Capítulo 55 Parte 2

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Vitória

Simplismente não conseguia acreditar no que estava diante dos meus olhos.

Poderia ter saido sem olhar para trás, mas a curiosidade foi tanta que olhei, mesmo pressentindo que aquilo tudo tinha o dedo, não a mão inteira do Eduardo.

Minhas pernas fraquejaram com tamanha surpresa.

Como não desconfiei disso antes, a agonia em que se encontrava nos últimos dias.

Ele só acalmou parcialmente, depois que o seu Dionísio conversou comigo, e me convenceu vir a festa.

O telão estava congelado e havia uma colagem com várias fotos minhas.

Uma música romântica começou a tocar, e as fotos começaram a ser exibidas lentamente uma a uma, em forma de slides.

Uma sequência de fotos minhas quando criança, especificamente das últimas férias que passei na casa da vovó.

Eu queria que a terra me engolisse naquele momento, tamanha era minha vergonha.

As pessoas riam descontroladamente, e o eco das gargalhadas, me fez voltar no tempo, quando eu era motivo de chacota na escola.

Todas aquelas lembranças estavam me deixando tonta.

Apoiei em uma cadeira, tentando recuperar o equilíbrio e sair dali o mais rápido possível.

Mas para a minha surpresa, as pessoas começaram a fazer comentários carinhosos, elas não estavam debochando.

Alguém falou no meio da multidão.

- Olha que menina fofa.

- Que gracinha, quem é ela?

- Será parente do aniversariante?

- Que menina doce e corajosa, dá vontade colocar num potinho e guardar.

Todos foram ao delírio com a sequência de fotos, que antecedeu a minha audácia em montar o trovão, como se realmente soubesse o que estava fazendo.

Não conseguia mover um músculo se quer, onde o Eduardo estava com a cabeça para me expor daquela maneira o pior que não conseguia sentir raiva.

Era como se uma lacuna da minha vida estivesse sendo preenchida.

Na época eu tive a impressão de ter visto alguém na janela me observando, enquanto galopava pelo curral, e não estava enganada.

Eu estava sendo fotografada pelo o "pau de virar tripa".

Sorrio ao recordar do apelido mais esdrúxulo que coloquei nele e que agora não fazia mais nenhum sentido com tantos músculos distribuído pelo corpo.

Observo algumas fotos, e de repente é como se uma venda caísse dos meus olhos.

Em momento algum imaginei que as fotos tão preciosas, o motivo pelo qual se perdeu na floresta.

Eram na verdade fotografias minhas, todas minhas.

Confesso que foi uma grata surpresa aquela descoberta.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora