Capítulo Final

548 88 124
                                    

Vitória

Ficamos muito emocionados observando a foto.

Óbvio que os bebês não estavam realmente de mãos dadas.

Mesmo porque eles estavam em sacos vitelínicos diferentes e não seria viável.

Mas pelo ângulo que a foto foi impressa era exatamente isso que víamos.

E claro que me lembrei do dia que o Eduardo e eu vimos a Heléne e o Kaluanã pela última vez.

Apesar de parecer uma despedida, eu continuei sentindo a presença do Kaluanã, mas de uma maneira completamente diferente.

Agora entendo a razão.

Entendi que aquela ilusão de ótica era como um aviso dos dois, dizendo estamos aqui para completar a felicidade de vocês e concretizar o amor que não nos foi permitido.

Agora nos amaremos como irmãos.

Lembrei-me de como o Miguel se mexia quando o Ivan passava o transdutor, ele já protegia a irmã dentro do meu ventre.

O Eduardo não duvidou e confessou que sentiu algo especial quando olhou a foto, mas não conseguiu colocar em palavras e definiu como um arrepio estranho.

E para validar a minha constatação  a vovó faz o inocente comentário que coincidências não existem.

A Aimée nos observou com curiosidade e quis saber quem era Heléne e Kaluanã.

Prometi contar toda história em outra ocasião.

Ela sugeriu que eu me deitasse e descansasse um pouco no sofá da sala anexa a seu consultório.

Era uma área exatamente para esse fim.

Descanso.

Depois de ajudar a me acomodar o Eduardo foi até o estacionamento pegar a bolsa com as roupinhas que havíamos levado.

Logo depois a vovó saiu para o jardim, ela queria fazer uma oração ao ar livre.

Fiquei recostada no enorme sofá, enviei uma mensagem para a Letícia, que logo visualizou continuou online e não respondeu.

Quando envio mensagem para alguém e isso acontece eu fico muito chateada e crio mil teorias na cabeça.

Essa atitude somada ao jeito estranho que ela foi embora de casa me deixou bem preocupada.

Depois envie pra mamãe que respondeu na mesma hora.

Contei as últimas novidades e pedi que trouxesse uma camisola e alguns itens de higiene íntima até o hospital.

Falei que tinha esquecido, mas havia deixado as coisas de propósito, para ter um motivo e chamá-la.

Ela queria vir com a gente e ficou muito aborrecida quando disse que não precisava porque a vovó viria.

O ambiente estava tão silencioso que nem parecia uma Clínica.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora