Capítulo LXVI - Boas Vindas

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  " Luciana: Estamos condenados ao inferno... Eu jamais vou poder ter uma vida normal outra vez..."

.... Lucy Narrando....

  Me deitei na cama de casal, me espreguiçando, logo em seguida comecei a bocejar. Eu estava morrendo de sono. Puxei as cobertas sobre meu corpo e senti-o relaxar, foi como se fizesse muito tempo em que eu não deitava numa cama para dormir.
  Enquanto meus olhos não se cansavam comecei a fitar o teto, o quarto todo era num tom vermelho envelhecido, os tapetes no chão, e as paredes, que pareciam ter sido encarpetadas.
  Me remexi no colchão e alguém abriu a porta, automaticamente eu me levantei.
  - Me desculpe, eu te acordei? - Perguntou Léo parado na porta e eu neguei com a cabeça.
  - Não eu só, tinha me deitado um poquinho. - Falei e Léo saiu da porta e veio até a cama, o que me fez lembrar que ele disse que voltaria quando tivesse falado com alguém do Conselho - Você já disse para o Conselho que estamos aqui? - Perguntei e Léo desfez seu sorriso gentil e subiu na cama, vindo até o meu lado sem me responder.
  - Deite-se. - Disse ele com autoridade e eu senti meu corpo arrepiar. O tom de voz não continha sentimentos, estava fria como pedra.
  - Eu não quero me deitar ao seu lado. - Respondi com firmeza, mas por dentro o receio já me tomava, uma sensação mórbida se espalhou pelo meu peito e meu coração começou a disparar.
  - Quando eu te der uma ordem, - Começou ele e então se sentou na cama me olhando friamente, em seguida colocou suas mãos nos meus ombros e me obrigou a me deitar na cama brutalmente - É pra você obedecer.
  Meu coração disparou de vez, as mãos de Léo desceram pelos meus braços até a altura da minha cintura, e então seus dedos percorreram para o meu quadril, Léo se inclinou sobre mim e quando ia me beijar eu empurrei seu peitoral com as mãos e virei o rosto. Léo não se afastou, rapidamente me pegou pelos pulsos e os segurou em cima da minha cabeça, meu busto começou a subir e descer de nervosismo. Acho que eu cai nas mãos de mais um psicopata. Acabei de me livrar de Bang e Rive e agora caio nas mãos de outro lunático!
  - Olhe pra mim. - Sussurrou Léo contra minha pele, eu conseguia sentir seus lábios próximos do meu pescoço. Vi Léo se erguer sobre mim, e virei meu rosto para o seu, olhando dentro de seus olhos escuros apreensiva, esperando por sei lá o que ele fosse fazer.
  - Vai me machucar? Vai estuprar e me bater? - Indaguei ríspida e Léo negou com a cabeça me deixando confusa, sua frieza parecia ter diminuido assim que ele começou a falar.
  - Eu jamais quis te machucar, eu só quero ver você, te admirar, eu senti tanto a sua falta, foram mais de 700 anos até esta oportunidade. - Confessou ele e então soltou meus pulsos e gentilmente me puxou oara um abraço acolhedor. Eu estava mais confusa que antes. Estava esperando pelo pior e ao invés disso ele me abraça? E que história é essa de 700 anos? Eu não sou tão velha assim, e tem mais, eu nem me lembro de o de eu conheço esse ser!
De repente alguém bateu na porta, entrando com tudo. Léo desfez o abraço e eu paralisei ao ver Bang parado na porta, e Rive vindo na direção de Léo com o rosto vermelho de raiva. Mas o Rive estava diferente, o cabelo dele não estava mais vermelho, estava branco.
  Rive tirou Léo da cama, me fulminando com os olhos e então segurou Léo pelos colarinhos.
  - Eu vou arrancar a sua cabeça! - Esbravejou Rive entre dentes, a veia no pescoço dele saltava conforme o rosto ficava cada vez mais vermelho, mas Léo não parecia intimidado, parecia frio e com desdém sobre as ações de Rive.
  Me encolhi na cama e os olhos de Bang pousaram sobre mim, eu pensei que esses dois desgraçados tinham morrido? O que deu errado na minha dedução?!!
  - Parem! - Ordenou Bang me analisando de baixo para cima e Rive soltou Léo, que logo após se livrar das mãos de Rive começou a dar palmadas na roupa, como se estivesse limpando o local em que Rive tocara.
  - É um prazer revê-lo também meu irmão. - Afirmou Léo olhando oara Rive e eu fiquei atônita com o que tinha escutado, será que eu tinha escutado isso mesmo? O Léo disse irmão??? Pro Rive???
  Vish, isso significa que o irmão do Rive trouxe eu e o Vlad e a Jennifer pras mãos do Bang sem que a gente desconfiasse. Talvez tenha sido por isso qie a Jennifer desmaiou. Será que nesse caso o Lee Joon é irmão do Bang?
  - Volta pro inferno. - Retrucou Rive para Léo e em seguida subiu na cama, vindo na minha direção. Automaticamente eu me levantei do colchão e corri até o fundo do quarto, infelizmente cercada. Tentei abrir a porta da sacada, e não obtive sucesso.
  - Lucy... - Chamou Rive esperando que eu fosse até ele na cama, eu não me mechi, e continuei parada na porta da sacada, olhando pro Rive, e depois pra Bang e por último para Léo. Como eu acabei caindo nas mãos deles de novo? É muito azar pra um ser humano só!! Se bem que eu não sou humana mas... Mesmo assim!
  - Vocês vão me torturar mais? - Indaguei olhando um por um dos meus agressores, e para Léo que estava parado me olhando com curiosidade. To até vendo que esse daí vai ser outro que também vai me torturar nos próximos dias.
  - Não precisa temer agora Luciana. - Se pronunciou Bang - Eu e Rive viemos apenas te dar boa noite, quem ficará no quarto com você será Léo. - Ressaltou e então Rive saiu da cama e começou a se aproximar de mim. Meu coração disparou de medo.
  - N-Não... - Tentei pedir que ele não me machuca-se, mal consegui terminar a frase e Rive me alcançou. Em seguida senti o tapa vir direto no meu rosto, com tanta força que eu cai no chão atônita.
  - Boa noite Lucy. - Desejou Rive e então se abaixou ao meu lado pra analisar a marca vermelha de seus dedos na minha bochecha - Eu te amo. - Disse e então me agarrou, me obrigando a beija-lo a força, não resisti desta vez, eu já estava de saco cheio de apanhar cada vez mais por não fazer algo que ele manda. Eu já estou desistindo de muita coisa na verdade, inclusive uma tão sonhada vida normal.
  Depois de me beijar Rive se levantou me deixando no chão e foi até Bang, e em seguida os dois sairam do quarto. Só sobrou eu e Léo, que estava se aproximando de mim.

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