CapítuloXI- Confronto

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"Bang: Gritando e cedendo tentando assimilar, minha bonequinha estava viva, então a brincadeira ainda não vai acabar..."

Bang narrando:

  Jennifer olhou nos meus olhos, ela estava com raiva com certeza, estava usando toda a força que tinha de lobisomen. A cada pancada que eu levava ela quebrava um osso meu, e eu me lembrava da minha mãe cantando pra mim enquanto arrancava meus dedos com um alicate quando eu tinha cinco anos, mas eu não ligava mais, nem me importava mais com a dor. Tudo o que eu queria era encontra-lá. Minha doce bonequinha. Se ela estava viva meu projeto ainda não acabou, preciso tortura-lá mais....
  - Ei delegada - Gritei quando ela parou de me espancar. A melodia da música ardia na minha mente como uma chama dançante de uma lembrança feliz e perturbadora. A delegada me encarou com nojo eminente nos olhos, e uma fina camada de suor já havia se formado sobre sua pele, porém sua roupa estava intacta, sem um sequer amassado, ela iria gostar se eu a torturasse, cantando pra ela como minha mãe cantava pra mim.... Sua pele ficaria mais linda coberta por sangue do que pelos pelos de lobisomen....Abri um sorriso com o pensamento e ela tirou uma arma de fogo do cinto.
  - Fala verme! - Esbravejou ela jogando o cacetete no chão, e eu alarguei meu sorriso enquanto meu corpo começava a se regenerar.
  - Onde está a Luciana? - Perguntei educadamente, se ela não me responde-se eu iria ter de ser mais rudi com minhas palavras.
  - No mundo de "Nãote". - Falou ela e disparou um tiro no meu peito. Abrindo um buraco enorme no meu pulmão direito. Aguentei firme sem demonstrar expressão, ela não iria conseguir assim tão fácil me fazer demonstrar dor. Só duas pessoas no mundo conseguiram fazer isso.
  - Que não te?!! - Perguntei abismado e sem paciência, e ela sorriu de forma singela e maldosa.
  - "Não te" entromete! - Respondeu ela gargalhando, suspirei profundamente sentindo um gosto metálico na boca e meu interior onde estava o pulmão queimar como fogo.
Eu queria saber onde Luciana estava para ir busca-lá e essa polícial não está colaborando. Duvido que se eu estivesse quebrando seus ossos e injetando veneno de vampiro no sangue dela ela estaria tão valente assim. E fazendo piadas.
  - Onde ela está sua vagabunda?!! - Esbravejei eufórico e ela não arredou o pé, nem mesmo se assustou com meu grito cheio de fúria, apenas continuou me encarando com nojo.
- Você é repugnante seu verme. - Falou e então pegou uma faça que também estava em seu cinto e guardando a arma de volta se aproximou do meu corpo. Ela pois a faca sobre meu queixo e começou a cortar minha pele, lentamente, descendo cortes profundos pelo meu pescoço, começou a arder e meu sangue começou a vazar do ferimento descontroladamente. Meu máxilar enrijeceu, a faca não era apenas uma faca comum. Estava com água benta e símbolos cristãos contra demônios.
  - Mas que merda!!! - Esbravejei enquanto começava a pegar fogo minha pele, fogo de verdade, porém que ardia sete vezes pior que fogo normal, isso deixaria cicatriz. Jennifer continuava a descer a faca, agora estava na altura do meu peito.
  - Sente prazer em torturar um demônio? - Perguntei sorrindo malicioso tentando não gritar enquanto o fogo se espalhava pelo meu peito me enlouquecendo, mas minha face estava impassível a não ser pelo meu divertimento fingido , e iria continuar assim. Ela então cravou a faca no meu coração. Meu sorriso se desmanchou abruptamente. Estava queimando. Eu gritei e me debati tentando inutilmente tirar a faca do meu peito. Meus olhos encheram-se de água e eu comecei a bater os dentes de nervosismo. Começou a sair fogo de dentro do buraco do meu peito onde ainda estava a faca e Jennifer sorriu satisfeita.
  - O que você está sentindo... Foi exatamente o que a Luciana sentiu quando você cravou a estaca de madeira no peito dela. Dói não é? - Perguntou ela zombando e eu arfei sentindo calafrios percorrerem meu corpo, gemi de dor, parecia que algo dentro de mim estava querendo sair da minha pele me deixando queimar, gemi de dor outra vez e sem nem saber de onde veio, levei um soco na cara, supostamente de Jennifer, com tanta força investida, que virou minha cabeça ao contrário, os ossos trincaram por dentro e eu não consegui mover mais nenhum músculo do meu corpo, estava tudo paralisado. Nem falar eu não conseguia. Essa delegada vai me pagar caro quando eu for liberto. Eu vou vir atrás dela, e farei-a sofrer sete vezes mais do que eu.
  - Que foi lixo demoniaco? - Zombou ela - Um cão infernal comeu a sua língua pra você não falar mais nada??! - Perguntou ela com raiva. Quando percebeu que não iria obter resposta, foi para onde meu campo de visão poderia localiza-lá e então levantou o punho e disparou contra minha face, diretamente na testa. Sem poder fazer mais nada eu apenas apaguei.

