CapítuloIX- Normalidade Obscura

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" Vlad: Se eu não gostasse tanto de rosas vermelhas, não teria escutado meu pobre coração, que se deixou apaixonar pela rosa mais linda e mais cheia de espinhos que um dia eu já vi...."

Vlad narrando:

- Luciana... - Falei seu nome e a jovem levantou a cabeça dos joelhos arquejando, e apontou a arma para a minha cabeça, eu estava abaixado ao seu lado e quase cai com o susto, ela tinha reflexos bem rápidos eu tinha que admitir, mas que eu não queria que ela estourasse meus miolos com uma bala de prata, eu não queria. Toquei sua mão levemente enquanto ela me encarava como se eu fosse uma ameaça. - Deixe-me me aproximar de você. Eu quero te ajudar. - Falei e assim que tentei me aproximar ela tirou a trava da arma, respirei fundo e bem devagar, tirei minha mão da sua e levei a mão ao seu rosto, ela pressionou o cano da arma debaixo do meu queixo e então eu toquei seu rosto. Sua pele era macia e delicada, Luciana era tão linda, limpei uma lágrima que rolava pela maça de seu rosto e ela piscou os olhos se acalmando, devia estar morrendo de medo de mim, dava para perceber seu medo pelo fato de que seu busto subia e descia rapidamente, seus batimentos deviam estar alterados concerteza. - Eu não quero seu mal... - Sussurrei e ela abaixou a arma, ficou parada me encarando com um olhar lamurioso e sofrido, eu queria fazer ela se sentir confortável, e já tinha ideia de como conseguiria fazer isso. Eu acariciei sua bochecha com meu polegar e fiquei a olhando com ternura, eu queria tanto saber o que ela estava pensando, saber o que pensava de mim.
  - Quer passear pelo quintal comigo? - Perguntei e ela travou a arma novamente - Fique com a  arma, pode atirar em mim se eu fizer alguma coisa. - Comentei sorrindo e ela abaixou a arma.
  - Não vai me machucar...? - Perguntou ela e senti meu coração se contrair de tristeza dentro do peito.
  - Não. - Falei e me levantei do chão estendendo minha mão para ela. Luciana hesitou a princípio mas logo aceitou, e então se levantou do chão.
  Ainda com a arma na mão de Luciana, eu a levei para o quintal, descendo escadas e passando pela sala de estar, finalmente chegamos ao quintal, a porta estava fechada, eram apenas sete horas da manhã, eu não tinha costume de deixar a porta aberta, peguei minhas chaves no cinto e abri as portas de vidro de correr que bloquearam nossa entrada para o quintal. Com um clique a porta se abriu e eu guardei a chave novamente no cinto guiando Luciana pelo caminho de pedras que havia diante da porta.
  - O caminho leva pra três lugares. A piscina; o coreto e o jardim; para onde quer ir? - Perguntei a Luciana e ela saiu pra fora da casa junto de mim me encarando pensativa.
  - O coreto. Eu gosto de coreto. Gostaria de ir pra lá. - Respondeu timidamente e eu assenti educadamente, começamos a andar pelo caminho de pedras que tinha fileiras de rosas vermelhas a cada lado. Luciana parecia receosa com tudo, até com as flores, eu queria deixa-lá mais confortável perto de mim. Pra que não ficasse tão pensativa e com medo.
  - Gosta de flores? - Perguntei tentando puxar assunto e ela acenou um "sim" com a cabeça. Talvez não estivesse tão familiaridade com palavras depois de tudo que passou. Quando pensei em falar sobre outra coisa, Luciana interrompeu meus pensamentos me fazendo uma pergunta que eu não esperava que ela fizesse tão cedo.
  - O que aconteceu depois que eu morri? - Perguntou e eu a olhei de soslaio sem perder a concentração do caminho para onde estávamos indo.
  - Não pensei que tocaria neste assunto tão cedo. - Admiti e assim que vi as repartições de três caminhos no caminho de pedras, passei meu braço em volta a sua cintura para guia-lá para o caminho do coreto, e fui recompensado por Luciana colocar a arma debaixo do meu queixo repentinamente. Respirei fundo, a encarando com receio.
  - Não toque em mim! - Esbravejou ela com os olhos arregalados, e eu tirei a mão da cintura de Luciana, erguendo  as mãos para o alto como forma de rendição. Estávamos parados diante dos três caminhos de pedra. E eu estava imaginando que para ela puxar o gatilho era só eu fazer um movimento brusco que ela já interpretaria como forma de ameaça.
  - Eu só ia trazê-la para o caminho que levava ao coreto. - Falei na defensiva e Luciana abaixo a arma.
  - Não precisa encostar em mim, poderia simplesmente ter falado a direção. - Falou ela como se eu fosse um retardado por ter tomado uma atitude diferente da que ela me propôs.
  - Eu não achei que você reagiria desta maneira. - Respondi um pouco estarrecido  e ela apontou a arma para mim novamente só que desta vez mirando na minha testa. Estranhei sua reação, eu só fiquei um pouco irritado e ela apontou a arma pra mim?!! Isso não tinha tanto fundamento quanto parecia... A não ser que ela tenha se assustado comigo por que quando era torturado Bang e Rive eram bravos e agressivos...é uma hipótese querendo ou não. Depois de assistir todas as filmagens que Bang havia feito enquanto ele e seu amiguinho doente mental a torturavam eu a compreendia. Passei a madrugada inteira assistindo as filmagens,eram onze semanas de tortura que a continha havia ficado lá sofrendo, eu ainda tinha que ler a agenda de Bang pra terminar de entender todo o caso de Luciana e o porque dela ter sofrido tudo aquilo, mas isso eu faria apenas a noite, depois que ela dormisse. Não quero que ela encontre as coisas de Bang, não antes de que eu entenda tudo o que aconteceu dentro daquela mansão. Todo o material que foi encontrado naquela mansão pelos detetives estava no meu escritório para que eu vê-se. Eu ia ser o advogado de Luciana e ferraria com Bang e seu parceiro de crime até que eles desejem nunca ter nascido.
  - Os seus agressores foram presos por cárcere privado e por exploração humana, pois para satisfazer seus prazeres doentes torturavam você. Serão julgados a prisão perpétua em um mês, e o conselho vai determinar a sentença final para Bang e Rive.- Respondi a pergunta de Luciana encobrindo o fato de que havíamos levado Bang e Rive para o esquisito antes de despacha-los na delegacia para serem presos. Eles haviam sido torturados a noite inteira e logo pelas dez da manhã Jung Kook e Zelo vão leva-los para a delegacia. E é  óbvio que eu vou estar lá para esfregar na cara de Bang que Luciana ainda estava viva. Eu só precisava convencê-lá a ir comigo...isto seria trabalhoso. Luciana arqueou as sobrancelhas parecendo confusa.
  - Conselho? - Interrogou enquanto abaixava a arma e eu me aprontei nos meus pensamentos para responder a sua pergunta.
  - Conselho sobrenatural, fizeram experiências com você, não é mais apenas uma vampiro e sim uma híbrida, neste caso o conselho foi acionado para punir Bang e Rive por a tratarem como ratinho de laboratório. - Expliquei e Luciana pareceu assustada.
  - Fizeram experiências em mim? - Perguntou ela e eu me senti culpado pela minha falta de delicadeza com as palavras. Eu pensei que ela soubesse por isso fui tão reto com o assunto.

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