Capítulo 48 parte 1

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Eduardo

Três semanas depois

Mais uma vez, acordo aos prantos e todo encharcado de suor, resultado dos pesadelos recorrentes que não me deixam dormir nos últimos dias.

Tenho dificuldades para respirar, a dor e a sensação de impotência, ainda estão enraizadas em meu corpo.

O meu coração bate acelerado, parece querer sair pela a boca.

Sento na cama tomado pela angústia que sinto, porém, agradeço a Deus mentalmente, por ter sido apenas mais um pesadelo.

Mesmo a dona Yanna, afirmando que é apenas o reflexo de tudo que tenho vívido nos últimos dias, das experiências negativas, e que nada vai acontecer realmente.

Mesmo assim sofro da mesma maneira todas as vezes que os tenho.

Espero minha respiração e meus batimentos voltarem ao normal, sinto-me esgotado, sem forças, minha pele está pegajosa devido ao excesso de suor, preciso de um banho urgente.

Essa tem sido a minha rotina, nas raras noites que consigo dormir, parece mais um tormento ter que sonhar com a mesma coisa; repetidas vezes, e a dor é maior, pois, por mais que tente, não consigo evitar que o pior aconteça.

Levanto-me meio trôpego e caminho a passos lentos em direção ao banheiro, o pânico e o desespero que senti há minutos atrás, ainda está impregnado em cada célula do meu corpo.

Antes de entrar no banheiro, ouço a porta do quarto sendo aberta com brusquidão, e já faço ideia de quem seja.

- Dudu! Está tudo bem, meu filho? Seus gritos acordaram todos da casa.

Às vezes as pessoas fazem perguntas tão sem noção, que é preciso nos controlar para não dar uma má resposta.

- Óbvio, que não estou nada bem mamãe.

- E sinto muito por ter acordado vocês com meus gritos novamente.

Respondo sem olhar na sua direção, sei que minha aparência física está péssima, e meu interior está mil vezes pior.

Ouço seus passos atrás de mim, e logo seus braços me envolvem com carinho, e esse gesto aquece momentaneamente meu coração, devolvendo-me um pouquinho de paz.

Só até perceber que queria outros braços me envolvendo daquela maneira, me acalmando, dizendo que estava bem.

Queria sentir seu toque, ouvir sua voz.

Vitória meu anjo, onde você está meu amor? Eu preciso de você, como necessito do ar para sobreviver.

- Não fala assim Dudu, você não tem culpa, ninguém pode controlar os sonhos e muito menos os pesadelos, se pudéssemos nem os teríamos.

- Sabemos e compreendemos tudo que está passando.

- Sua dor e nossa também, Dudu. Quando vai entender e parar de ficar guardando as coisas só para você?

- Sabe muito bem que seu avô e seu pai, não são de falar sobre sentimentos, eles demonstram que se importa com a família através ações, e estão fazendo tudo para ajuda-lo sem questiona-lo.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora