Capítulo 218

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Rodrigo me ligava todos os dias sempre que possível, era sempre muito bom falar com o meu amor. Ficávamos horas falando pelo telefone, ele me contava sobre o seu dia, eu contava sobre o meu e assim íamos matando a saudade um do outro. (Droga de aldeia, que não tinha mínimo contato digital, tudo que eu queria era ver o Meu Lindo). Hoje eu havia combinado com a Ana que o telefonema de Rodrigo seria coletivo para nós duas.

- Vai sair filha?

- Vou à casa da Ana, hoje nós combinamos que nós duas vamos falar com o Rod ao mesmo tempo.

- Curioso, posso saber o motivo?

- Pode, Ana quer a presença do Rod e do Terceiro Elemento perto dela.

- Quando é que vocês vão parar de chamar nosso neto de Terceiro Elemento.

- Nós o chamamos assim mãezinha porque ele ou ela não se apresentou.

- Vai lá filha, deixe Ana contar com a presença do filho e do neto perto dela.

- Estou indo.

Entrei no carro e dirigi até a casa dos Simas.

- Boa noite Ana.

- Boa noite minha querida.

- Ana hoje eu combinei que Rodrigo ligaria para sua casa, mas ele não sabe que eu também estou aqui, quero fazer uma surpresa você me ajuda?

- Claro minha querida, o que eu devo fazer?

- Pra começar atender o telefonema e não deixar que ele perceba que eu estou aqui.

- Entendi e vou fazer melhor, vou colocar o aparelho no viva voz para que possamos falar com ele nós duas ao mesmo tempo.

- Amei sogrinha.

- Ju você está feliz não é mesmo?

- Estou Ana, só não estou mais feliz por que o Meu Lindo não está pertinho de mim.

- Mas se ele não está aqui conosco é por um bom motivo.

- Verdade Ana não vejo a hora de ver o Rod de volta na telinha.

- É bom ver você alegre minha querida. Não gostei de ver você tão angustiada no dia da viagem do Rod.

- É Ana aquele dia eu percebi que as Judriguetes tem muita mágoa de Ju-Ju.

- De Ju-Ju ou de você Juliana?

- De mim Ana, a mágoa que elas tem é de mim Juliana.

- Juliana eu já disse isso a você antes e vou falar novamente, não adianta você se martirizar por uma escolha equivocada ou não, você tinha que fazê-la, você fez e assumiu todos os riscos, mas as meninas não tinham o direito de ser cruéis com você, elas poderiam questionar, não gostar mas tinham de respeitar essa escolha. Mas pelo que eu percebi aquele dia a Sofia perdoou você por ter feito sua escolha independente dela gostar ou não.

- É verdade Ana, Sofia me perdoou mas será que as Judriguetes no geral me perdoaram por ter escolhido Ju-Ju?

- Juliana não se pode agradar a todos, se alguém não perdoou você pela sua escolha é um direito desse alguém, por isso o melhor é você esquecer e tratar de tirar essas preocupações da sua cabeça, isso não faz bem para o meu netinho.

- Ou netinha.

- Ou netinha.

- Ana é difícil pra mim confirmar que minha relação com as meninas tem essa mancha.

- Juliana como eu já disse o que passou já foi, você acha que ficou uma mancha, o que cabe a você agora é não permitir que essa mancha aumente ao ponto de tomar conta de tudo, só depende de você.

- Você tem razão Ana, o que importa é o que temos hoje e no futuro.

Nesse momento o telefone tocou.

- Alô

- Alô mãe, é o Rod.

- Filho que bom falar com você meu querido, tudo bem?

- Tudo ótimo mãe, só não está melhor por que estou com saudades de você Dona Ana, os Simas Brothers.

- Somente de nós, esperava mais gente nessa lista. Olhei cúmplice para Juliana que estava sorrindo.

- Claro que não, também estou morrendo de saudades da Minha Linda e nosso Terceiro Elemento.

- Você já falou com eles hoje?

- Ainda não mãezinha, assim que falar com você vou ligar para eles para desejar uma boa noite.

- Tenho certeza que ela deve estar ansiosa.

- Eu é que estou ansioso para voltar para casa mãe.

- Filho, como está sendo tudo aí, está conseguindo compor o personagem?

- Estou sim mãe, mergulhando nas origens estou trazendo Piatã para a luz.

- Filho, tanto tempo que não via você falando assim, saudade de ver meu filhote na telinha.

- Ainda vai demorar um pouco mãe, mas daqui a pouco você vai enjoar de me ver na TV.

- Isso nunca, não canso de ver o sucesso dos meus filhos.

- Você não sabe se vai ser sucesso?

- Disso eu já tenho certeza.

- Mãe coruja.

- Mãe consciente do talento de seus filhos.

- Tá bom Dona Ana, a senhora tem falado com a Ju, sabe se está tudo bem, achei ela tão angustiada quando eu viajei.

- Ela está bem sim filho.

- Ela acha que eu não percebi mãe, mas eu vi que ela ficou chateada com as coisas que a Sofia disse?

- Que coisas a Sofia disse meu filho?

- Ela parecia fazer questão de lembrar a Ju que a escolha que ela fez era errada e não aprovada pelas Judriguetes.

- Pode ser filho, mas e você o que pensa sobre isso?

- Mãe já te disse, eu também não fiquei confortável quando a Ju começou a namorar aquele cara, mas eu não podia reclamar de nada, nós não tínhamos nenhum compromisso um com outro, sofri admito mas esse sofrimento ficou para mim, não externei nem fiz ela se sentir culpada.

- Certo filho, quando eu digo que você é um lorde, você me contesta.

- Não sou um lorde Dona Ana, somente alguém que procura entender a alma humana e suas nuances.

- Mas além de lorde ele é sensível também.

- Sou Dona Ana, sou sensível porque para entender uma mulher é preciso muita sensibilidade e isso você me ensinou muito bem.

- E parece que fiz um bom trabalho, Juliana é uma afortunada por ter você na vida dela. Disse isso e olhei para Juliana que estava com lágrimas nos olhos.

- Eu é que sou um abençoado por ter ela e nosso Terceiro Elemento na minha vida. Mas falando nela, desculpa Dona Ana vou cortar o papo pois ainda tenho de dar boa noite aos meus outros dois amores.

- Desse jeito eu vou ficar com ciúmes.

- Não fique Dona Ana vocês duas são as mulheres da minha vida.

- Toda mãe busca ser a primeira.

- Não se preocupe, Juliana não é ciúmenta.

- Mas como eu já disse Dona Ana, é hora de dar tchau.

- Tchau filho.

- Boa noite papai. Falei numa vozinha de bebê.

Quando senti que Rodrigo já ia desligar, disse a primeira frase que me veio a cabeça, não podia permitir que ele desligasse e imaginei a cara de espanto que ele não devia estar pela minha entrada inesperada naquela conversa.

(Re) Encontros e Descobertas Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora