Fala galera!Como prometido capítulo duplo hoje, essa primeira parte será narrada pelo Ludwig e a próxima pela Alisha.
Digam se estão gostando dessas variações de ponto de vista que estamos fazendo nos capítulos!
Aproveitem a leitura!!
-Ice
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
—Vocês sabem o que eu vejo? Um bando de homens se escondendo atrás de ternos, atrás de suas mesas, e principalmente, atrás de seus cargos. Príncipe tem tanta chance de estar lá fora, como de estar aqui entre nós. E o que vocês fazem? Exatamente o que ele quer. Agora, mais que nunca, olho para essa sala, e só vejo covardes.
Alisha olhava para todos no lugar e para ninguém especificamente. Os olhares de repulsa que a fitavam se transformaram rapidamente em vergonha pelo efeito das palavras da princesa. O que podia até mesmo ser um bom sinal, o Príncipe não desviaria o olhar quando o desafiassem, então diminuiu bastante a chance de ele estar entre nós.
Ela se senta de braços cruzados levantando uma sobrancelha, desafiando alguém a contra argumentá-la, mas o silêncio se estala no local. Esse era o efeito Alisha; Quando alguém tem algo entalado há muito tempo para dizer e o faz.
O silêncio durou pouco, esse logo foi cortado por um calmo bater de palmas. Eu e Alisha passamos rapidamente os olhos pelo local até parar em uma figura um tanto icônica, me surpreendi por nunca ter o notado antes. Ele possuía olhos amarelos e cabelos brancos perfeitamente penteados, vestia um fraque azul marinho e colete vermelho completo por uma camisa de gala branca, com seus babados saindo pelas mangas e colarinho.
As centenas de olhos que o encaravam pareciam não o incomodar, pelo contrário, eles o agradavam. Ninguém o acompanhou em suas palmas, todos se encontravam perplexos diante de sua magnitude que preencheu a sala de forma sutil e formal. Indiferente a tudo isso o que mais me chamou atenção era o quão familiar era a sua presença.
A figura misteriosa pegou cautelosamente seu relógio de bolso e foi então que eu o reconheci.
— Desculpem-me. — Ele disse se levantando — Está quase na hora do chá.
— Coelho Branco. — Sussurrei para Alisha mostrando a foto dos fundadores na tela do meu celular.
A primeira coisa que pensei após sair apressadamente da sala de reuniões foi em ligar para Zacarias, um reforço muscular nunca é excesso, mas pensei melhor e o que poderíamos fazer contra ele? Não temos provas, acusações, na realidade aquela foto podia ser muito bem mais uma armação do Príncipe.
Por sorte consigo alcança-lo logo que saiu do prédio. E pelo meu estado eu estava, definitivamente, fora de forma.
— Com licença. — Peço inspirando fundo por um momento.
—Oh, Senhor Ludwig Weber. — Ele agia tão surpreso quanto uma parede. — Ou deveria te chamar por outro nome?
— Outro nome? — Respondo mexendo em minhas abotoaduras.
— Não é você, o Rei dos Cavaleiros? — Perguntou de forma retórica fingindo uma reverência.
— E por qual nome eu deveria chamar o senhor?
—Sabe muito bem como me chamar, vossa majestade.
—Aqui também é necessário um convite para participar das reuniões, Coelho Branco. — Ele esboça um leve sorriso ao ouvir seu codinome. — Como conseguiu entrar?
— Eu não preciso de convites. Por gentileza. — Ele se virou para o chofer e me ignorou completamente. — Ford thunderbird, preto.
—Conseguiu alguma coisa dele? — Alisha perguntou assim que entrei no quarto.
—Só uma esnobada. — Digo me aproximando dela e beijando sua testa. — Sabe, eu estava pensando, desde que as coisas com o Príncipe começaram, o porão do Zack se tornou completamente inútil.
— Que bom que você sabe que é um porão. — Respondeu cutucando o meu nariz. — Acha que precisamos de uma nova reunião?
— Acho que será necessário em breve, afinal, o Príncipe tem mexido em coisas que estão paradas há muito tempo. — Explico enquanto encaixo meu queixo sobre sua cabeça.
Ela responde com um abraço e se mantem calada, e ficamos assim por um tempo, apenas aproveitando aquele breve momento em que poderíamos sentir um ao outro, esquecendo de tudo, como sempre fazíamos quando tínhamos tempo. Eram coisas de mais em nossas cabeças que pesavam de mais em nossos ombros.
Infelizmente, o momento foi mais curto que o esperado. Fomos interrompidos por batidas incomuns na porta.
— Ludwig Weber, nunca te disseram que quanto a Morte bate à sua porta, você deve de livre e espontânea vontade abri-la?
E a última peça do jogo entra, enfim, no tabuleiro.
Era a vez da Morte jogar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ouroboros - A Nova Ordem
Ciencia FicciónHumanidade. O que isso significa? Guerra resume a história da humanidade. Destruição resume o seu avanço. E humanidade resume o fim de tudo. Começada em 2047, a Terceira Guerra Mundial não começou com religião, como muitos acreditavam que s...