Músicas que nos Inspiram

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Olá queridos leitores!
Hoje venho com um sentimento de pesar, e de um questionamento que me parece vindo de outras eras:

Quando, enfim, teremos paz?

Os noticiários tem nos mostrado nuances que variam do marrom das enchentes, ao laranja das labaredas dos incêndios, e explosões.

"Deu pra ver as pessoas se jogando do prédio para fugir do fogo" relatou o jovem que acabara de perder dois amigos no incêndio que tomou o prédio de 24 andares em Londres na madrugada dessa quarta feira.

Calma, não mes esqueci que esse post é sobre música, mas precisava pontuar a razão da música escolhida, e o sentimento que me levou até ela. Então...

Vamos conversar?

Composta por Gilberto Gil e João Donato nos anos 80, a canção traz contradições que ressoam como um auto falante de proporção mundial, o que me leva a crer que pouco evoluímos desde então

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Composta por Gilberto Gil e João Donato nos anos 80, a canção traz contradições que ressoam como um auto falante de proporção mundial, o que me leva a crer que pouco evoluímos desde então. É sobre isso que falaremos hoje.

A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz Como se o vento de um tufão Arrancasse meus pés do chão Onde eu já não me enterro mais

A paz
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"

A suavidade da canção nos traz mesmo tal sentimento, a tal paz tanto desejada e pouco conquistada.

Podemos interpretar o sentimento, descrito na letra, como um poder arrebatador capaz de nos arrancar do solo onde a realidade nos bombardeia com tanta violência e desolação.

Por vezes nosso destino é invadido pela necessidade de lutar pelo nosso ideal de paz. E enquanto a realidade nos golpeia repetidamente com tanta maldade, fome, sofrimento, guerra, e somos devastados, a busca incessante por esse sentimento nos move, nos une, nos reconstrói.

Mesmo quando a maior guerra de todas ocorre dentro de nós, nossos valores postos à prova - e as vezes reprovados - nos mostram que o caminho é longo, mas o tempo é curto. E depois de muito caminhar nos deparamos com um mar de impossibilidades, e nos pegamos observando a beleza do firmamento "onde o fim da tarde é lilás", beleza que insiste e persiste em contraste com as dores do mundo.

Mas... o que há do outro lado desse mar?

Talvez nós mesmos o tenhamos criado como pretexto, obstáculo oportuno para nos separar daquilo que não queremos ver, e ofuscar os "ais" daqueles que lamentam seus infortúnios!

"Eu pensei em mim" [ninguém vê meu sofrimento?]

"Eu pensei em ti" [será que ele sofre também?]

"Eu chorei por nós" [por que vivemos tão sós?]

A tecnologia que une os distantes, separa os próximos.

Será necessário que o mundo desmorone para que possamos buscar em nós o sentimento de amor ao próximo?

Quantos incêndios e enchentes serão necessários para nos fazer olhar para as necessidades do próximo?

Quantos ataques terroristas serão necessários para que entendamos que não alcançaremos paz através de guerra?

"Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz."

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Gostaria de agradecer ao ACTony, que me ajudou muito na análise da letra, e muito contribuiu com suas ideias no nascimento desse texto!!

Espero que tenham gostado. Deixem estrelinhas, e suas opiniões!

Até a próxima!

Projeto "Vamos Conversar" (1ª Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora