Cadáver de Sangue I

Capítulo XXIX - Problemas Ocasionais

" Lucy: Eu não sei o que está acontecendo e eu acho que o Vlad vai morrer...."

   - O que?!! - Repliquei levemente me exaltando e Vlad tentou pegar na minha mão, a afastei de seu toque e me afastei dele desmanchando o abraço.
  - Luciana... - Começou ele e eu logo o interrompi.
  - Vlad, eu não quero que diga isso, não gosto que use esses tipos de liberdade sendo que eu não deixei! - Reclamei sentindo minhas bochechas queimarem, por que ele tinha que tocar nesses assuntos?!!
  - É que como agora você também é um lobo eu pensei que, talvez seus hormônios e seu temperamento ficassem mais desregulados... - Tentou ele explicar e eu cruzei os braços sobre o peito nervosa.
  - Eu não estou de TPM! Pare de tentar me manter sob controle! - Esbravejei e Vlad pousou calmamente a xícara de café no balcão onde se encontravam pilhas de papéis que antes ele estava lendo.
  - Calma! - Pediu Vlad e seus olhos confrontaram os meus - Eu não quero te controlar, eu só... - Vlad tentou se explicar e eu o interrompi de novo.
  - Está sim! Eu não consigo fazer nada sem a droga da sua permissão ou companhia! - Reclamei indignada e Vlad deu um passo a diante, se aproximando, e tentou alcançar minha mão, mas eu me esquivei.
  - Eu não te prendo, a questão é que você aínda não conhece a força que tem e eu preciso te orientar pra você..... - Vlad tentou dizer e eu o interrompi de novo.
  - Eu não preciso da sua orientação! Eu não preciso de você e eu quero sair daqui e vou sair - Afirmei decidida e Vlad alcançou meu braço, me segurando firme - E se você tentar me impedir eu vou quebrar seu pescoço! - Ameacei fulminando sua mão em meu braço e Vlad me deu um puxão, me fazendo acidentalmente confrotar o seu corpo, ficando cara a cara comigo.
  - Dá pra parar! - Esbravejou  nervoso e eu arfei irritada com a situação - Eu estou tentando te proteger, se você sair você fica a mercê de cometer uma loucura ou do Rive aparecer e te fazer mal. - Tentou explicar e eu bati minha mão em seu braço para que ele me solta-se, mas Vlad segurou ainda mais firme.
  - Me larga! - Esbravejei - Eu quero sair e ir pra um lugar bem longe de você! E você não pode me impedir! - Afirmei batendo o pé no chão e Vlad segurou meu outro braço que antes estava solto, tentando me render. Vlad juntou meus pulsos sobre seu peito pra me segurar e eu bati minhas mãos sobre seu peitoril musculoso tentando feri-lo.
  - Para de fazer isso! - Esbravejou ele e eu tentei chuta-lo para que me solta-se, foi neste exato momento que ele começou a me arrastar, quando percebi eu estava sendo jogada contra cama e Vlad estava de pé me fulminando com fúria - Eu estou tentando te proteger... - Ele explicou e eu chutei sua perna com a intenção de derrubá-lo e ele caiu na cama, praticamente em cima de mim, acidentalmente. Tentei estapeà-lo e Vlad segurou meus pulsos.
  - Me solta seu cachorro eu quero sair daqui! - Urrei forçando os pulsos mas Vlad não afrouxava a força que usava pra me segurar.
  - Para com isso! - Berrou ele e eu arquejei calando a boca e arregalando os olhos, meu coração disparou. Vlad me olhou dentro dos olhos, sustentando nossos olhares por um bom tempo em que não diziamos nada até eu tomar a iniciativa e me inclinar pra beijá-lo. Um confronto abrupto de nossas bocas que por um breve momento causou estranheza até mesmo pra mim, mas então Vlad começou a me soltar, eu passei meus braços ao redor de seu pescoço e Vlad agarrou minha cintura com firmeza intensificando o beijo. O desejo era tanto que pareciamos famintos pela boca um do outro, meu busto encostou no peito de Vlad e ele mordeu meu lábio inferior me fazendo arrepiar, me inclinei um pouco mais e sua boca desceu sobre a minha com ferocidade. Eu queria mais. Puxei Vlad contra o meu corpo e ele apertou minha cintura, me dando vontade de pender a cabeça e fazer algo que eu pensei que não fosse capaz de fazer, gemer. Vlad começou a beijar meu queixo, descendo da boca até chegar em meu pescoço, , e quando ele voltou pra minha boca faminto, seus olhos começaram a mudar de cor, segundos depois se afastou com os olhos arregalados e com o rosto muito pálido, ele não disse nada mas o jeito como ele estava empalidecendo me deu a entender que algo estava tremendamente errado.
  - Vlad... - Tentei dizer e ele caiu pro outro lado da cama pondo as mãos sobre o peito, na localização do coração - Vlad - Repliquei começando a ficar preocupada e me sentei na cama pra tentar ver o que aconteceu, Vlad não conseguia dizer nada, a única coisa que ele fazia era bater os dentes como se estivesse com frio e pressionar o peito.
  - Tem algo errado! - Gemeu ele e se levantou da cama rapidamente, me levantei pra ajudá-lo e assim que ele deu um passo eu tive de segura-lo para que não caísse no chão, ele se ajoelhou no chão e começou a tocir, tocir tanto até vomitar sangue, eu não sabia o que fazer. Corri pro banheiro liguei o chuveiro, peguei um pano, molhei com água gelada e corri de volta pro quarto deixando a água ligada, quando voltei Vlad tinha parado de vomitar mas estava tão fraco que parecia que ia desmoronar e cair no chão a qualquer momento, me aproximei e comecei a limpar sua boca com o pano, ele estava todo sujo de sangue e a camiseta estava bem manchada. Limpei seu rosto do sangue, e encostei ele na parede sentado pra que não caísse. E como num passe de mágica ele começou a melhorar em segundos, não estava mais tão pálido e parecia conseguir levantar. Eu estava do seu lado, esperando que ele dissesse que estava com dor ou alguma coisa, mas a única coisa que ele me disse foi.
  - Você esqueceu de desligar a água do chuveiro.
  Encarei ele estupefata, ele teve uma crise terrível de sei lá o que, e ao invés de dizer "não se preocupe estou bem agora" ele me diz pra desligar o chuveiro! Corri do quarto e desliguei o chuveiro, quando voltei Vlad estava tentando se levantar do chão se apoiando na cama. Fui ajudá-lo e ele passou um braço sobre o meu ombro.
  - Me leva pro banheiro - Pediu com a voz rouca, era evidente que ainda não estava bem, ele parecia muito fraco - Eu preciso tomar um banho, temos uma longa viagem até o tribunal do conselho onde vão julgar o Bang.
  - Mas... - Tentei contestar e Vlad negou com a cabeça.
  - Não podemos deixar de comparecer, eu sou seu advogado, e eu preciso ver aquele desgraçado ser executado, independe do que esteja acontecendo comigo, quando voltarmos eu descubro o que é e me curo, agora precisamos focar no problema real.
  - Mas Vlad você não está se aguentando em pé! - Tentei protestar e Vlad apontou pro banheiro.
  - Não se preocupe comigo, não há nada que um banho não resolva. - Relatou ele e eu o levei pro banheiro, o ajudei a tirar a camiseta que ele pediu e então sai do banheiro, a calça e o resto ele se virava pra tirar sozinho, me sentei na cama, eu ainda estava preocupada, o que será que está acontecendo??...