, e meu medo transparecia através da raiva que eu demonstrava. A voz de Bang dizendo que eu era um monstro ecoou pela minha cabeça e eu arregalei os olhos, encarei minhas mãos e encolhi as garras, fazendo com que minhas mãos voltassem ao normal, eu não sou um monstro, por isso aquele homem não ia me machucar.
  - Afaste-se dele! - O homem esbravejou entre dentes me assustando e eu liberei as garras novamente com o receio de que aquele homem não me deixaria em paz. Ele segurou firme a arma.
  - Se afastá agora ou vou ser obrigado a atirar! - Ameaçou ele e eu avancei tentando ser mais rápida do que o homem antes que ele tentasse me machucar como pretendia.
  Eu fui muito lenta e ele disparou um dardo na minha perna direita.
  - Não! - Esbravejou Vlad aparentemente nervoso.
  Segundos depois meus joelhos fraquejaram e eu me senti zonza, uma onda de calafrios percorreram meu corpo inteiro e eu dei um passo a diante apoiando minha mão no ombro de Vlad, ele disse alguma coisa que eu não consegui ouvir, parecia que eu estava embaixo d'água enquanto o chão cedia e o céu começava a girar, o local onde o dardo me atingirá começou a formigar, e senti as mãos fortes de Vlad segurarem meu corpo para que eu não caísse, e então, contra mina vontade, tudo escureceu.

...1 hora depois...

  - Luciana... - Sussurrou uma voz familiar eu abri meus olhos um pouco atordoada e com o corpo dolorido, logo de primeira minha visão ficou curva, mas ao piscar algumas vezes minha visão voltou ao normal. Avistei um par de olhos azuis intensos de preocupação, era Vlad na minha frente, ele estava muito próximo de mim, sentado ao meu lado na cama, sussurrando meu nome para que eu acorda-se. Ele estava próximo que nem Rive ficava quando queria me bater. Gritei agoniada com a proximidade e empurrei o rapaz da cama para longe, o que levou o mesmo a levantar abruptamente assustado.
  - O que houve??! - Perguntou ele esparventado, e eu coloquei a mão sobre meu peito me acalmando aos poucos, com o coração disparado e arfando procurei palavras para explicar meu susto.
  - Não faz isso de novo... - Foi o que veio primeiro a minha mente e então me sentei na cama, observando Vlad se recuperar do susto.
  - Compreendo. - Disse e então acrescentou - Só queria avisar a senhorita de que daqui a uma hora vou ter que sair, vou ao tribunal ver Bang e Rive serem presos, quer ficar aqui em casa?
  - Eu não posso ficar perto de você? - Perguntei, Vlad era o único que ainda não tentará me matar e estava com medo de que ele saísse de perto de mim, vai que aquele homem estranho volta pra me torturar que nem os desgraçados faziam...
  - Se quiser ir junto, seria um prazer ter a sua companhia. Não posso ficar infelizmente. - Respondeu ele e eu parei pra refletir, foi quando Vlad acrescentou - Nenhum dos seus agressores se aproximaram de você, estarão bem distantes e presos por algemas nos pulsos, nos tornozelos e uma corrente no pescoço. - Completou tentando pescar meu olhar, tentando adivinhar minha resposta, refleti mais um pouco, não sabia qual das escolhas era pior, ficar aqui ou sair.
  - Quero ir com você. - Falei levantando a cabeça e nossos olhares se confrontaram, meu tom de voz havia saído mais num pedido lamurioso do que uma resposta. Com a minha resposta Vlad abriu um sorriso terno para mim que me envolveu de tal forma irresistível que eu acabei por sorrir de volta com timidez.
  Eu ia ver Bang e Rive mas não estava com tanto medo quando antes. Me sentia segura com Vlad desta vez.