Capítulo 47 parte 3

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VITÓRIA

Continuei deitada na mesma posição por alguns minutos, não tinha ânimo para nada, depois do fracasso do meu plano. E para completar, o meu estômago dava sinais que ia embrulhar.

A cama parecia estar rodando, e a culpa me corroendo por dentro.

Não deveria, entretanto era assim que me sentia.

Culpada por quase tirar a vida de um ser humano, desprezível sim, mas um ser humano.

Por mais que ele fosse um criminoso perigoso, e que me fez teme-lo por diversas vezes, só pela maneira lasciva, e cheia de más intenções que me olhava, eu não tinha o direito de fazer justiça com as próprias mãos.

Se ele morresse minha mãos estariam manchadas de sangue para sempre.

Nem o medo quase palpável que sentia, só de imaginar as indecências que passava pela sua cabeça, a cada vez que percebia seus olhares em mim, e seus toques nada discretos, nas suas partes íntimas, tornava meu ato justificável, e não diminuía a culpa que sentia naquele momento.

Deveria estar tranquila, sabendo que ele estava ferido, por hora não me oferecia risco, ou talvez o perigo tivesse se tornado maior, já que, entre os gritos de dor, ele jurou me matar assim que tivesse oportunidade.

Minha situação tinha piorado consideravelmente, o fato de um dos contratantes não querer que me machucassem, não era garantia de mais nada, mesmo por que me agarrei a esse detalhe quando tomei a decisão de me render e acompanha-los, antes que machucassem ainda mais o Eduardo.

E mesmo assim o palhaço It, por pouco não me matou esganada, lá na praia mesmo, e depois fui golpeada sem piedade pelo o cara, que surgiu do nada atrapalhou minha fuga.

Quem poderia ser esse homem?

Como fingi estar desmaiada, não pude abrir os olhos e ver o rosto do tal Henrique.

Mas pude descobrir que pretendiam culpar o Eduardo, pela a minha suposta morte.

Ele já estava sabendo do acidente que o Eduardo havia sofrido no penhasco, e que todo enredo macabro, para culpa-lo pelo meu desaparecimento, foi elaborado pela mente doentia de um dos contratantes.

A única pessoa que me veio à mente, capaz de tamanha monstruosidade, foi o Leonardo Villar, mas seria impossível, já que estava morto, e dessa vez não se tratava de uma farsa como antes.

Forcei minha memória e não recordei de ninguém que conheci que tivesse esse nome.

Fechei os olhos novamente, tinha a esperança de adormecer e tentar me comunicar com a vovó, já tinha muitas informações que poderia ser úteis, mas não sabia o que fazer, sempre era ela que visitava meus sonhos, quando eu mais precisava.

Nunca havia tentado algo do tipo, certa vez até comentei com a Letícia que tinha vontade de tentar visitar o sonho de alguém, para saber se conseguiria.

Depois de alguns minutos, respirei fundo, ao constatar que seria impossível dormir, com tudo que estava acontecendo.

Em circunstâncias normais, a insônia sempre foi minha companheira, imagina com toda aquela tensão no ar.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora