Capítulo 59

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ENFIM MEUS NÚMEROS ÍMPARES DE VOLTA
Ain, tô até mais calma.
Alguma hipótese sobre a carta de Alisha?
~~Abaixa e levanta as sobrancelhas
Vamo q vamo pq eu tô animada.
Uma bjk, Fire <3
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Explosões.

Isso resumia o noticiário da manhã. Era no mínimo estranho não ver Jéssica Albert, mas talvez às seis em ponto da manhã estivesse ocupada dormindo.

Eu queria ter conseguido dormir essa noite. Meus olhos insistiam em pregar peças, projetando sombras inexistentes nas paredes e chamados do lado de fora do quarto. Talvez, só talvez, eu tenha exagerado na bebida ontem.

A televisão do quarto de visitas na casa de Zack mostrava a zona roxa do E.U.L., mais precisamente uma fábrica de sabão e a vila de operários da mesma.

As cinzas da explosão ainda brincavam pelo ar, em uma dança inocente. Elas não pareciam fazer parte daquele caos. E por falar nele, com certeza a tela seria a qualquer momento tomada pela imagem do Príncipe, eu sabia.

A única coisa estranha era que essa escolha para atentado não parecia muito o estilo dele. Dei de ombros e simplesmente esperei sua máscara aparecer, mas isso não aconteceu.

Franzi as sobrancelhas a aumentei o volume da televisão, tentada a gritar para Zack vir ver o que estava acontecendo. Tenho certeza que ele me xingaria, e com razão.

" ... desaparecidos. Tivemos 207 mortes confirmadas de operários que estavam trabalhando na fábrica, e mais de 300 pessoas das vilas não suportaram até a chegada das ambulâncias. As mortes totais estão por volta de 500 até agora. "

O corresponde americano do canal de Jéssica disse, com os cabelos bagunçados e uma expressão de tristeza um pouco forçada demais. Aposto que ele queria estar em qualquer outro lugar.

" Segundo autoridades locais, o incidente não foi falha humana ou problemas elétricos, como foi dito antes, e sim um atentado terrorista. Ninguém assumiu a culpa ou se manifestou, mas a Área Azul está mobilizada, e boatos correm que o R.U.O. está sendo acusado. "

Senti um gosto amargo na boca com a notícia. Não precisava ser um político ou grande entendido do assunto para entender o que o repórter quis dizer. A Guerra se aproximava.

" Morte e destruição resumem o dia de hoje. Mantenham, meus caros telespectadores, a mente em oração pelas almas que fizeram a passagem. Obrigado, e até a próxima. "

Desliguei a tv antes que o homem terminasse a última palavra, e cai de costas na cama, encarando o teto. Mal as pessoas sabiam que Morte realmente tinha resumido o dia.


— Não acho que seja uma boa ideia. — Afirmei olhando para Makayla do outro lado da mesa.

Agora já era por volta das 15h da tarde, e eu já tinha saído do meu quarto, por ordem do tédio. O clima estava firme, e a temperatura tinha aumentado uns bons graus.

— Se fosse qualquer uns de nós ele iria. — Ela disse apontando pra mim com um sanduíche de queijo. — Talvez Zack não.

— Fala sério, garota, Ivanov está amolecendo esse coraçãozinho? — Perguntei com uma risada, mexendo o meu café com uma colher grande demais para a xícara.

— Vai se fuder, eu só tô preocupada porque podia ser eu. O tiro do seu amiguinho podia ter sido no meio da minha cara. — Ela respondeu voltando ao seu humor terrível de sempre, o que me fez abrir um sorriso.

— Então está me dizendo que se fosse você lá, ia gostar de receber uma visita minha e de seu amado irmão? — Falei ainda com um grande sorriso no rosto. — Pensei que ele era um pedaço de merda e eu uma puta irritante.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde histórias criam vida. Descubra agora