Harry Potter– J. K. Rowling.
Olá, maravilhosos amigos que acompanham o projeto "Vamos Conversar". No Livros que viraram filme desta semana lhes apresento a breve análise da inesquecível obra de Joanne Kathleen Rowling . É impossível falar de J. K. Rowling sem mencionar a saga "Harry Potter". Mesmo correndo o risco de ser rechaçado, acrescento, se analisarmos fama, na relação entre a obra e a escritora, a criação acaba precedendo a própria criadora. Por mais que a ilustríssima autora da saga seja reconhecida também por outras obras, nenhuma destas está no imaginário popular como as aventuras do jovem bruxo órfão. É duro quem nunca tenha tido contato com a saga, seja nas páginas dos livros, seja nas telas de cinema e tevê. O mundo dos bruxos criado do Rowling é uma febre ontem, hoje e sempre. Então, vamos começar?
"Vamos sim, Wagner. Eu amo Harry Potter".
Pois é, não é apenas você. É impossível não apaixonar-se pela história criada pela grandíssima escritora Inglesa. Por mais que haja muitos que apresentam críticas negativas quanto à série, nada muda a realidade: mesmo "Harry Potter" sendo uma série de livros para um público "mais jovem", tem o poder de prender em suas páginas pessoas de todas as idades. A narrativa leve e fluida é um combustível que nos impulsiona a ler, ler, ler, ler e não parar até que o último capítulo finde.
"Mas só isso, Wagner? Poxa!".
Diferentemente das adaptações cinematográficas, as informações contidas nos livros se unem como peças de um quebra-cabeça. Para quem não chegou a lê-los, imagino que tal afirmativa não apresente juízo, porém a verdade continua absoluta: os livros são grandiosíssimas obras primas, dignas de muitos mais superlativos e de toda multidão de fãs que ganhou.
Há um apontamento verídico quando se comenta "Harry Potter". Existe preconceito acerca dos livros. Eu mesmo, sendo influenciado por tais pensamentos, muito relutei antes de aceitar ler o primeiro livro da série, e confesso também, apenas o comprei porque estava na promoção. Mas nunca cheguei a arrepender-me. Assim que li "Harry Potter e a pedra filosofal", tornei-me mais um zumbi na legião de fãs de Rowling. Se você não cogitou ter a série em sua biblioteca por vergonha de ser "flagrado" tendo prazeres na leitura de um livro infantil, siga meu conselho: largue mão de tal preconceito, pois a obra justifica a fama que detém.
"Eu já li, Wag, vamos conversar hoje?".
Vamos sim, meu amiguinho. Por mais que a obra destine-se, em prima, a um público infanto-juvenil, esta tem diversos pontos dignos de reflexão, mas destes retirei apenas três. Refletiremos sobre três tópicos que se apresentam nas entrelinhas da saga. O primeiro é...
"Eba, vai falar do poder da amizade, Wagnerzinho?".
Em primeiro plano temos aquele maniqueísmo padrão, clássico de obras com proposta do tipo. Porém, o cérebro criativo da vez está na presença singular e contraditória da ideia que sussurra "todos temos o bem e o mal dentro de nós".
Se nem mesmo o próprio Harry escapou de ter um pedacinho do mal dentro de si, quem dera a nós, meros trouxas, sermos imunes à maldade que rodeia nossos espíritos.
Todos temos uma centelha de crueldade dentro de nossos corações; uma gota de ódio e preconceito no mar de nossas consciências. Todos temos o poder de fazer coisas grandiosas, caro leitor. Agora, por seu turno, cabe a cada indivíduo escolher se fará coisas grandiosas para o bem ou para o mal. Um alguém pode encontrar a cura para uma doença agonizante ou inventar uma nova arma que será o símbolo de genocídios; pode propagar descriminações da mesma forma que consegue levantar bandeiras brancas; pode tirar um teto de alguém semelhantemente conseguiria dar um prato de comida para outrem esfomeado. Escolhamos se faremos coisas grandiosas para o bem ou para o mal... somos predestinados.
Bom, amigo meu, o segundo ponto a ser abordado é...
"Eba, agora você vai falar do poder da amizade?".
Desculpa, mas não. O segundo ponto desta quinta-feira está no desafio de manter-se reto nos ideais de conduta depois de uma abrupta mudança de realidade. Harry Potter foi por muitos anos um órfão, pobre, solitário e subjugado. Contudo, de um momento para o outro seu mundo mudou. Descobriu-se diante de um grande cofre transbordando riquezas, ganhou amigos leais e de um "nada" tornou-se "Harry Potter, o garoto que sobreviveu". Como manter-se íntegro aos seus valores agora? Harry conseguiu. Mas e você, caro leitor honesto, se hoje tirasse a sorte grande na loteria, mudaria algo nos próprios conceitos de moral e ética?
"Eba, agora ele vai falar do poder da amizade".
Por fim, caro interlocutor estimado, trago à coluna livros que viraram filme uma análise filosófica que li há alguns meses na grande rede de computadores. Esta assevera sobre informações contidas no segundo volume da série. Em "Harry Potter e a câmara secreta" temos a libertação de Dobby, o elfo doméstico. Quando o escravo recebe do amo um pé de meia acaba ganhando a liberdade. Sobre tal fato do livro o texto arguia "Dobby deixou de ser escravo porque a meia quebrara um feitiço, ou a escravidão era psicológica, e quando ele presentado fora, passou a sentir-se livre?".
Partindo dessa premissa, pensemos acerca do grande número de casos de violência domestica no Brasil. Por que tantas mulheres sofrem caladas? Por que tantas vítimas aceitam tais condições degradantes? Será que é medo? Sim, a grande maioria não reage por sentir temor.
Indo além do medo, há aquelas que suportam agressões físicas e morais que levam sua autoestima lá, para baixo, fazendo essas pobres coitadas sentirem-se verdadeiros lixos. Sendo humilhadas e subjugadas diariamente. Tornando-se alvos de zombaria e piadas dos companheiros, acabam se vendo no papel de alguém inferior; alguém que merece sofrer.
É nesse ponto que tornam-se escravas submissas. Escravas! Dura realidade que precisa ser mudada. Como podemos mudar esse lúgubre mundo sórdido?
Por fim, caro leitor, vamos conversar? Tem algo a acrescentar? Já leu "Harry Potter"? O que você acha da realidade do machismo no mundo e da escolha do pseudônimo da escritora? Dobby era escravo ou sentia-se um? Dinheiro tem o poder de mudar uma pessoa? As crianças nascem más e são instruídas em fazer o bem, ou nascem pacíficas e são convertidas às malicias do mundo?
"Poxa, magoado, você não falou do poder da amizade".
Desculpa, vou corrigir isso: não importa quantos bruxos tentem lançar-te feitiços da morte na correria da rotina; quantos dementadores tentem alimentar-se de ti nas ruas poluídas de nossas cidades; quantos trasgos te ataquem nos banheiros da vida; quantos dragões você tenha de matar nos torneios do mercado de trabalho, ou o quanto o ministério da magia e o da justiça te ferrem, você sempre terá bons amigos com quem contar.
Beijos, abraços e tenha boas-tardes e até a próxima.
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Projeto "Vamos Conversar" (1ª Temporada)
Kurgu OlmayanQuais questões te incomodam? Quais ideias podem ser aplaudidas? Por que? Como? Onde? Com quais propósitos? Quem é você? Quem somos nós? Para onde vamos? O que está acontecendo? Somos bilhões de vidas envoltas em perguntas; bilhões de mentes question...