Capítulo 42

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Eduardo

Quando eu era criança passava horas ouvindo as histórias que o vovô contava sobre a mitologia grega, ficava encantado ele sabia o nome de todos os deuses do Olimpo, vibrava de emoção com os relatos detalhados sobre os doze trabalhos de Hércules, morriam de medo do Cérbero o cão de três cabeças que guarda as portas do inferno, todas aqueles seres místicos me fazia viajar, as que mais prendia minha atenção era as que envolvia cavalos.

Cheguei a pedir de presente de aniversário um centauro, a ideia de ter um amigo metade humano e metade cavalo era fantástica.

De toda as lendas tinha uma em especial que poderia ouvir várias vezes sem cansar talvez devido à minha paixão pelos cavalos, a que deu origem ao Pegasus o cavalo alado.

Reza a lenda que Poseidon, deus do mar, era perdidamente apaixonado por Medusa, um monstro com cabelos de serpente e que tinha o poder de transformar as pessoas em pedras.

Por essa razão, Poseidon nunca tinha conseguido tocá-la.

Quando o herói Perseu derrotou Medusa cortando-lhe a cabeça, uma gota do sangue dela caiu em contato com a água do mar e ouviu-se um grande trovão.

Surgiu, então uma espuma branca sobre a água e um belo cavalo branco com asas emergiu. Foi ai que nasceu Pegasus, filho do amor impossível de Poseidon e Medusa.

No meu aniversário de 7 anos fiquei muito chateado por não ganhar de presente o centauro que tinha pedido para o vovô, então ele explicou que tudo eram lendas e de acordo que fui crescendo aquilo já não era mais tão fascinante, fui perdendo a inocência pura de uma criança e já não gostava mais nem de ouvi-las afinal de contas nada era real, então o vovô mudou o seu discurso sempre que tinha a oportunidade ele dizia.

Meu neto a sabedoria e o conhecimento deve ser cultivado ao longo de toda vida, através de suas vivências e experiências, erros e acertos. Somos descendentes de uma civilização rica que até hoje guardam grandes segredos, verdade ou não faz parte da nossa história, não lhe peço que acredite em tudo, mas lembre-se sempre das palavras de William Shakespeare

"Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar."

Naquela época não entendia quase nada das palavras do vovô e aos poucos foram ficando esquecidas, e desde que a Vitória entrou na minha vida novamente tenho recordado constantemente das suas palavras e muitas coisas estão ficando bem claras.

Cada vez tenho mais certeza que vovô sabe da existência do diário da Heléne e da profecia, o seu discurso nada mais era que uma preparação para que pudesse entender os fatos sobrenaturais que tem acontecido sem achar que estou enlouquecendo ou renega-los de alguma maneira.

Estude busque conhecer coisas novas, se não sabe pergunte e sempre tenha o coração aberto para novas descobertas, por mais sábio que você se considere, sempre há algo novo para aprender.

E acima de tudo, respeite opiniões contrárias à suas.

Desde que reencontrei a Vitória os acontecimentos tem sido intensos e de aprendizados já tive várias experiências espiritual bem assustadoras para quem não entende do assunto, sei que se relatasse tudo que vivi nos últimos dias ao meu psicólogo provavelmente diria que estou demonstrado cansaço mental ou algo parecido e me entupiria de drogas.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora