Capítulo 62

845 103 21
                                        

~~Abaixa e levanta as sobrancelhas
Já disse que amo a Alice?
Eu amo a Alice.
Espero que gostem do cap especial dela, meu novo amorzinho.
Ice e eu resolvemos postar esse cap especial dela,  mas relaxem que amanhã tem o do Príncipe.
Esse mês eu fiz uma confusão braba com as datas, o último final de semana é agora, mas não me toquei disso. O especial de caps duplos do fim do mês vai ser quarta, dia 29. Foi mal gente, me enrolei toda.
Bjks, Fire <3
~~~~~~~~~~~~~~~~

Luzes.

Entre um sonho e outro era isso que eu via.

Pequenos pontos brilhantes no horizonte, que contrastavam com a escuridão que os engolia.

Meu corpo todo doía, mas não era como se eu tivesse caído ou algo assim. A sensação era de ter sido picada por um enxame inteiro de abelhas.

Meus olhos se abriram pela milésima vez, mas essa foi a primeira que consegui mantê-los assim. Puxei o ar pela boca e senti o vazio.

— Senhorita, estamos chegando. — Uma voz rouca soou perto de mim, então foi quando me dei conta que estava dentro de um carro.

O veículo tinha cheiro de cigarro e balas baratas, como qualquer outro táxi. O problema é que eu não sabia como tinha conhecimento disso.

Olhei para baixo e vi que eu usava um sobretudo preto, e estava descalça. Pequenos desenhos cobriam meus pés, e subiam para as pernas.

Com um tranco, eu bati de cara no banco da frente, e emiti um resmungo. Não havia um lugar no meu corpo que não doesse.

— Chegamos. — O motorista disse, se virando para trás e abrindo um sorriso desdentado. Eu somente o encarei, sem saber o que fazer.

Olhei para o meu destino e encontrei um terreno vazio, com uma corda amarrada bem no centro que subia para os céus. Dei uma olhada em cada canto da rua, mas só achei casas velhas, carros velhos e objetos enferrujados.

— Está tudo bem senhorita. — O homem disse dando uma risada esganiçada. — Sua viagem já estava paga. 

Abri a porta e fiz uma carreta ao sentir o lodo sobre a rua entrar pelo meio dos meus dedos. Fechei a porta e quando me virei para o terreno vazio, notei que estava errada.

A corda subia até uma casa que flutuava a muitos metros do chão, segurada por um grande balão vermelho. As tábuas de madeira que a cobriam estavam desagastadas pelo tempo, do mesmo jeito que todo o resto do lugar.

Comecei a caminhar para a estranha casa, mas me detive ao ouvir a porta do táxi abrir novamente.

— Você esqueceu sua maleta. — O velho disse a arremessando para mim e acelerando em seguida.

— Que merda...? — Resmunguei virando a mala em minhas mãos e achando uma pequena etiqueta na mesma.

" Alice, País das Maravilhas. "

Era o que estava escrito nos respectivos campos de nome e residência. Que tipo de brincadeira idiota era essa?

Fiz meu caminho irritada até a corda pendurada e segurei a alça da maleta com os dentes. Limpei as mãos meio suadas na roupa e agarrei a corda, me puxando para cima.

Não foi nem um pouco difícil subir, e algumas vezes tive que diminuir o ritmo, pois a casa toda balançava.

Quando finalmente coloquei os pés na varanda em frente a porta, meu estômago roncou. Eu estava morrendo de fome.

Tentei abrir a porta, mas a mesma estava trancada. Havia duas janelas de venezianas, uma de cada lado da porta, também trancadas.

Num momento de raiva, eu chutei um vaso de planta, que voou para trás com uma força inimaginável. A casa tremeu um pouco, provavelmente porque eu havia feito um buraco na sua fachada.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde histórias criam vida. Descubra agora