It – Stephen King.
Olá, amigo leitor. Como está? Lendo muito? Ouvindo boas músicas? Assistindo bons filmes? Aqui em Curitiba está um frio de fazer tremer o queixo, clima perfeito para curtir um bom filme de terror. Mas não qualquer filme de terror. Existe por aí uma falsa ideia de que se tem sangue em abundância já é o bastante para dar medo. Mas apenas isso não basta para causar aqueles bons arrepios na espinha. Um bom filme de terror é aquele que consegue prender sua atenção; lhe fazer olhar para trás a cada meia hora, temendo a própria sombra; um bom filme de terror, caro parceiro do Wattpad, é aquele que consegue nos fazer recordar os mais íntimos dos nossos medos, aqueles que escondemos da nossa própria consciência; uma obra construída por um gênio de horror é aquela que consegue nos fazer recordar daqueles momentos que fizemos questão de esquecer. E é assim que podemos definir uma obra prima do medo.
Esta é a décima postagem do já habitual livros que viraram filme. E já que estamos falando de uma "10ª postagem", nada melhor que comentar um livro/filme nota (advinha), "10".
(Nota dez, Wagner?).
Sim, nota dez! O livro que escolhi para hoje poderia ser nota 100, 200, 1000 ou um milhão, mas para não perder a oportunidade de jogar com as coincidências, digamos que ela é apenas nota 10. Contudo, tal nota é baixa demais quando estamos analisando aquela que é simplesmente uma obra-prima.
Dei as pistas, não dei? "Terror", "obra prima"... está fácil, não?
Galerinha, sem mais delongas: vamos falar da história de sete amigos que enfrentaram a verdadeira personificação do mal e do medo; vamos falar de uma das melhores (se você for fã de "o iluminado), obras do gênio Stephen King; hoje falaremos de "IT".
(Nossa, Wagner, cinco parágrafos apenas para dizer o título do livro).
A, se você, caro amigo interlocutor, pensa semelhante ao serzinho do parágrafo anterior, lhe peço perdão, mas convenhamos: por que pressa?
Gente, quem me conhece sabe que não costumo resumir histórias nem transcrever sinopses. Gosto de conversar sobre bons livros, sendo assim, não esperem cite mais que uma ou duas passagens da obra. Sou um chato. "IT" é um livro que merece ser lido. Mas ao invés disso, amigo, irei lhe convidar para conversar acerca de alguns pontos deste livro do mestre do terror. Então, está pronto para conversar?
(AH, Wagner, eu vi a capa. Esse livro é sobre um palhaço, né?).
Poxa, isso é triste. "IT" não é a história de um palhaço assassino (muito embora Pennywise "seja" um palhaço). A coisa é algo mais, é algo imortal, é algo amedrontador que vai além da nossa vã consciência. O que é a coisa? Leia o livro e descubra. Não irá se arrepender.
Galerinha, por que ler "IT"?
Então, leia porque:
1 – A história, além de horripilante, tem personagens únicos e marcantes. Cada qual com suas peculiaridades, seus detalhes, seus traços característicos. Em um universo com tantos mocinhos genéricos e tantos monstros repetidos, este livro se apresenta como a escolha certa para se ter boas horas de diversão e suspense. Desde Bill Gago até A Coisa, todos tem uma atenção especial. Não um que surja por surgir.
2 – Stephen King não tem medo de escrever. Ele não afaga os politicamente corretos; King diz aquilo que tem de ser dito e escreve aquilo que precisa ser escrito. Ler "IT", além de prazeroso, nos faz conhecer mais da cultura do tempo em que é ambientada. E no caso deste livro, um dos pontos que mais chamou minha atenção ocorre em 1984. Amigos, ler tal trecho me fez perceber que se agora tal preconceito é uma merda social, anteriormente ela já foi pior. Se isso é bom? Bom será quando enfim isso for erradicado no Brasil e no mundo, mas estamos evoluindo. A homofobia tem remédio, e o seu nome é educação.
— Dá uma fechada! Dá uma fechada! — gritou Webby Garton. Os dois homens tinham acabado de passar debaixo de um poste de luz e ele viu que estavam de mãos dadas. Isso o enfureceu... mas não tanto quanto o chapéu. A enorme flor de papel estava balançando loucamente de um lado para o outro. — Dá uma fechada, porra!
3 – Porque foi escrito por Stephen King!
Bom, o livro tem muito pontos interessantes, entre eles a forma como esquecemos passagens da nossa infância conforme crescemos. O tempo, pela égide do livro, não é um remédio, mas uma névoa que encobre tudo que há de pior em nosso passado. Ler/assistir "IT" me fez pensar: será que já esqueci algo do meu passado porque simplesmente não queria mais lembrar disso? Gente, será que já cruzamos algumas vez com algum Pennywise da vida e não nos lembramos? Sei que é uma pergunta boba, mas estou com isso na cabeça. Se algum puder dar um parecer, serei muito grato.
Enfim, acho de todos os nove títulos anteriores, sete das adaptações para as telonas me agradaram. Mas nenhuma me foi tão satisfatória quanto "IT: uma obra prima do medo". Existe por aí um certo preconceito quanto a filmes antigos, mas quem se apega a tal insensatez está sujeito a deixar de curtir aquele que é simplesmente (na minha opinião), o melhor filme já gravado do gênero. Assista, terá mais de três horas de um bom filme (um dos poucos que conseguiu seguir com qualidade aquilo que está no livro).
(Wagner, vai ter um novo filme sobre esse livro. O que acha?).
Olha, vi o treiller e não fiquei muito empolgado. Claro que a nova adaptação do livro terá uma imagem com maior qualidade, áudio show e boas cenas de tirar o fôlego, mas senti que falta algo. Não direi oque, mas que falta, isso falta! Contudo estou ansioso por Setembro e torcendo para que esteja enganado e este filme seja tão bom quanto o anterior.
Galerinha, antes de nos despedirmos quero citar mais um ponto interessante da obra de King. Sabe, amigo, cada pessoa reage ao medo de uma forma diferente. Nada mais natural, afinal cada qual tem medo de algo. Podemos temer palhaços, temer cobras, temer aranhas, temer lobisomens, temer o medo, temer o Temer. Cada pessoa reage ao terror de uma forma única: alguns gritam, outros correm, outros lutam, outros negam, outros paralisam, existem também aqueles que morrem.
Podemos conceituar "medo", mas não podemos definir como cada pessoa reage diante do pior de seus pesadelos. Diante disso, caro amigo, me responda: você teme algo? Como seu cérebro reage diante de uma situação apavorante? Você quer flutuar?
Os sete não tinham passado a maior parte do verão mais longo e assustador da vida deles rindo como malucos? Você ri porque o que provoca medo e é desconhecido também é engraçado, você ri como uma criancinha ri e chora ao mesmo tempo às vezes, quando um palhaço cabriolante de circo se aproxima, sabendo que é para ser engraçado... mas também é desconhecido, cheio do poder eterno do desconhecido.
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Projeto "Vamos Conversar" (1ª Temporada)
Não FicçãoQuais questões te incomodam? Quais ideias podem ser aplaudidas? Por que? Como? Onde? Com quais propósitos? Quem é você? Quem somos nós? Para onde vamos? O que está acontecendo? Somos bilhões de vidas envoltas em perguntas; bilhões de mentes question...