.... Luciana narrando ....
O coração estava tão acelerado que quando Taehyung alçou o primeiro vôo com suas asas eu pensei que meu coração fosse explodir dentro do meu peito, Vlad estava sendo deixado para trás com um moribundo, porém, aquele moribundo era o Bang.
Eu queria gritar, podia sentir o peito reverberar meu choro desesperado, implorando para não deixar ele lá, enquanto lentamente meu coração se partia, mas nada além das lágrimas saiam.
Agora a dor da garganta estava se intensificando, Taehyung nos segurando parecia quase febril, o corpo tremia demais, ele estava suando frio e pelo que percebíamos estava perdendo altitude.
- Tae - Jennifer o chamou, ele estava gemendo de dor, cerrando os olhos enquanto batia as esplendorosas asas negras para cada vez mais alto, trêmulo, e com o corpo cada vez mais quente, subindo o máximo que podia, até gritar. Ele levantou a cabeça pro céu, um raio partiu as nuvens e de repente suas asas se desintegraram, como se fossem poeira negra se dissolvendo no ar, enquanto as veias saltando em sua garganta latejavam, o máxilar cerrado enrijeceu mais e ele gritou com lágrimas escorrendo pelo rosto, agora mais alto, mais doloroso, num choro absurdamente carregado de amargura e sofrimento, e então nós três caímos.Quando meu corpo atingiu a água parecia que eu tinha caído em cima de uma rocha, senti todas as costelas quebrarem na mesma hora, a Jennifer gritou, e eu mal pude fazer isso e já estava afundando, enquanto Tae, a poucos metros de nós havia perdido a consciência enquanto seu corpo afundava na água salgada.
.... 6 horas depois ....
Exaustão.
Era o que tomava todo o meu corpo depois de horas à mercê do mar e suas ondas. Tae para a sorte minha e da Jennifer havia acordado e nos guiado para floresta, numa clareira perto da praia onde ele disse que conseguiríamos ajuda. E foi assim que ficamos depois de sair da água, parados numa clareira na floresta, esperando pela ajuda que o Tae tinha chamado. O cansaço era tanto, que eu mal conseguia chorar pelo Vlad depois de tantas horas na água. Os ossos, agora restaurados, dentro do meu corpo pareciam líquidos e eu estava zonza, como se meu corpo e a minha mente pudesem ceder ao cansaço a qualquer momento.
- Que tipo de ajuda você chamou? - Perguntou Jennifer a Tae que estava sentado embaixo da luz solar de fim de tarde, enquanto fitava uma árvore aparentemente antiga demais para ser do meu século.
- O Conselho. - Respondeu Taehyung e ela abraçou os joelhos, apreensiva, mas antes que pudesse fazer a próxima pergunta ele já havia lhe respondido - Você conhece os agentes, não é mais uma armação do Bang, dessa vez vocês vão pra casa, estão livres de verdade.
- Você conhece o Bang a bastante tempo, - Comecei a falar, ainda sentindo a estranha sensação ao falar por causa da garganta recém-curada - Acha que o... Acha que ele morreu por ter ficado lá pra segurar o Bang? - Perguntei, com o coração apertado de receio pela resposta e Tae olhou pra mim encarecidamente.
- Eu sinto muito Lucy, as chances dele ter sobrevivido são muito poucas. - Me respondeu e Jennifer se atenciou a fazer outra pergunta, enquanto eu me fechava de novo.
- E você acha que o Bang realmente morreu? A facada que eu dei deveria tê-lo matado, mas ele ainda tinha ficado em pé. - Ela sussurrou as últimas palavras, perturbada com a ideia e Tae se levantou, parecia ter avistado alguma coisa ao longe, de onde o sol ia embora lentamente.
- Você realmente o matou, mas saiba que nunca é um fim realmente. - Afirmou Tae, deixando suas palavras pairarem no ar como se fosse um enigma, e então deu as costas e começou a se afastar de nós duas.
Eu e a Jennifer nos levantamos assim que percebemos o que ele estava fazendo.
- Aonde vai? - Perguntou ela apreensiva e eu percebi uma leve carência em seu tom de voz, misturada com preocupação, como se houvesse mais intenções em seu olhar. Taehyung se voltou na direção dela como se pudesse ter sentido no ar, e assim que se virou aquele divertimento travesso característico se atenuou em seu rosto, enquanto ele passava a língua nos lábios. Lentamente seus olhos cintilarem num brilho azul antes dele responder. Olhos de gato.
- A carona de vocês chegou, agora eu já posso ir embora também. - Ele disse e sem nos dar tempo de mais perguntas ele desapareceu, literalmente. Se dissolvendo no ar e se transformando em nevoeiro, enquanto um carro preto, todo blindado se aproximava da clareira, passando pela trilha de terra até chegar a nós duas e parar na nossa frente. Por um instante tive medo, mas as palavras de Taehyung se soltaram na minha mente, sobre liberdade de verdade... Isso parecia ter um gosto familiar, e tão falso, por mais que dessa vez não fosse mentira.
