Quais questões te incomodam? Quais ideias podem ser aplaudidas? Por que? Como? Onde? Com quais propósitos? Quem é você? Quem somos nós? Para onde vamos? O que está acontecendo?
Somos bilhões de vidas envoltas em perguntas; bilhões de mentes question...
"Um homem branco chega na aldeia, e se apaixona pela nativa mais bela!"
Calma gente, o filme de hoje não é Pocahontas. Nossa mocinha é azul, tem 3m de altura, e uma bela cauda.
"Cauda?" você pensa.
Siiiiim, cauda!
Já adivinharam o filme né!
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O longa de James Cameron gera divisão de opiniões em todos os fóruns que se possa imaginar. Para uns é apenas um filme de ficção e ação, com belos efeitos especiais, mas sem conteúdo; para outros é uma bela história de amor, um belo roteiro, e etc. Em qual time você se encaixa?
Bom, eu proponho conversarmos um pouco sobre isso. "Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia", já dizia Shakespeare. Então, vamos conversar?
Resumindo, a história começa com Jake Sully, ex fuzileiro paraplégico, sendo intimado a ocupar o lugar do irmão cientista falecido numa expedição à uma terra alienígena. Jake foi escolhido apenas pela semelhança genética com seu irmão gêmeo; o avatar (corpo sintético semelhante ao dos nativos) custava caro demais para ser descartado, e eles precisavam prosseguir as explorações no planeta Pandora.
Quando o cenário do filme muda para Pandora, nota-se uma divisão de ideias. De um lado estão os cientistas paz e amor, que tem o interesse em conhecer, catalogar, e compreender aquele mundo; do outro, forças militares com um objetivo mais obscuro - objetivo esse que torna Jake o pivô da trama. Por ser militar, ele se torna uma espécie de espião em Pandora, com a missão de se aproximar e conquistar a confiança do povo objetivando descobrir a fonte das riquezas minerais.
Mas ao invés de conquistar, Jake foi conquistado pela bela Neytiri, filha do líder do povo, comprometendo sua missão.
Os Na'Vi, como todo povo, tem suas próprias crenças e costumes, além de uma conexão muito forte com a natureza. Através de uma árvore mística, que liga tudo e todos em Pandora, eles obtém sua energia, e guardam a memória de seus antepassados.
Até aqui, ficção, romance, aventura, gente azul de três metros pra todos os lados, um belo visual, nada demais. Mas, se olharmos mais de perto, perceberemos ali uma atividade muito comum à nossa raça (humanos), um verdadeiro cliché histórico: colonização, extração de riquezas, catequização. O sentimento de superioridade da raça ultrapassa os limites da Terra.
Diante da ganância dos terráqueos, todo um povo é posto em risco; toda uma história ameaçada. Somos nós os invasores dessa vez, e não agimos diferente dos aliens que invadem nosso planeta nas super produções de Hollywood.
Olhando mais de perto ainda, James Cameron nos faz refletir sobre nossas atitudes em relação à natureza. Consumismo, poluição, desmatamento... atrocidades que praticamos contra nosso próprio lar.
Outro ponto a ser observado é o momento final do filme, onde Jake tem a chance se tornar pra sempre um Na'Vi, libertando-se da limitação de seu corpo humano, mas ao mesmo tempo, deixando toda uma vida para trás. Deixar de ser humano, e se tornar um alienígena. Mas, se pensarmos bem, o que é SER humano?
O que faz de nós humanos?
Por definição o significado do termo "humano" é relativo ao homem; mas o segundo significado é "bondoso".
Pensando nisso, ele deixou de ser humano ao se tornar Na'Vi?
Na minha humilde opinião, não. Há tantos humanos desumanos por aí, não é mesmo?!
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