" Jennifer: Eu não aguento mais, eu não consigo mais suportar..."
- Natalie! - Berrei olhando enquanto Bang soltava o coração da Natalie com desdém e tanto o corpo da menina quanto o órgão caiam no chão, manchando de vermelho o piso que antes era branco. O coração ainda estava pulsando.
De joelhos, vendo seus olhinhos abertos, eu me arrastei até ela, com o corpo estremecendo de horror pelo que Bang fez, eu não conseguia andar, eu não sentia mais as minhas pernas, eu não sentia mais a minha cabeça, aquilo tinha sido pior que ser penerada por uma arma, era mais do que eu poderia suportar. Eu matei um, na esperança de salvar o outro, e perder os dois mais inocentes dessa história pras mãos de assassinos desgraçados... Foi a gota d'água.
Quando alcançei Natalie, eu a peguei nos braços, chorando e soluçando, eu sentia meu rosto molhado, mas não conseguia limpar as lágrimas, meu coração estava tão apertado no peito. Eu só conseguia chorar alto, olhando pro rostinho dela, tantas e tantas vezes que ela tinha passado a tarde comigo, tomando chocolate quente e brincando com o Fenrir.
- Natalie... - Funguei, eu não estava mais nem aí com Bang, eu não me importava mais com ninguém. Eu só queria chorar, queria ficar encolhida no chão, abraçada com ela até eu ficar inconsciente. Eu perdi os dois... Os únicos que me amavam inocentemente e morreram sem nem ter culpa disso.
- Vamos Zelo. - Disse Bang e os dois começaram a se encaminhar pra fora do local. Eu não me mechi, só quando Bang parou na porta pra acrescentar - O Lee Joon passará a noite com você, espero que grite bastante. - E então bateu a porta a trancando por fora.Uma hora depois...
- Sentiu minha falta? - Perguntou e entrou na sala, me fitando com curiosidade, eu estava num canto da sala, encolhida na parede, com a cabeça abaixada, escondendo meu rosto entre os joelhos.
Escutei os passos de Lee Joon, até ele se abaixar na minha frente. Eu não queria olhar pra ele, eu não queria me mecher, meu corpo já havia se regenerado dos machucados, mas a minha mente estava a mil, me bombardeando por tudo que aconteceu.
- Que tal brincarmos um pouco? - Perguntou ele e colocou a mão na minha perna, o que por reflexo me fez abraçar minhas pernas para me afastar, eu conseguia me sentir como uma pequena criança de novo, uma menina inocente com medo do próprio irmão. - Eu quero ver você se transformar. Quero ter ver como loba, mostra pra mim como voce é linda. - Pediu ele com gentileza, e eu senti um nó se formar em minha garganta enquanto um carinho foi depositado nos meus cabelos. Era sempre assim, ele não mudou o seu jeito, começa carinhoso pra depois me enlouquecer.
Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos, cansada e cheia de raiva. Eu queria esmurra-lo até afundar o corpo dele no chão, queria matar todo mundo, e depois colocar os cadáveres cheios de sangue dentro de uma jaula, o Bang não é digno nem mesmo de ficar numa prisão, ele é um animal, e animais perigosos tem que ficar presos em jaulas...!
- Vai pro inferno. - Rosnei e cuspi na cara dele.
Lee Joon engoliu em seco, nervoso e então me fitou com ódio enquanto limpava o cuspe no rosto, só dava para ouvir nossas respirações, e então ele levantou a mão, me olhando nos olhos, e tentou me dar um tapa, mas por meus reflexos serem rápidos eu torci o braço dele. Vendo que o primeiro ataque deu errado, Lee Joon tentou me socar e eu chutei seu peito com força suficiente pra fazer ele voar a dois metros pela sala, pra longe de mim, e cair de costas no chão frio.
Me levantei do chão contra vontade e o encarei, mesmo que as lágrimas de raiva rolavam pelas minhas maças do rosto, eu estava firme.
- Por que você não volta a ser boazinha que nem antigamente? - Indagou ele se levantando do chão, mas estava calmo, o contrário de mim que estava pronta pra brigar - Eu não quero te machucar maninha, eu só quero tocar você, explorar cada parte do seu corpo... Basta você colaborar que ninguém se machuca. - Disse ele e eu levantei os punhos cerrados, preparada pra briga.
- Vem então. - Convidei rosnando e Lee Joon abriu um sorriso perdido em sua própria insanidade, aquele mesmo sorriso que destruiu minha vida naquela festa de aniversário, o mesmo sorriso de um palhaço assassino..... Lucy Narrando....
Senti meu pulso formirgar, logo de primeiro eu não entendi o que estava acontecendo, até que de repente senti algo pontudo furando a minha pele e atravessando meu pulso, estourando qualquer veia pelo caminho, até atravessar o outro lado.
Gritando eu me sentei abruptamente na cama, assustada, suando frio, e sentindo meu sangue começar a escorrer do machucado no meu pulso.
Assim que localizei uma silhueta feminina dentro do quarto senti uma mão estalar na minha cara, com força suficiente pra quase quebrar o meu pescoço.
Atordoada eu cai de novo nos travesseiros e me encolhi, meu pulso estava latejando, e meu sangue estava manchando o edredom.
- Então como se já não bastasse os irmãos, você ainda quer seduzir o Vlad? - Indagou uma voz feminina, ironizando os fatos e eu passei a mão no pulso tentando identificar o que era aquilo que tinham usado pra me machucar, era um prego.
Alcançei a parte superior e começei a tentar puxar, estava doendo muito. Mas parei quando uma mulher, envolta num vestido vermelho que valorizava suas curvas, se pois ao me lado com um martelo e pregos, um maior que o outro, nas mãos. Era a Sofia.
- Iai? O Léo comeu a sua língua? - Indagou ela com um sorriso maldoso e então colocou a mão no meu rosto, como se estivesse analisando alguma coisa, eu entendi o que era quando senti sua unha passar por onde eu tinha recebido o tapa, arranhando lentamente a minha pele, até sentir um filete de sangue surgir na minha maça do rosto - Não se preocupe, já que você não quer falar, eu mesma corto a sua língua. - E o sorriso dela, cheio de dentes afiados, se alargou.
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Cadáver de Sangue I
HorrorQual é a pior forma de morrer? Vamos descobrir juntos...? Lucy era uma doce menina, ajudava todos e vivia feliz...até acidentalmente se envolver com pessoas erradas e ter seu destino traçado por dois homens com distúrbios psicológicos. E depois de p...