A porta do carro se abriu, e Jennifer pegou na minha mão, as duas temiam, mas eu percebi que ela relaxou quando viu quem havia saído do carro. Um homem.
- Yesung... - Ela falou exasperada e ele, um tipo alto e loiro, todo de preto com um olhar triste no rosto, correu na direção dela para toma-la num abraço. Aparentemente ela o conhecia e pelo visto dessa cez não seríamos enganadas, a pena é que Vlad não teve a mesma sorte que a nossa...
Sem que percebesse eu também já estava sendo puxada pro abraço deles, e num choro silencioso os três começaram a se consolar, o agente consolando as duas vítimas de tantos psicopatas e sociopatas. Acho que nunca mais passo perto de um psicopata. Não depois de tudo, se eu puder evitar farei todo o possível.
Logo depois de acalmar os corações perturbados e abalados, já estávamos dentro do carro indo embora. Pra bem longe dalí, junto com o sol..... 2 dias depois....
...Conselho_Sala de Reuniões dos Anfitriões...
.... Mark Narrando....
- Creio que todos os documentos e a planta da casa já estejam em seu alcançe de acesso Senhor Tuan. - Alternou o presidente do Conselho e eu passei meus olhos pelos demais membros sentados conosco a mesa, analisando calmamente um por um dos meus espectadores.
- Agradeço sua atenção Senhor Silas, mas eu já havia procurado por tal. Tenho mapeado cada entrada e saída existentes na residência e estudei todas a spartes vulneráveis da alcatéia e o que eles precisam melhorar, tanto como lobos quanto na segurança da casa. Qualquer um que seja, só conseguirá entrar no local, se eu permitir. - Esclareci, detalhando minha estratégia de maneira clara e direta e Silas arqueou uma sobrancelha na minha direção, impressionado com meu esforço. Era pouco comparado a tudo que eu preparei, tenho vários planos pra cada um dos cômodos da casa, ou então os membros da alcatéia, nenhum deles vai me escapar, muito menos os adversários. Dessa vez o Bang não terá escapatória.
- Impressionante! - Exclamou Silas, abrindo um meio sorriso, e então se levantou, olhando-me da cabeça aos pés para garantir se estava investindo no agente correto. Ele estava mais do que certo. Eu seria o único a fazer, o que ninguém seria capaz. Mas ainda me restava conferir uma última informação.
- Antes de fecharmos Senhor, - Intervi me levantando - Eu gostaria de saber o que houve com o corpo do último alpha? - Indaguei, esperando pela resposta e Silas coçou o queixo num impulso curioso, enquanto com a outra mão livre ele pegava a pasta amarela sobre a mesa, pasta pra me entregar sobre as duas vítimas dos doentes mentais mais procurados pelo Conselho, Jennifer e Luciana, resgatadas a dois dias atrás nos arredores de uma vila, vizinha a Chernobyl.
- Vlad foi encontrado no salão principal do castelo, tudo estava abandonado, tinham vestígios que foi evacuado as pressas, porém o nosso pessoal não encontraram digitais e muito menos DNA pelo castelo, só o corpo do alpha. Pela autópsia os especialistas chegaram a conclusão que ele teve os ossos esmagados e havia uma grande quantidade de veneno de cobra em seu sangue. Obra do psicopata Bang. - Explicou Silas e respirou fundo estendendo a mão na minha direção.
- Obrigado pela informação. - Agradeci apertando sua mão com firmeza e ele segurou o aperto por mais um instante, enquanto dava o último recado para encerrar a reunião.
- De nada. Espero que você seja melhor que o último. Aquela alcatéia precisa de um alpha, e as meninas, de um agente capacitado por perto. - Afirmou e soltou minha mão.
Com um aceno de cabeça eu peguei a pasta amarela e segui rumo a porta, determinado a cumprir minha missão, mesmo que isso custasse muito do meu sangue. E eu sabia que ia custar, mas estava disposto a conseguir o que queria, não importava o que fosse necessário para obter....Fim...
Enfim Cadáver de Sangue chegou ao fim, e o dois já está a caminho queridos leitores, porém não será postada tão cedo!😄
Obrigada a todos por terem me acompanhado até aqui durante todo esse tempo! Muito obrigada mesmo! E queria agradecer a Jenifer por toda ajuda e apoio desde o princípio de tudo, você deu vida a essas páginas Jeni, muito obrigada!
Cadáver de Sangue 2 tem previsão para ser postada dia 17/11/2018 no Sábado. Não me abandonem em!
Já vou deixar a capa pra vcs conhecerem, e aviso que Cadáver de Sangue 2 trará muitas confusões... Mais do que vcs viram no 1😄!Ah e antes de encerrar, obrigada pela capa maravilhosa Jeni!
Bjs.
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Cadáver de Sangue I
HorrorQual é a pior forma de morrer? Vamos descobrir juntos...? Lucy era uma doce menina, ajudava todos e vivia feliz...até acidentalmente se envolver com pessoas erradas e ter seu destino traçado por dois homens com distúrbios psicológicos. E depois de p...