Capítulo LXIV - Onda Gigante

33 7 15
                                    

  " Luciana: Talvez eu possa sonhar com a esperança, ela poderia me abraçar outra vez..."

  Havia uma onda gigante vindo pra cidade, estava longe, mas estava vindo rápido na nossa direção, ia engolir e arrastar tudo que estivesse pela frente. Era um tsunami.
  Luciana gritou horrorizada e vi Jennifer cobrir a boca de espanto praguejando muito, eu não tive reação, estava perplexo demais para reagir ou ter qualquer coisa naquele momento. Acho que, mesmo sendo imortal, um tsunami, com toda a sua brutalidade pode sim me matar. Nos matar na verdade.

- Vamos! - Gritou Jennifer e começamos a correr na direção oposta a do tsunami, desnorteados e confusos, a casa onde nos escondemos do furacão e a base militar que estávamos quando Bang nos trouxe pra cá estavam sendo deixadas pra trás, e corriamos em disparada, lado a lado na direção de um prédio antigo, pelo menos parecia ser um prédio, era cheio de ferragens e coisas antigas, quase não dava pra considerar que aquilo era um prédio, mas era alto.
  Corremos até conseguir chegar na entrada, e então, ainda juntos disparamos a subir pelas escadas, subindo até chegar no ponto mais alto do prédio, o último andar.

  Paramos de correr, já estávamos no último andar, era o vigésimo, e não sabíamos se sobreviveriamos ou se teríamos alguma chance de sobreviver. O que sabiamos era que num desastre desses, a única coisa que dava para ser feita era subir no lugar mais alto que conseguir, e tentar se manter abrigado até a intensidade da água diminuir.
  - Agora a gente vai morrer não é? - Indagou Luciana, estava curvada, com as mãos sobre os joelhos e aparentemente cansada, meu coração apertou dentro do peito. Eu não sei o que vai ser de nós quando a onda se chocar com as estruturas desse prédio.
  - Essa pergunta nem eu sei responder. - Disse Jennifer tomando a frente, eu também não sabia o que responder, o que levou Luciana a se voltar pra Jennifer, as duas estavam lado a lado, e nós três olhávamos pra janela, estava quebrada e dela conseguiamos visão para o que estava vindo pelo lado de fora.
  A linha branca no horizonte agora era nitidamente a espuma que fica em cima da onda, o pior é que eu nem sei se tem mar perto de Chernobyl e do nada vem um furacão, um terremoto e depois um tsunami? Eu não existia na época em que Jesus veio na terra, eu não joguei pedra na cruz! Então por que o Criador resolveu de uma hora pra outra se vingar de toda a sua criação? Não pior, por que ele resolveu atacar justo a gente, que estamos numa cidade abandonada??! Eu devo ter cometido muitos pecados pra ter tanto azar assim, ou talvez... Talvez o Criador tenha feito isso pra acabar com tudo o que está acontecendo, talvez seja uma forma de eliminar o Bang e o Rive e toda essa palhaçada desgraçada que vive nos perseguindo. Mas será que nós também vamos morrer?
  De uma maneira incompreensível, eu não sei o que leu a minha mente, que enquanto esperávamos a onda atingir o prédio, a onda que estava se aproximando rápido demais por sinal, escutamos um barulho se sobressair do som do tsunami. Parecia pássaros, muitos pássaros batendo asas.
  Mas então dois homens com coisas grandes e penosas nas costas entraram pela janela quebrada. Eram dois anjos, com as asas negras.
  Eu olhei incrédulo para os dois que estavam se aproximando de nós três, Luciana recuou pra trás de mim, Jennifer cambaleou dois passos pro meu lado, parecia horrorizada, e então caiu desmaiada nos meus braços. E a onda estava se aproximando cada vez mais.
  - Quem são vocês? - Indagou Luciana, estávamos encurralados na parede e aqueles dois homens ficavam se aproximando cada vez mais, não pareciam ser mal encarados. Eram dois rapazes de boa aparência. Um tinha os cabelos um pouco longos e pretos, o outro tinha a pele morena e cabelos um pouco avermelhados. E ambos vestiam camisa branca de botão e calça social preta.
  - Somos do Conselho Sobrenatural. - Respondeu o de cabelo mais avermelhado. O outro rapaz pálido dos cabelos negros parecia sério e um pouco inquieto, ele não tirava os olhos da Luciana que estava atrás de mim.
  - Eu sou Léo e este é Lee Joon. O Conselho Sobrenatural descobriu que a Jennifer havia sido sequestrada, viemos o mais rápido que pudemos para resgata-los. - Disse o rapaz pálido que se intitulou de Léo, o outro supostamente era Lee Joon, não mantive resistência, eles não oareciam ser pessoas ruins, e quando se aproximaram de nós não recuamos mais, o que fez Léo acrescentar - Espero que possamos ir antes que a onda nos alcance. - Sugeriu ele e Luciana saiu de trás de mim. Lee Joon se aproximou e pegou Jennifer em seus braços.
  - Vamos ter que ir por intermédio de vôo. Espero que não tenham medo de altura. - Avisou Lee Joon e Léo se aproximou também para puxar eu e Luciana para perto dele. E então fomos pra janela, prestes a sair voando. Acho que é natural meu estômago revirar levando em conta a altura em que estamos. E então as asas negras dos dois começaram a bater e saímos do chão.

.... Luciana Narrando....

  - Pra onde nós vamos agora? - Perguntei assim que fechei a porta do carro, Lee Joon e Léo estavam no banco da frente do civic preto e eu estava sentada perto da porta, Jennifer estava no meio ainda inconsciente e Vlad no assento na outra porta.
  - Para o castelo do Conselho mais próximo. - Disse Léo abrindo um sorriso gentil enquanto me olhava pelo retrovisor, ele estava dirigindo e Lee Joon estava olhando um mapa no banco do passageiro.
  - E quando vamos poder voltar pra casa? - Perguntou Vlad, eu aproveitei pra arrumar Jennifer no banco enquanto Lee Joon se prontificava em responder a pergunta de Vlad.
  - Amanhã já poderão ir, só precisamos de um lugar pra passar a noite enquanto avisamos o Conselho Sobrenatural da França que vocês estão bem. - Contou Lee Joon com um sorriso e Vlad e eu abrimos sorrisos comemorando animados, finalmente íamos poder voltar a ficar tranquilos e ter vidas normais, agora estamos bem longe do tsunami e de toda aquela tempestade, e já que supostamente Bang e Rive ficaram pra trás, vão acabar morrendo. Nunca senti prazer em pensar esses tipos de coisas, mas só de poder pensar na possibilidade de ter uma vida normal sem Bang e Rive, uma sensação de conforto se espalha pelo meu peito.
  Depois de ajeitar Jennifer para que ela ficasse mais confortável, eu coloquei meu cinto de segurança e encostei a cabeça na janela, olhando a chuva e a estrada pelo lado de fora, assistindo enquanto várias coisas iam sendo deixadas pra trás, no meu coração não eram apenas construções e objetos que estavam sendo abandonados, eram também meu passado dolorido. Era principalmente Bang e Rive que estavam sendo deixados pra trás pra serem esquecidos pra sempre.

Gente a história ainda n acabou tá, ainda tem muito chão pela frente, ou melhor dizendo, muito texto e caps

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Gente a história ainda n acabou tá, ainda tem muito chão pela frente, ou melhor dizendo, muito texto e caps. Bem, n se esqueçam de votar e comentar, eu amo quando vocês interagem comigo e me contam o que estão achando, muito obrigada pelo carinho!
  Bjs!

Cadáver de Sangue IOnde histórias criam vida. Descubra agora