Capítulo LIX - Sêlo Prisioneiro/ Parte 1

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  " Bang: Eu quero mais, mesmo sabendo que isso vai matar a nós dois."

  - Eu vou até o final do corredor ver se não tem ninguém, daí a gente entra. - Disse Vlad se referindo a porta que estava a um metro de distância de nós.
  - O Bang tá lá dentro, não tá? - Perguntei ofegante pela adrenalina sendo descarregada nas minhas veias e ele olhou dentro dos meus olhos.
  - Está. Mas se enfrentarmos ele juntos conseguiremos derrubá-lo. - Disse ele em resposta e então colocou meu rosto entre suas mãos - Ele pode ser forte, mas não tem controle sobre os monstros que criou. - Disse e então suas mãos escorregaram do meu rosto, quando ele foi se virar para se afastar eu segurei seu pulso.
  - Vlad...
  Ele não respondeu, me puxou contra seu corpo e selou meus lábios num beijo rápido e feroz, em seguida se afastou, correndo até o final do corredor e dobrando a esquina daquelas paredes gélidas e escuras e enquanto ele corria as palavras que ele me disse ecoaram pela minha mente, "ele não tem controle sobre os monstros que criou."
  Segundos depois eu escutei um estralo alto, e logo a seguir um som de alguém engasgado, senti mais cheiro de sangue mas não era do cadáver de Taehyung, era de Vlad.
  - Vlad! - Gritei e começei a correr até o final do corredor. Na metade do caminho eu parei, sentindo uma vontade desesperadora de chorar me invadir como se fosse choque.

  Rive estava no final do corredor.

Ele veio em minha direção, as mãos pingando sangue, as gotas vermelhas que caiam e se chocavam contra o piso gelado no chão pareciam as minhas lágrimas agora.
  - Lucy, você me ama? - E quando ele disse isso eu gritei, o mais alto que pude.

  - E-eu amo... - Respondi disparada, tentando numa falha esperança não sentir tanta dor do que ele faria comigo. Mas meu coração vibrou de alívio ao ver Vlad de pé, vindo atrás de Rive. O ombro dele estava bem machucado e escorria muito sangue de seu braço. Porém, mesmo assim foi em questão de segundos que Vlad alcançou Rive, e virou o pescoço dele pro lado. Quebrando a espinha. O estralo ecoou pelo corredor fazendo um barulho arrepiante e o corpo inconsciente de Rive caiu no chão. Vlad veio até mim, seu braço estava muito ferido, mas mesmo assim ele não se conteve, colocou suas mãos na minha nuca de forma gentil e me puxou para perto de seu corpo.
  - Eu pensei que... - Comecei a falar e ele roçou seus lábios nos meus, parecia ansioso. E isso parecia corroe-lo.
  - Vai ficar tudo bem. Vamos ser felizes.
  Meus lábios se curvaram num sorriso. Vlad passou a sua mão para o meu rosto, acariciando minha bochecha com seus dedos. Mas estavam frios. E então ele cedeu. Seus lábios se dissolveram nos meus, com tanto desejo que parecia que ele queria aquilo a muito tempo, como se estivesse desesperado por aquilo. E eu correspondi.

.... Flash Back on....

  - Não vou ficar embaixo de você! - Bradei furiosa olhando a face indignada de Adão, ele parecia não me compreender, mesmo depois dos meus diversos apelos - Eu fui criada do pó da terra como você, somos iguais! Não vou me deitar embaixo de você porque é o homem! Fomos criados iguais!
  - Não somos iguais! Você é uma mulher! Vai continuar embaixo de mim. - Disse ele e eu bati meu pé no chão com os olhos cheios de lágrimas.
  - Se é assim que me vê, como inferior a você, então não me faz falta, não preciso de você. Vou embora do Éden, diga ao Criador que eu lamento, mas não vou ficar embaixo de ti, homem. - Ao terminar de proferir minha decisão em alto e bom som, eu virei as costas e fui embora.
  Passei dias andando pela escuridão da terra, até finalmente encontrar àquele que me valorizava e que não me queria embaixo, mas que também me deixava ficar em cima. Aquele que soubesse me amar de verdade. Aquele que me queria ao seu lado e não embaixo.
  - Lilith... Querida venha. - Pediu o filho de Lúcifer com gentileza e então me estendeu a mão, eu sorri e então apareceu um clarão diante dos meus olhos, tão forte que eu não consegui mais ver o pai de meu verdadeiro amado, apenas ele.
  - Claro, Diabo.

