Capítulo 107

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Fala galerinha da pesada!!!

Mais um capítulooooo!!!!!

Espero que gostem, e muito obrigado pelos 131K Views, vocês são incríveis!!!!!

Muito obrigado pelos votos e principalmente pelos comentários, amamos interagir com vocês!!! <3

-Ice

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Príncipe — Museu de Guerra
1:34 PM


Há aqueles que por julgar minhas ações sem entender minhas palavras podem chegar à conclusão de que sou a favor da guerra. Contudo, não serei aquele que fará o discurso batido que a guerra é um mal necessário, a guerra é um mal.

  Inúmeras civilizações e culturas foram completamente extinguidas, sociedades foram germinadas de ventres abusados, doenças são transmitidas até hoje, por inocentes que simplesmente tiveram o azar de nascer do lado errado da guerra.

  A história da humanidade está cheia de perdas e buracos, e nenhum avanço tecnológico pode servir de desculpa para abafar o que foi sacrificado.

Sou tão de fato contra guerra que se pudesse não pisaria neste chão, se pudesse evitaria olhar esses canhões, mas a jogada para o Museu de Guerra Britânico da não foi minha.

A torre já havia capturado o peão, e o resultado disso era mais um banho de sangue para se colocar no museu.  Para todo lugar que se olhasse o lugar exalava a morte, e não só em suas relíquias históricas, mas pelo chão e pelas paredes, agora cobertos de sangue daqueles que tinham sangue em suas mãos.

Torre preta captura o peão branco em A4.

A mutação de Alice afetava cada vez mais seu psicológico, apesar de ter sido criada por psicopatas ela não era uma. Mas meus amigos, isso eu já disse uma vez, o poder corrompe.

Falando em psicopatas, uma guerra não tão antiga estaria então para terminar hoje, por ironia, mais uma para entrar neste museu.

Alice encarava Rainha de Copas que estava sob o palco de uma antiga relíquia de guerra, a guilhotina, perfeita para a mesma. Os olhos de Alice queimavam em raiva, seu corpo coberto pelo sangue dos que ela havia matado a tornavam maléfica. Ela era a imagem de alguém que não queria nada além de liberdade.

A Rainha respondeu seu olhar, e a analisou de cima abaixo, seus olhos se fecharam e ela suspirou, como se fosse apenas mais uma coisa que havia dado errado. Ela andou em direção à Alice e passou diretamente por ela, em sua mente deveriam passar coisas mais importantes do que uma pedrinha em seu caminho.

Sorte, uma mera questão de perspectiva para os acontecimentos da vida.

Pois, por falta de sorte da Rainha de Copas, Alice não se encontrava em posição de ser ignorada, e puxou-a pelo pulso fazendo-se ser encarada. Por sorte de Alice ela pode ter esse encontro que tanto aguardava, e também por sorte ela tinha um poder que permitia-se ser encarada, o mesmo poder que deveria estar quebrando o pulso da Rainha naquele instante.

Rainha Vermelha, indignou-se com tais ações de Alice, puxou seu braço de volta e proferiu um único tapa no rosto dela. Contudo, seu rosto não move, nem um traço de dor passa pelo rosto da garota, ao contrário da rainha, que por sempre se por tão acima das outras pessoas nunca notou quão abaixo estava.

Como se não bastasse, Alice respondeu à altura, desferiu o mesmo tapa que recebeu, o que foi o suficiente para a Rainha cair no chão.

O pensamento era nítido naqueles olhos vivos, ela não permitiria que o monstro que a criou a olhasse de cima.

Os olhos da Rainha Vermelha haviam rachado, estavam vazios. O fogo dentro deles havia se apagado, nunca havia olhado para alguém e se sentido inferior. A realidade a havia atingido muito mais forte que o golpe de Alice.

— O que vocês estão tramando? — Alice perguntou, ainda a olhando de cima, e apesar de saber, também sabia que se eu falasse não significaria nada, ela queria que a resposta viesse dela.

— Talvez você devesse tratar com mais respeito aqueles que te criaram, criança mal-agradecida. — Ela se levantou, empinando o nariz, tentando se enganar e enganar aos outros, mas sua voz, que agora não se sustentava, a incriminava.

— Respeito, é isso que você quer? — Alice questionou deixando transbordar o ódio em sua voz sem transparecer no rosto. — Então deixo você pedir perdão a mim.

— Perdão? — A Rainha orgulhosamente perguntou. — Você que devia pedir perdão a mim e aos outros Fundadores.

Alice a encarou por um tempo, provavelmente tentando encontrar o sentido em palavras tão escassas do mesmo. Uma verdade que confrontava outra, dois pontos de vista opostos que eram atirados torcendo para acertar alguém.

E quando um acertava, a cara era a mesma, alguns segundos atrás a Rainha quem estava perplexa e enojada com as ações de Alice. Esse mesmo nojo podia ser visto no rosto dela dessa vez.

— Você podia ser tão mais se simplesmente tentasse um pouco. — A Rainha de Copas se afastava lentamente de Alice.— Podia ser uma de nós, porque no fundo, tem medo se assumir o quão parecida é conosco.

— Eu não sou nada como vocês. — Alice retrucou enquanto a Rainha Vermelha corria para uma outra ala do Museu.

Saindo das guerras contemporâneas voltamos aos tempos antigos, o local era repleto de representações de batalhas medievais, como Bonecos lutando, relíquias antigas e armas que foram usadas nas batalhas.

Alice, pelo visto, tinha um gosto especial por essas. Quebrou um dos vidros que a protegia e um alarme começou a tocar, com luzes vermelhas pintando o salão, mas todos sabíamos que ninguém viria.

Alice girou o machado, acertando exatamente na perna da Rainha fazendo-a cair no chão e urgir de dor.

— Acho que você estava certa em uma coisa, na verdade. Eu sempre quis ser como você por um único motivo, para dizer uma única frase. — A Rainha pode apenas virar para ver sua criação levantar um machado contra ela.— Cortem-lhe a cabeça. — Alice disse, saboreando cada palavra daquela frase.

A cabeça rolou pelo chão, o corpo jorrava sangue em Alice, que largou o machado e se virou para mim.

— Não corte as cabeças que podem te dar respostas, Alice. — Disse abotoando minhas mangas.

— Por isso mesmo não pretendo cortar a sua. — Ela retrucou fazendo um sorriso passar pela minha boca.

— Você não quer que elas venham de mim, não sou um deles, nunca fui. — Respondi levando minhas mãos ao bolso.

Vendo-a de perto após tanto tempo era possível notar como ela havia crescido.

— Eu vou continuar no jogo, mesmo que seja contra você, sabe disso, não é? — suas palavras agora eram cheias de segurança, diferente de quando era apenas uma garotinha que odiava seus pais.

— Certamente, não esperaria o contrário. — Afinal, o jogo só funcionaria seguindo suas regras, seguindo o desenrolar dos fatos.

— Eu sei. — Alice falou como se conseguisse ler meus pensamentos. Ela parou bem na minha frente e passou seus braços ao redor do meu pescoço.

— Alice. — Chamei a repreendendo de leve, com pena de não poder retribuir os sentimentos da menina.

— Eu não preciso mais ser resgatada, mas adoraria que você tentasse mais uma vez. — E com essa frase ela me apertou um pouco mais, rapidamente se soltando e caminhando para a porta de saída.

A trilha de pegadas de sangue que ela deixava para trás era visível, diferente da minha.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde histórias criam vida. Descubra agora