Me aproximei do Eduardo com cautela, como ele não disse nada eu também não disse.
Peguei o cantil com água e estendi para ele, ele parecia tão fraco que quase não conseguiu erguer o braço, percebi sua dificuldade e me ajoelhei e o ajudei a beber a água.
Quando estava arrumando as coisas me lembrei que o Miguel disse que o Eduardo tinha os pulmões fraco então resolvi levar também um pouco do xarope que a vovó tinha feito.
Dei um pouco do xarope para ele que aceitou sem questionar, em seguida
preparei tudo para fazer o curativo na perna dele, ele prestava atenção em tudo sem dizer uma só palavra.
Limpei o ferimento com cuidado, era bem grande mais não parecia ser muito profundo depois de limpo cobri com uma faixa, não era o melhor a se fazer mais era necessário por enquanto como estávamos no meio da floresta todo cuidado era pouco .
De onde estávamos até a cachoeira levava uns 15 minutos decidi buscar mais água estava anoitecendo muito rápido.
Fui o mais rápido que pude e quando retornei fiz uma limpeza rápida ao redor do lugar onde estávamos, improvisei um lugar para acender o fogo, fervi um pouco de água e coloquei no copo de sopa, agora entendia porque a vovó tinha comprado, ela detestava esse tipo de comida.
Enquanto o Eduardo comia, comecei a arrumar as lanternas improvisadas, a vovó tinha me ensinado nas férias passadas, estava com uma sensação estranha como se eu tivesse deixando passar algo importante.
Fervi mais um pouco de água, e com um pano úmido limpei os braços do Eduardo, tinha algumas escoriações e picadas de insetos.
Ele parecia estar um pouquinho melhor, assim que passei o pano no rosto dele, recordei-me do sonho.
Respirei aliviada, no sonho ele estava usando os óculos quando a cobra aproximava-se,e como eu já estava ajudando talvez isso não aconteceria.
O silêncio entre nos já estava incomodando, depois que terminei de limpar o seu rosto , disfarçadamente olhei em volta e nem sinal de nenhuma cobra.
Levei o maior susto quando um raio cortou o céu seguido de um trovão , por causa das árvores não tinha percebido que o tempo tinha mudado , agradeci a vovó mentalmente .
Consegui algumas varas e depois de amarrar com cipós , coloquei alguns galhos em cima , isso evitaria que nos molhasse muito .
Com meu olhar periférico percebi o Eduardo olhando meu braço , o que bati na prateleira do mercadinho tinha uma enorme mancha roxa por causa da pancada .
Estava cansada e com fome , depois de dar mais um pouco de xarope para o Eduardo , resolvi comer um copo de sopa , enquanto misturava a água quente , ele falou.
- Porque você está fazendo isso Vitória ?
Apenas dei de ombros .
E continue mexendo minha sopa .
- Não vai falar comigo ?
Que droga Vitória !!
Fala alguma coisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reviravoltas Do Destino ( Concluído)
RomanceApós descobrir que herdou um Dom de seus antepassados índios e uma tragédia atingir sua familia , Vitória vai descobrir da maneira mais difícil como as pessoas reagem diante do desconhecido , que o preconceito pode vir de onde menos se espera. Na su...