Capítulo 30 parte 2

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A noite o Saulo enviou uma mensagem simples de boa noite , eu respondi com uma passagem bíblica que gostava muito .

" Ouve-me quando eu clamo , ó Deus da minha justiça ; na angústia me deste largueza ; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração."

No domingo fiquei quase todo tempo no quarto brincando com Enzo para dar mais privacidade pro Tales e a April que parecia dois pombinhos apaixonados e me sentia feliz por ter sido uma peça importante para que aquela felicidade se concretizasse.

O Saulo não enviou nenhuma mensagem naquela noite e eu envie outra passagem bíblica.

Na manhã da segunda-feira ouvi quando o Tales e a April conversavam sobre voltarmos para o Brasil o Tales ia contratar um jatinho particular todo equipado com aparelhos médicos para o caso de alguma emergência o fato era que se não decidisse viajar até o fim da semana o avião só ia estar disponível novamente em 15 dias.

Sabia que eles não tinha decidido por minha causa , a April contou tudo sobre o Saulo e que tínhamos um encontro pendente .

Não queria viajar sem ver o Saulo novamente e também não queria deixar o Tales mais 15 dias longe da mãe.

Voltei pro quarto sem que me vissem tinha que tomar uma decisão o mais rápido possível , no início da noite a febre voltou e passei toda terça-feira no quarto estava com vergonha do Tales e a April minha razão dizia para irmos embora e meu coração queria ficar.

No meio da madrugada depois de um leve cochilo acordei num sobressalto e vi o vulto de um homem no meu quarto tentei gritar e a voz não saiu .

O medo que senti assim que o vi desapareceu , uma luz sobrenatural iluminou o quarto permitindo que eu enxergasse o homem a minha frente.

Era um índio jovem e forte e me olhava fixamente me estendeu a mão , uma força invisível me puxou na sua direção e quando toquei sua mão fomos sugados para outra dimensão era essa a sensação que dava.

Estávamos no meio de uma floresta e era dia ele começou a correr e com o olhar pediu que eu o seguisse , sentia os galhos dos arbustos chicoteando meu rosto , não podia ser um sonho a dor era real o cansaço que sentia era real como aquilo era possível.

Saímos em uma clareira e tinha uma aldeia vários índios todos sentados no chão e formavam um círculo entre eles estava a vovó pareciam estar fazendo um ritual.

Uma mulher branca com cabelos claros que brilhavam com os raios de sol andava entre os índios ali presente como se você invisível , ela estava grávida olhei do meu lado o índio estava chorando , ele caiu de joelhos parecia estar sumindo como a imagem de uma televisão mal sintonizada  tentei segurá-lo e não conseguia mais tocá-lo.

A mulher veio na nossa direção ajoelhou na frente do índio e falou.

--- Não devia ter feito isso Kaluanã , você está fraco trazê-la aqui exigiu muito .

--- Eu não posso fracassar na minha missão meu amor essa é a única forma de ficarmos juntos .

--- Eu sei Kaluanã você a guiou até o seu destino , não é sua culpa ela estar rodeada de tantas pessoas ruins , tudo que acontecer agora não é mais sua responsabilidade ela é somente ela será responsável pelas escolhas que fizer .

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora