Capítulo XXXVII - Pesadelo Real

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  " Lucy: Não perdoarei Vlad pelo que ele fez, a sensação e o medo que senti naquele momento, são coisas que eu jamais vou esquecer...!"

.... Lucy narrando....

  Escutei um barulho enorme que me fez acordar pulando da cama assustada, o Rive devia ter vindo me matar! Mas quando olhei pra sacada eu apenas avistei um homem, que não parecia nada com Rive, e que de suas roupas estava pingando alguma coisa, e de longe eu reconhecia aquele cheiro, sangue.
  Me levantei em estado de alerta e fui até o dijuntor acender a luz, e quase cai pra trás com a cena que vi, Vlad estava com a camisa toda ensanguentada. E parecia nervoso.
  - Vlad...? - Indaguei surpresa, eu nem fazia ideia de que ele tinha saído, fui até ele e senti um cheiro forte de álcool que se sobressaiu ao cheiro do sangue empreguinado em suas roupas.
  - Não me perturba Luciana! - Murmurou ele e eu fiquei imóvel, isso não era de seu feitio.
  - Vlad acho que você está alterado, você bebeu? - Perguntei e ele me abriu um sorriso.
  - Só um pouquinho... - Disse e cambaleou pra trás mas não caiu por ter se segurado na porta de vidro - Eu quero dormir, só isso. - Disse ele, me aproximei e fui ajudá-lo a recuperar as forças e ele me afastou com um pouco de agressividade - Por que você usa tanta roupa?!! - Esbravejou de repente e eu recuei um passo pra trás.
  - Vlad, é melhor você ir tomar um banho pra refrescar a cabeça... - Comecei a dizer e ele me interrompeu.
  - Você podia usar menos roupa que nem aquela vadiazinha que eu matei... - Ele sorriu como se aquilo fosse digno de orgulho e então me alcançou, até tentei recuar mas ele me pegou pelo braço.
  - Vlad me larga, você está me machucando - Reclamei, ele estava apertando meu braço com brutalidade.
  - Vamos te despir um pouco? - Ele sorriu me assustando, tentei me soltar dele e ele me arrastou até a cama, me deitou na cama e logo a seguir deitou em cima de mim, tentei a todo custo escapar de suas mãos, mas não tinha muitos meios de fazer isso sem machuca-lo. Pressionei minhas mãos em seu peito tentando afasta-lo. Vlad começou a puxar minha regata tentando a todo custo arranca-lá do meu corpo.
  - Para Vlad! - Protestei e Vlad se aproximou beijando o canto da minha boca, virei o rosto e continuei a empurrar ele.
  - Para de relutar, você sabe que nós dois queremos isso - Disse ele e rasgou a bainha da regata entre as mãos.
  - Vlad já chega! - Esbravejei e ele segurou meus pulsos sobre minha cabeça me rendendo.
  - Você sabe que eu não vou te machucar, que nós dois vamos aproveitar, que você vai gemer de prazer e nós dois ficaremos satisfeitos... - Sussurrou contra os meus lábios e eu choraminguei, por que Vlad estava agindo assim? Logo ele que sempre foi tão bom comigo. Assim que Vlad tentou rasgar minha regata eu escapei de suas mãos e minha única reação instintiva foi estalar minha mão contra sua face. Foi um tapa com tanta força que ele caiu para o lado, o rosto dele ficou vermelho do tapa e de raiva. Sai da cama engolindo em seco, eu não queria ter batido nele, foi um acidente.
  - Vlad me desculpa, eu não queria que você fizesse isso comigo e por isso te dei esse tapa, me desculpa eu não queria - Comecei a gaguejar tentando me explicar e Vlad se levantou da cama vindo na minha direção.
  - Tudo bem - Falou e me agarrou pelos pulsos - Você vai sentir o mesmo! - Disse e senti a mão dele estalar contra o meu rosto, um tapa tão agressivo que me fez cair no chão. Me sentei colocando a mão na bochecha que ardia, lágrimas começaram a cair de meus olhos. Vlad me agarrou pela gola da regata me enforcando e colocou brutalmente meu corpo contra parede. Soluçei, eu estava com medo e não conseguia parar de chorar.
  - Vlad me solta! - Pedi entre soluços, as lágrimas não paravam de cair dos meus olhos. Ele me suspendeu do chão me segurando pelo pescoço.
  - FICA QUIETA! - Bradou - Minha cabeça esta explodindo - Praguejou e eu me encolhi com seus gritos. Então ele me soltou e eu cai no chão torcendo o pulso. Gruni de dor. Vlad estava se afastando, só agora percebi o quanto meu coração estava disparado. Me levantei do chão massageando o pulso dormente que latejava e Vlad parou diante da cama, mas hesitou ao simplesmente se deitar e então se voltou pra mim.
  - Você é uma ingrata sabia?!! - Bradou pegando uma latinha de refrigerante que estava no chão e tacando em minha direção, me esquivei e a latinha caiu perto do meu pé.
  - Do que você está falando?!!
  - Estou falando que eu te dei tudo o que você queria e precisava! - Bradou - Eu te dei roupas! Comida, um lar, te tirei daquela mansão de idiotas torturadores e você nem sequer me deixa te tocar sem dar chilique! - Disse e eu senti uma pontada no peito, aquilo me doeu, eu estava muito dependente de Vlad e não havia percebido e agora ele estava jogando tudo isso na minha cara, e além do mais estava insinuando que eu devia agradar ele como uma mulher faria.
  - Eu não sou uma vadia Vlad! - Gritei histérica e Vlad tacou outra latinha, errou de novo.
  - Está me enfrentando Luciana? Quer que eu te ensine de novo quem é o seu alpha?!! - Gritou nervoso, as veias em eu pescoço saltavam de tão exaltado que ele estava.
  - Para com isso! Eu não estou te enfrentando! Só não sou sua mulher nem sua escrava pra fazer os seus gostos! - Retruquei e Vlad tirou a regata ensanguentada me olhando com fúria.
  - Vou te ensinar quem manda aqui! - Disse entre dentes e tirou as calças, depois começou a se transformar, ele vai me matar! Recuei um passo pra trás tremendo, meu coração queria sair pela boca e eu ainda estava chorando. Eu não conseguia parar. Com mais alguns segundos um enorme lobo cinzento estava na minha frente rosnando pra mim, prestes a me destroçar inteira com aqueles dentes afiados.

Cadáver de Sangue IOnde histórias criam vida. Descubra agora