.... Flash Back off....

  Vlad me beijou com mais intensidade, eu não sei porque eu havia me lembrado daquilo, nem sei o que era aquilo, por que na lembrança eu chamava o Vlad de Adão? E por que o Rive se chamava Diabo? E quem era o pai dele? E minhas veias entraram em choque. As mãos de Vlad desceram para as minhas omoplatas e me impulsionaram contra o seu peito, eu senti toda a paixão se manisfestar nele. Aquele beijo era apaixonado. E não de amor. A diferença estava no jeito, na frieza daqueles lábios, quando Vlad me beija é com desejo e seus lábios são quentes, e quem está me beijando agora está ansioso e gelado. Empurrei os ombros desse Vlad e tudo ao meu redor sumiu num piscar de olhos. Não literalmente sumiu, mudou. Não era o Vlad que estava na minha frente agora, era o Rive. Meu coração se contraiu dentro do peito.
  - O que está acontecendo? - Indaguei entre lágrimas, meu coração disparou de medo.
  - Era uma ilusão... - Disse Rive mórbido me olhando nos olhos, seu olhar parecia triste, como se ele estivesse extremamente decepcionado - Eu fiz você acreditar que era o Vlad porque eu queria saber, eu queria ter certeza que era ele que você amava e não eu... Eu ainda tinha esperanças de que você gostasse de mim, pelo menos um pouquinho. - Ele sussurrou e suas lágrimas começaram a cair de seus olhos. O Rive estava chorando??! Arregalei meus olhos em surpresa.
  - Rive... Você sempre soube que eu nunca te amei. Você me sequestrou, você me torturou, e depois de tudo ainda quer que eu tenha alguma coisa por você? - Sussurrei de volta e ele apertou meus ombros entre suas mãos.
  - Se você não quer me amar por bem... - Lentamente Rive foi investindo mais força pra segurar meus ombros, tentei me desvencilhar do aperto e ele investiu mais força, espremendo meus ossos - Vai aprender a me amar por mal. - Rive falou e então sua mão voou para o meu pescoço, ele me arrastou até a parede com a mão pressionada na minha garganta, eu forçei minhas mãos em seu peito e tentei empurra-lo pra trás.
  -  ELE JAMAIS VAI TE AMAR COMO EU! - Esbravejou Rive em fúria apertando seus dedos no meu pescoço com força e me chacoalhando brutalmente, quase me fazendo cair no chão, meu corpo inteiro tremeu com seu grito. Rive me pois contra parede com violência me fazendo arquejar e então bateu o punho na parede perto da minha cabeça. Ele estava com muita raiva.
  - Para. - Pedi assustada tentando conter sua força no meu pescoço e ele segurou meu queixo me obrigando a olhar pra ele.
  - Eu te amo Lucy! Eu amo você... E você tem que me amar de volta! - Gritou ele entre dentes e então se aproximou,  colando seu corpo no meu e me beijando, os olhos dele estavam vermelhos pelo choro, tentei virar o rosto e ele apertou minha garganta me sufocando e com a força investida em segurar meu queixo me obrigou a tocar meus lábios nos dele.
  - Para com isso! - Tentei pedir contra a boca dele, quase num grito do que num pedido e ele apertou meu queixo com mais força me impedindo de virar o rosto, quase deslocando meu máxilar.
  Mordi o lábio dele para fazê-lo soltar, mas ao invés disso ele me prensou ainda mais na parede, e apertou meu pescoço com mais força fazendo eu parar de respirar. Eu tentei gritar e não consegui.
  Então Rive se afastou repentinamente e me deu um tapa tão forte que eu cai no chão atordoada.
  - PARA DE ME REJEITAR! - Berrou ele e então eu senti uma pancada muito forte no meu estômago que me fez querer vomitar e sentir falta de ar e muita dor. Era um chute.

Cadáver de Sangue IOnde histórias criam vida. Descubra agora