Capítulo 31

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Oieeeee
Como estão meus bbs?
Lá vai mais um cap da Meli
Bjksssss
Fire <3
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A sensação que tomava meus pensamentos era mais que uma simples raiva, chegava a transcender o ódio. Encarei bastante o meu reflexo no espelho, enquanto uma agente da penitenciária me olhava no mínimo intimidada. Duvido que alguém aqui dentro tivesse coragem de me apressar.

Admito que foi irritante o Príncipe ter exposto todos nós. Os outros não mereciam isso. Só de Noah ter me jogado contra a parede era um golpe pior que qualquer coisa. Nunca me arrependi de nada, mas cada vez que ele me olhava com decepção, eu me sentia culpada.

Tirei minhas roupas sem me incomodar se me veriam nua ou não. Enfiei de qualquer jeito as roupas horríveis e completamente cinzas da prisão de segurança máxima de Londres. Ela se resumia em uma camiseta fina, e um macacão aberto na parte de cima. Amarrei as mangas na cintura, como se fosse um casaco, e suspirei de novo.

Se olhasse com atenção era possível notar a raíz de um castanho quase loiro se revelando sob o tonalizante chocolate que eu usava. Peguei um pedaço de papel higiênico e retirei as lentes azuis extremamente claras, que em meus olhos escuros ficavam cinza.

O rosto que eu via era igual ao de Agnes, e isso doía muito. Eu preferia pintar o cabelo e usar lentes do que cada vez que olhasse no espelho, visse o mesmo rosto que ela tinha.

A policial me olhou curiosa, percebendo que talvez não devesse ter tanto medo de mim quanto todos provavelmente tinham. Eu, Melicent, acabei me transformando no que eu mais odiava. Alguém que espalha o medo, e destruía a vida das pessoas.

Talvez não pudéssemos mudar quem somos, afinal. Provavelmente parar de criar personagens era bem mais fácil, e definitivamente, Ceifadora não era eu.

Acenei com a cabeça e segui a mulher até uma sala enorme, revestida por camadas para isolar o som tanto de dentro, quanto de fora. Eu não podia ver o que se passava do outro lado, mas as quatro câmeras posicionadas em cada canto do quadrado que eu estava me mostravam que ninguém ia perder um movimento meu.

Não tive nem tempo de observar a sala, pois uma voz grossa e desconhecida cortou o lugar, puxando a atenção de todos.

— Tenente Carter, pode deixar ela comigo. — O homem disse já se aproximando, com um grande sorriso nos lábios.

Eu não o conhecia, muito menos tinha o visto antes, mas os três outros homens que estavam com ele e se vestiam formalmente revelavam sua importância.

— Agente Smith, tem certeza que vai interroga-la agora? — A mulher que me acompanhava perguntou, com um leve suspiro.

— Sim. A outra conseguiu se esquivar de meus comentários, mas essa aqui não terá o que fazer. — Ele comentou olhando radiante para os três caras bem vestidos atrás dele.

Meu olhar varreu seu corpo da cabeça até os pés. Ele não me parecia nada mais que um policial comum, nem era um militar. Seus olhos claros eram afiados, e ele tinha o biotipo de Noah, talvez com uns dez anos a mais.

— Vamos senhorita Encrenca. — Ele disse, acenando com a cabeça e indicando com o braço o corredor que se seguia atrás dele.




— Ela não vai falar nada. — Um dos homens bem vestidos comentou, após eu continuar calada perante as perguntas do agente Smith.

Estávamos em uma sala de interrogatório normal, nada muito a prova de possíveis psicopatas. Uma mesa de metal completamente prateada ocupava o meio dela. Eu estava perto da cabeceira, enquanto o policial estava em pé, andando pelo lugar.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde histórias criam vida. Descubra agora