Capítulo 34

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Galeraaaaaa, somos finalistas do The Wattys <3 , devemos isso a todos os nossos leitores que acompanham, votam e comentam a nossa estória.

Muito Obrigado!!!

-Ice

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A frente da grande fera ela dispunha uma espada. Não por uma ideia, mas para salvá-la de ninguém além de si própria. Necessitava mudar o rumo de teu destino e apagar o rastro vermelho que levara consigo. A redenção da Ceifadora ao levar a alma de ferro do poderoso dragão.

As cortinas se fecham, a multidão não aplaude, está confusa. A fera era um símbolo, a favor do melhor dos males, enquanto a mulher representava os perdidos, andando na ténue linha entre as liberdades que alcançava, mas sem nunca escolher.

A queda do dragão, a ascensão dos cavaleiros, as câmeras transmitindo tudo ao vivo, tudo ocorria exatamente como o esperado, e isso era gratificante. Cada notícia era um passo mais próximo do meu objetivo.

Encaro a coroa do Rei de Copas e recordo-me da visita do gato sorridente, o que era incomum se tivesse tempo para pensar, por que ele sairia do País das Maravilhas? Atrás da coroa pude ver uma carta dourada com detalhes azuis e um carimbo de lábios vermelhos, os Fundadores tinham diversas formas de enviar mensagens, as vezes eu agradecia por ser só uma carta.

Semicerro os olhos encarando-a, pensando nas milhares de mensagens que eles poderiam mandar e assumo um sorriso ao ler o conteúdo da carta.

"Alice fugiu. "



— Você é o Príncipe? — Sua voz era melódica com um tom de curiosidade em cada pergunta que ela fazia que tornava sua voz um tanto quanto infantil, apesar de ser apenas 4 anos mais nova que eu.

— Sou. — Seus olhos eram de longe os mais únicos que já vi, eram castanhos com manchas roxas, mas eram as marcas que faziam-na ser quem ela era.

— Meu Príncipe? — A pergunta me surpreendeu, por um instante não sabia nem o que responder.

— Sou O Príncipe de todos. — Seu rosto se encheu em alegria.

— Você vai me salvar? — Suas pernas balançavam livremente no galho que ela se encontrava, devia estar passando muito tempo com Cheshire.

Dei um passo para trás com a pergunta.

— Te salvar?

— É. — Ela respondeu saltando do galho, que tinha mais ou menos a minha altura, e me abraçando. — Não é isso que fazem os príncipes?

— E como posso salvá-la, Alice? — Digo entre risadas.

— Me tira daqui, quero conhecer minha irmã. — As palavras me atingiram em cheio, o clima leve foi cortado e me lembrei de que o País das Maravilhas não tinha nada de maravilhoso.

Era o covil das maiores figuras que controlavam o mundo e para isso, teriam que controlar Alice. Não sei pelo que ela passou nos anos que eu não sabia da existência deles, não sabia pelo que passava atualmente, mas para "salvar" ser um sinônimo de "fugir" definitivamente não era algo bom.

Depois da felicidade uma leve melancolia preencheu seu lugar, eu não consegui salvar Alice.




—EU QUERO SAIR. — Alice bateu na mesa de madeira maciça quebrando-a como se fosse um palito de dente, junto de todos os talheres e pratos que se encontravam no caminho.

— Não podemos deixa-la ir, Alice. — A voz serena da Rainha Branca foi completamente inútil contra a fúria da menina.

Ela já estava com 18 anos e nunca havia saído da armadilha de crianças que eles tinham criado.

— Por que não? — Ela rangia os dentes e as manchas roxas brilhavam em seus olhos, não lembro de ver ela tão irritada quanto nesse dia.

Pensei em alguma coisa para acalmá-la, ela podia acabar sendo morta se os Fundadores decidissem que o esforço não valia a pena. Penso em algo que eu poderia falar, mas qualquer coisa denunciaria que estaria tentando salvá-la.

Passo os olhos rapidamente pelo lugar a procura de uma caneta, mas acabo encontrando uma faca, e sem chamar atenção começo a escrever com ela em minha mão, a sensação dos cortes era horrível, então deveria ser uma frase curta.

Logo que nossos olhos se encontram eu os aponto para minha mão esquerda e a levanto levemente para que só Alice pudesse ver sua palma.

"Eu prometo"

Alice começou a se acalmar e quando ninguém mais a encarava ela sorriu para mim, um sorriso inocente, que dói sua lembrança, não consegui salvá-la, não cumpri a minha promessa.




O quarto em que eu fazia os vídeos não chegava aos pés da sala de vigilância da Ouroboros, mas era o suficiente. As paredes eram brancas com uma textura estranha, havia um quadro do alto mar com um farol na parede de trás do cômodo.

C.H.A.O.S.

    E

    R

    Ó

    I

    S

    Já foi o tempo em que eles usavam capas e roupas coloridas, Heróis são aqueles que salvam mais do que vidas, salvam inocentes sorrisos. Heróis são mal compreendidos.

   Em nossos tempos não temos visto grandes realizações, mas temos no passado muitos heróis que foram mal interpretados e grandes vilões que foram interpretados como heróis.

    Mas não me encaixo em nenhum dos rótulos, sou um sonhador, um utopista, que vê a barbárie desse mundo, que já viu muita coisa para acreditar que a resposta se resume ao amor e a conversa.

   Cavaleiros do Rei, não quero ter que matar vocês, mas estão me afastando de minha utopia, estão alongando meu caminho a salvação do mundo, sei que suas intenções são boas. Então, saiam do meu caminho, não se tornem vilões contra o mundo.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde histórias criam vida. Descubra agora