Capítulo 51 Parte 1

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Olá Boa noite.
Demorei, mas estou de volta.
Hoje postarei três capítulos e depois, será dia sim, dia não até postar o último.

Vitória

Se eu escolhesse uma música para descrever os acontecimentos da minha vida nesse exato momento, sem dúvidas seria a da Cássia Eller Palavras ao vento.

É incrível como as palavras das pessoas não valem mais nada como antigamente. 

O Eduardo chegou ao quarto e acabou ouvindo parte da minha conversa com a vovó.

Precisamente a que confessei o meu temor, que ele não pudesse me perdoar pelo o que tinha acontecido, mesmo tendo total consciência que não tive culpa alguma.

Claro que quis saber imediatamente a razão para pensar assim, e achei melhor acabar logo de uma vez com isso.

Ele fez seu ritual fofo e apaixonante dos últimos dias.

Entrou pediu a bênção para a vovó, depois beijou minha barriga, falou palavras carinhosas com o nosso bebê, em seguida beijou-me na boca.

Se ele precisasse sair dez vezes do quarto, repetia esse processo todas as vezes, e diante do seu carinho sincero, sentia mal por estar ocultando o que tinha acontecido. 

Meu sexto sentido dizia que as coisas mudariam depois da nossa conversa, então aprofundei mais o nosso beijo, ele soltou um gemido delicioso em resposta, e correspondeu com mais paixão.

Aproveitei cada segundo, e só encerramos porque a vovó chamou a nossa atenção, e saiu logo em seguida, para que pudéssemos conversar mais a vontade.
Mesmo sendo contra as regras do hospital, o Eduardo sentou na cama, ficando de frente para mim, segurou minhas mãos, entrelaçando nossos dedos, e olhando nos meus olhos, disse que me amava, e que nada que eu falasse mudaria seus sentimentos, que não deixaria mais nada nos separar.

Ouvir sua declaração me deu forças para relatar os fatos.

E no início foi tranquilo, mas a partir do momento que ele percebeu a direção que a conversa tomava, seus olhos encheram de lágrimas, e quando mais precisava que ele continuasse segurando minhas mãos, ele soltou­­­-as, como se tivesse uma doença altamente contagiosa.

Com dificuldades, me controlando para não chorar, terminei meu relato, enquanto ele estava de costas para mim, e socava a parede repetidas vezes, e só parou quando a mesma ficou manchada de vermelho.

E mesmo sem olhar na minha direção, era possível perceber que ele sim estava chorando, por causa do balanço dos seus ombros e de alguns soluços, que escapava de vez em quando.

Depois de alguns segundos em silêncio, ele veio até a cama de cabeça baixa, e mais uma vez beijou minha barriga, só que ao contrário das outras vezes, ele não me beijou como de costume, e simplesmente saiu porta a fora sem falar nada.

Fiquei impactada diante da sua atitude, a vontade de chorar desapareceu por completo, deixando um vazio enorme, não pedi para que ele ficasse já previa que sua reação não fosse nada boa.

No entanto, o seu silêncio foi desconcertante, preferiria que tivesse ficado furioso xingado e gritado, talvez até me acusado, como já tinha feito outras vezes, pelo menos saberia o que passava pela sua cabeça.

Recordei as palavras bonitas que disse minutos antes, e a música da Cassia Eller veio na minha cabeça.

Recostei na cama fechei os olhos, e ao invés de chorar e me lamentar, comecei a cantar o refrão, era como se minha dor saísse junto com a letra da música.

"Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, palavras
Palavras pequenas
Palavras
Momentos.
Palavras, palavras, palavras, palavras
Palavras ao vento"!
Tudo que o Eduardo havia falado não passava de palavras, palavras que se foram com o vento.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora