Cadáver de Sangue I

Capítulo XXXV - O Cadeado e a Chave

  " Lucy: Será que é pecado gostar tanto assim de uma pessoa....?"

  Me ajeitei e puxei Vlad pelo colarinho, ele ficou muito próximo de mim, ele disse pra me acalmar não disse? Então, não sei como fazer isso se não tomar uma atitude. Aproximei meu rosto do dele, nossos lábios quase se encontrando, as minhas terminações nervosas dos dedos formigando, meu coração pulsou dentro do peito e eu selei nossos lábios, a princípio Vlad arfou levemente e pegou na minha cintura pra me levantar, aprofundei o beijo e nossas línguas se encontraram, quando Vlad conseguiu se levantar e me por de pé, ele me encostou na parede, estávamos debaixo do chuveiro, e a água estava caindo sobre nossas cabeças, e molhando nossos corpos. Vlad pressionou seu corpo no meu, e desceu sua boca sobre a minha mordendo meu lábio inferior, eu nem sentia mais meus machucados e a raiva se esvaiu da minha pele como se fosse sujeira que tivesse sido tirada pela água e ido embora pelo ralo. Passei meu braços pelos ombros de Vlad e o puxei mais ainda do que ele já estava perto, o barulho da água caindo era docemente escutado e Vlad subia suas mãos, ele colocou as mãos em minhas costas e me puxou mais contra seu corpo como se pudesse nos fundir em apenas um corpo, um desejo ardente subia pelo meu peito, eu queria mais! Mordi o lábio de Vlad e me afastei por um breve momento pra respirar, quando abri os olhos, os olhos azuis de Vlad carregados de intensidade confrontaram os meus, não hesitei e fechei os olhos avançando, retomando o beijo com vontade, desci um pouco as mãos e apalpei os braços fortes de Vlad que me prendiam, Vlad desceu da minha boca e foi para o meu pescoço, minha pele arrepiou e eu contive um gemido enquanto pendia a cabeça pra trás.
  - Vlad... - Balbuciei enquanto Vlad me mordia.
  - Por que você me enlouquece.....? - Arfou Vlad sorrindo contra minha pele e eu arrepiei de novo.
  - Você quer me morder...? - Perguntei me endireitando pra olhar em seus olhos, Vlad me olhou nos olhos e se aproximou para morder meu lábio inferior, deslizei minha mão em seu peito.
  - Você está um pouco fraca... Você não quer se alimentar? Hoje eu deixo você me morder... - Sussurrou contra os meus lábios e eu abri um sorriso.
  - Eu quero... - Falei e troquei nossas posições colocando Vlad contra parede, ele continuou com as mãos em minhas costas e eu encaixei minha cabeça em seu ombro, depositei um beijo suave sobre a pele do pescoço de Vlad e senti minhas presas crescendo com o cheiro do sangue, cheiro de sangue forte, sangue de líder que é adocicado. Cravei as presas no pescoço de Vlad e ele ofegou e me segurou com firmeza. Suguei o sangue de Vlad. Um sangue saboroso que fez com que todos os meus ferimentos cicatrizassem na mesma hora.

  Depois de ter tomado um pouco do sangue de Vlad eu parei, não queria machuca-lo apenas recuperar as minhas forças. Vlad estava um pouco cansado por causa da doação de sangue, ele me deu um selinho, desligou o chuveiro e segurando minha mão me arrastou pro quatro, em seguida me deu uma toalha branca, algumas roupas confortáveis, confesso que fiquei com vergonha quando ele tocou na minha gaveta, tive que impedir que escolhe-se a langerie que eu ia usar, eu morreria de vergonha se ele tocasse em qualquer uma das minha calcinhas, depois que eu escolhi a langerie, Vlad me disse pra ir tomar banho, também me disse que ia pedir uma pizza e algumas guloseimas já que não íamos mais sair, havia acontecido tanta coisa que seria mais tranquilo se não saissemos na rua agora a noite. Deixamos pra sair no dia seguinte, hoje permaneceriamos no hotel.
  Fui pro banheiro, sinceramente, depois de ter tomado o sangue de Vlad eu me sentia com disposição pra correr pela cidade inteira de a pé sem me cansar. Tranquei a janela e fechei as cortinas. Tirei o vestido rasgado e ensanguentado, entrei no box e liguei o chuveiro. Quando a água quente do chuveiro caiu no meu corpo estremeci, lembrando do que tinha acabado de acontecer. Eu ainda podia sentir a pressão que os lábios de Vlad fizeram contra os meus enquanto ele me beijava. Podia sentir a pele na cintura e nas costas onde ele tocou queimar. Enquanto pensava levei a mão involuntariamente pra boca, tocando meus lábios, me lembrando dos beijos, do calor, da ansiedade por mais. Um sorriso se formou nos meus lábios e eu comecei a tomar banho.

  Penteei meus cabelos, estava usando uma calça moletom preta que ficava um pouco colada nas pernas e uma regata branca, eu estava descalço também, havia tirado o salto, mas não me importei tanto, o chão não estava gelado. Depois de terminar tudo sai do banheiro, e me deparei com uma cama infestada de comida, vários cds espalhados no travesseiro e Vlad sentado na cama, com uma toalha e algumas roupas no colo e terminando de comer um lanche que era três vezes maior que a mão dele poderia segurar. Quando me viu ele abriu um sorriso e apontou pra cama.
  - Nossa, quanta comida- Comentei e Vlad tomou refrigerante pra terminar de engolir, seu lanche havia acabado, e quando ele esvaziou a boca a limpou na toalha.
  - Somos lobos. - Respondeu - Comemos muito mais do que você conseguiu raciocinar agora. - Concluiu e eu pensei que ele estava brincando mas não estava.
  - Isso significa que vou ficar gorda? - Perguntei apreensiva e Vlad sorriu se levantando da cama.
  - Nem a Sofia nem a Jennifer são gordas - Disse e então acrescentou - E eu como pra caramba e não engordei até agora. - Disse soltando uma risada gostosa e então foi pro banheiro tomar seu banho. Me senti na cama, tinha seis caixas de pizza, 4 garrafas de três litros de refrigerante cada, cinco lanches enormes iguais ao que o Vlad estava comendo, três potes de sorvete de dois litros, e etc....etc....etc.
  Meu Deus quanta coisa! Comecei a comer, mas por mais que eu pessasse que não aguentaria tudo, eu me sentia com tanta fome que não conseguia parar de comer, Vlad tinha razão, meu estômago está parecendo um saco sem fundo. Depois de comer dois lanches que eram enormes, tomar três litros de guaraná e comer uma barra de três quilos de chocolate sozinha, Vlad saiu do banheiro, ele estava com um jeans desgastado e uma regata preta de academia, todas as tatuagens estavam à mostra, principalmente a de uma pena cinza no pescoço. Quando olhou pra mim abriu um sorriso.
  - Escolheu um filme pra gente assistir? - Perguntou curioso e eu balancei a cabeça negando, não dava pra falar, minha boca estava cheia de bombons, eu me senti um esquilo que enchera as bochechas de nozes. Mastiguei e engoli tudo.
  - Não deu, a comida ocupou meu tempo. - Comentei pegando mais bombons e Vlad veio até a cama e se sentou do meu lado, pegou um bombom e pois na boca. Enquanto mastigava recolheu os cd's do travesseiro e espalhou sobre a cama entre o pouco espaço que havia entre nós.

  Para escolher tinha 10 filmes:
_Drácula " a história nunca contada"
_Mama
_Invocação do mal 1
_Invocação do mal 2
_Enrolados
_A órfã
_A pequena sereia
_Anjos da noite
_Guerra mundial Z
_Exorcista

  - Tenho medo de filme de terror mas adoro - Comentei comendo mais um bombom e Vlad sorriu - Mas, como tenho muitos pesadelos não sei se é bom assistir filmes muito pesados.
  - Eu também tenho medo e adoro. - Confessou e eu peguei outra garrafa de refrigerante.
  - Desenho animado eu não quero assistir. - Falei e abri o refrigerante e antes de começar a tomar acrescentei - Que tal drácula?
  - Ok. - Concordou depois de alguns instantes pensativo - Não é tão forte e tem cenas interessantes... - Vlad abriu um sorriso malicioso e eu taquei um bombom nele.
  - O que está ensinuando com isso? - Indaguei e ele tacou outro bombom em mim.
  - Que tem uma cena caliente no meio do filme que vai me dar motivos pra te agarrar.... - Disse e eu acabei rindo involuntariamente.
  - Mal começou o filme e você já está pulando pra parte dos beijos...! - Brinquei e Vlad deu risada.
  - Vou colocar logo esse cd.