Capítulo 101

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Fala galerinha, vamos tentar postar capítulos com maior frequência pra compensar o atraso, espero que aprovem a ideia!! XD

Boa leituraaaaaaaaa!!!!!

-Ice

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"Acima de tudo, um príncipe deve empenhar-se em dar de si, com cada ação, conceito de grande homem e de inteligência extraordinária. "

Não como se fizesse jus a tal, mas como um conto as pessoas acreditavam que sim. Onde na falta de opções, elas procuravam heróis para se apoiar, e com uma autópsia de pensamentos descobriam que não pensavam em nada, a não ser em seus ópios.

E como o momento perfeito, surgi. Não como ser, como ideia. Ainda não como vilão, como herói. Não como pergunta, mas como resposta e por fim, como vício. Pois isso que ideias são.

O tabuleiro estava cada vez mais vivo, mas admito minha sincera decepção com Alisha, imaginei que a princesa de uma país destruído pela guerra entendesse melhor o conceito de sacrifício.

Talvez eu tenha superestimado os meus cavaleiros.

Andava pelas ruas de Londres, como um jogador levando a peça ao seu destino.

A peça não pesava em minha mão.

Desde antes do jogo começar as coisas já haviam perdido o peso.

As ruas nunca estiveram ao mesmo tempo tão cheias e tão vazias, diversos lugares haviam sido evacuados, tanto por precaução quanto por censura. Desde bancos à monumentos históricos haviam sido fechados.

Teatros e museus haviam se tornado esconderijos de artistas para fugir da censura.

Há muitos eu fui nesse meio tempo, e se da dor realmente nasce a arte, hoje posso afirmar que sim.

Aconteceu no teatro de Troxy, ao entrar já era possível ouvir as suaves notas de um violino se arrastando pelas paredes do prédio. Dirigi-me à ala superior, pois apesar de nunca ter censurado nada, usavam a minha imagem para realizar a censura.

No centro do palco, iluminada por um holofote, uma mulher usando um terno marrom surrado, com seu pescoço pendurado por uma corda e seu rosto coberto por um saco, tocava o violino.

Uma música que não conhecia, de uma artista da qual nunca vi o rosto, sua presença se instaurava por todo o lugar, e poucos eram os corajosos para ouvir aquelas notas sem desviar o rosto. Sem se preocupar se ela morreria no decorrer da apresentação.

Ela estava dando sua vida a arte, e era algo bonito demais para se desviar a atenção.

Ao parar de tocar seus braços penderam ao chão, mas sem largar seu instrumento. Foi possível ouvir a preocupação da plateia, ela retirou a corda do pescoço, e ainda com a cabeça coberta fez uma referência. As palmas vibrantes da meia-dúzia de pessoas na plateia não faziam jus a apresentação.

Puxo um lenço vermelho do bolso do meu terno e escrevo nele em tinta preta. Então o jogo em direção ao palco.

"Em meio à guerra, a arte vive.

-P."

Volto a claridade da cidade grande, o sol rompia em meio ao céu e iluminava meu caminho, como um grande holofote, à espera da arte.

Era possível ver grande parte de Londres quando no topo do ArcelorMittal, mas o que mais me impressionava era o gigantismo do parque Olímpico em Londres, uma das maiores mentiras da sociedade.

A jogada de mestre da Ouroboros, as Olimpíadas tinham um, e apenas um objetivo, por a prova os experimentos gênicos em humanos realizados por essa organização.

Os jogos são animadores, excitantes, dão espirito e consciência de nação para um povo. E quando um herói surge, alguém que corre mais rápido, que salta mais alto, que tem mais habilidade, seja ela qual for, não se criam suspeitas.

Se criam vínculos.

E esse é o melhor jeito de esconder algo.

Tudo acontecendo de baixo dos narizes das pessoas e bastava assoprarem a poeira, e darem uns tapinhas em qualquer parede do maior prédio do parque olímpico e veriam a verdadeira cobra por trás de todos os jogos.

Incentivando rixas por causa de um lugar fútil acima dos outros, uma competição sem sentido, que mascarava o que cria o mundo, mentiras.

Mas se for para alcançar o pódio, então que seja. Se for para olharem para sua glória, e se segarem pelo brilho no seu peito, eu não iria atrás do pódio, mas fui.

Levando a peça até o mesmo e sentindo o fogo consumindo o Arcelor.

Rainha para H4.






Hoje vai ser um dia cheio.

E o sol atravessando a Abádia de Westminster deixava isso bem claro, ainda era de manhã.

A igreja era grande e imponente, a construção poderosa emanava os espírito de todas as almas pedintes que já passaram por ela, e é como se tivesse a idade de todas elas somadas.

O lugar estaria vazio, se não fosse por mais duas almas pedintes dentro dela.

— Do que valem as orações de um gato, Cheshire? — O fundador se encontrava na primeira fileira de cadeiras, ajoelhado, com suas duas mãos apertando uma a outra perto do rosto, se curvando para as imagens no fundo da igreja.

— O mesmo que as de um pássaro, Príncipe. — Pude sentir de longe aquele sorriso icônico se formando em seu rosto.

— Por isso que parei de rezar há tempos. — Aproximava-me em passos lentos pelo caminho central da porta da igreja até o altar. — Contudo, respeito sua opção, e sinto em incomodá-lo, por favor, complete-a.

Ele continuou sua reza, dessa vez em voz alta, e a cada palavra eu estava um passo mais próximo.

— Em nome do pai, do filho e do espírito santo. — Ao terminar a frase, encostei o cano de minha arma nas costas de sua cabeça.

—Amém. — Conclui puxando o gatilho. — Essa foi sua sétima vida, Gato.

Arregacei minhas mangas e guardei minha arma, na qual só restavam duas balas. Porém, só havia mais uma letra, assim como só havia uma única alma dentro da Abádia.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde histórias criam vida. Descubra agora