....Casa do Vlad....

  Lucy narrando:

  Eu estava perplexa, haviam feito experiências comigo, as seringas que Rive e Bang injetaram em mim eram líquidos de veneno, para fazerem testes em mim, como se eu fosse um rato de laboratório.
  - Me perdoe Luciana eu não sabia que você não fazia idéia do que lhe fizeram. - Vlad pediu perdão mais uma vez e eu levantei os olhos para olhar para ele, minha visão estava turva e a voz dele parecia longe para os meus ouvidos, eu ainda estava atônia com tudo o que o mesmo me dissera. Ele havia me levado para o coreto depois que eu entrei em choque, completamente estupefata com a informação. Estávamos a praticamente uma hora sentados numa mesinha de lazer que ficava dentro do coreto, Vlad havia me oferecido água e café da manhã, acompanhado de uma garrafinha de sangue para que eu tomasse, mas eu não sentia fome, eu queria matar Bang e Rive, eles mereciam morrer, e eu mal sabia o que estava acontecendo comigo quando a transformação pra vampiro mudou... Passei os olhos por Vlad assentindo para que ele não ficasse se martilizando, e peguei a garrafinha de sangue que estava ao lado dos ovos com bacon. Abri ela e fiquei olhando para o líquido. O vermelho intenso, provavelmente era sangue fresco. De animal.
  Meu estômago embrulhou, eu não queria aquilo, eu queria sangue humano, era mais doce e atrativo do que o sangue de animal, que mais parecia ter gosto de borracha e mato. Me lembrei, contra vontade do sabor do sangue daquele garoto que Bang me fez matar, inconsciente da lembrança, poucos segundos mas o suficiente para ativar os nervos do meu corpo me deixando nervosa, as presas se libertaram e eu só percebi isso quando senti que elas cortaram meu lábio inferior. Vlad cobriu a boca com a mão, parecia que entendia o que se passava na minha cabeça e isso me intrigava, passei a língua no lábio inferior para limpar o sangue e abaixo os olhos. Coloquei o gargalo da garrafa na boca, sentindo o peso do olhar de Vlad sobre mim, e então virei a garrafa para que o líquido escorre-se até a minha boca, a garrafa estava cheia mas eu iria tomar devagar, não conseguiria tomar de uma vez, se eu o fizesse vomitaria. Tomei um gole e o líquido desceu rasgado minha garganta, deu um nó na minha garganta e eu fiquei zonza de repente, a garrafa escapou das minha mãos e eu abaixei a cabeça atordoada, aquele gosto de sangue gelado revirou meu estômago. Bati as mãos na mesa por impulso, tentando me segurar, eu ia cair da cadeira, escutei a voz de Vlad, parecia preocupado mas eu não conseguia enxerga-lo, levei uma das mãos ao meu nariz que estava ardendo e ela voltou vermelha, meu nariz estava sangrando. Cambaleei e senti mãos fortes se envolverem em meu braço e ao redor da minha cintura me segurarando para eu não cair. Tentei falar alguma coisa e sangue explodiu em minha garganta vindo direto pra minha boca, segundos depois eu estava vomitando, minha visão ainda embaçada, mas aos poucos eu conseguia sentir que podia controlar meu corpo de novo. Arfei sentindo um gosto metálico na boca, meu estômago revirou, o que será que estava acontecendo?
De repente, como num passe de mágica, tudo ao meu redor voltou ao normal, tirando pela minha visão que estava preta e branca, eu me levantei num movimento rápido impulsivo e pressionei meu corpo contra o de Vlad, eu não sabia o que estava acontecendo, parecia que eu estava inconsciente dos meus atos e gestos, mas ao mesmo tempo acordada o suficiente pra saber o que estava acontecendo, respirei fundo, Vlad colocou as mãos em minha cintura. O calor dos dedos dele pressionando minha pele queimava através da roupa que eu vestia.
  - Luciana... - Ele tentou falar e eu afundei minha cabeça em seu pescoço, praticamente me aninhando nele e então passei os lábios por sua pele, o cheiro forte do sangue dele enegreceu meus olhos e enrijeceu meu máxilar, boquiaberta eu sussurrei o nome de Vlad contra o pescoço do mesmo, ele segurou meu braços, tirando as mãos de minha cintura, eu queria me afastar dele, eu estava com medo de mim mesma, mas o cheiro do sangue dominou minha cabeça, meu coração estava disparado dentro do peito, e minha boca estava seca, quando minhas presas tocaram a pele de Vlad, eu enlouqueci, cedendo plenamente a vontade de ataca-lo.

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