Capítulo 45

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Eduardo

Às vezes perdemos o controle de nossas vidas, e ficamos como um barco a deriva, sem um rumo, sem um norte a seguir, expostos a uma tempestade que pode chegar a qualquer momento e provocar um naufrágio, sem que possamos fazer nada para impedir.

Ou como uma montanha russa cheia de altos e baixos, em um minuto tudo está perfeito, e no minuto seguinte as coisas começam a desandar, e somos obrigados a enfrentar situações que vão além da nossa compreensão, e fazer questionamentos do por que daquilo está acontecendo.

Posso dizer que é assim que me sinto, estou de mãos atadas, não suporto mais ver a Vitória sofrendo, quando tudo parecia estar entrando nos eixos, nenhuma ameaça aparente, eis que surge do nada a possibilidade de que alguém com más intenções esteja mais uma vez tentando fazer mal a ela, durante o meu trajeto até o hospital mentalmente pedi a Deus que tudo fosse apenas um equívoco, mas para o meu desespero pude confirmar que a pessoa que esteve em casa não passava de uma impostora, já que a verdadeira Gertrudes estava se recuperando de um ataque criminoso, covarde e traiçoeiro que havia sofrido.

Segundo o investigador Paulo Neves, ela relatou que após receber minha ligação, fez a lista dos ingredientes necessários para o preparo dos pratos que havia solicitado, e seguiu para o mercado, falou ainda que, por diversas vezes teve a sensação de estar sendo seguida, mas não deu importância, assim que terminou de fazer as compras e se encaminhava para um ponto de táxi foi atacada covardemente pelas costas, e foi esfaqueada três vezes, ficou entre a vida e morte, mas como por milagre se recuperou, e segundo as enfermeiras que estava no quarto no momento em que ela acordou, a primeira coisa que fez, foi perguntar onde estava a índia que cuidava dos seus ferimentos, claro que ninguém levou a sério aquela pergunta, no entanto eu sabia do quem se tratava.

Depois que sai do hospital, segui para a delegacia, relatei tudo que sabia, fiz uma descrição da mulher que esteve em casa, para que pudesse ser feito um retrato falado, e me vi na obrigação de contar sobre o passado da Vitória e seu inimigo, para que os policias tivessem um ponto de partida para as investigações, é claro que não descartaram a possibilidade de que não seria ela o alvo, como sou o único herdeiro da família Apollonaris, poderia estar na mira de sequestradores, porém algo me dizia que a Vitória era o alvo.

Recordei-me de como ela se assustou quando viu a impostora no corredor, talvez pressentiu o perigo e não quis compartilhar suas suspeitas.

Quando sai da delegacia decidi passar no hotel, onde o Fábio estava hospedado, por sorte a Catarina e o André ainda estavam por lá, os coloquei a par de tudo que estava acontecendo, e em particular contei para a Catarina sobre o sonho da Vitória, em que ela gritava que não estava morta.

Ela ficou desesperada, queria saber detalhes do sonho, assim que consegui acalma-la, lhe expliquei que a Vitória não se recordava do sonho.

E diante da sua reação descontrolada o meu temor aumentou ainda mais, a Vitória não estava mais segura ali como pensávamos, e de alguma forma ela estava sendo avisada através dos sonhos, mesmo ela falando que a última aparição do seu espírito protetor era uma despedida, liguei para o papai e pedi que enviasse o jatinho da empresa, no entanto teríamos que esperar o Tales e a April retornar da lua-de-mel no dia seguinte, já que o Enzo tinha ficado aos cuidados da Vitória.

A minha intenção era partir o mais rápido possível, porém outro acontecimento inesperado adiou tudo, a morte da dona Glória, um momento de luto e de dor.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora