Reviravoltas Do Destino ( Concluído)

Capítulo 2

Meus irmãos foram embora, e já tinha se passado dois meses e não havia feito nenhuma ligação se quer para minha mãe, meu coração doía de ver a tristeza dela, não só pelo fato deles ter ido embora assim, mas pelas mentiras que descobrimos.

Duas semanas depois do ocorrido, um amigo do papai que ajudou meus irmãos a ingressarem no exército, veio até a nossa casa, e então descobrimos que o Fábio e o Carlos, não serviam mais o exército, que tinha sido expulsos dois meses depois de ingressarem, cometeram tantas faltas graves, foram repreendidos por insubordinação tantas vezes, que foram expulsos sem precisarem cumprir o ano que é obrigatório por lei, para quem ingressa, assim ficamos sabemos que a vários meses eles estavam mentido para todos.

A tristeza pela falta do meu pai e a decepção com os filhos mais velhos, fez minha mãe, adoecer, eu cuidava da casa e do meu irmãozinho, todos os dias eu orava a Deus para restabelecer a saúde dela.

Para ajudar nas despesas, eu estava fazendo artesanatos de bambu para vender na feira, agradecia mentalmente por minha avó Yanna ter me ensinado a fazê-los, comecei a levar meu irmãozinho para escola junto comigo, os dias passavam rápido, minha mãe já estava bem melhor, aceitou pegar a encomenda de salgados para o casamento de uma vizinha, ela nunca falava no meus irmãos e eles nunca mais ligou, e assim o tempo passava.

Sem aviso, os sonhos voltaram, comecei a sonhar com uma vizinha que morava na mesma rua, seu nome era Amélia, ela estava grávida.
No sonho eu à via no chão entre a sala e a cozinha, e tinha muito sangue em volta, parecia estar morta. O micro-ondas apitava avisando que algo estava pronto, a televisão na sala passava um programa de culinária, então ouvia um relincho, que viam de longe e acordava assustada.

Contei a minha mãe, e ela prestou tanta atenção que até estranhei, me perguntou quantas vezes o sonho já havia repetido, se tinha algum detalhe que tinha chamado atenção, uma data ou alguma coisa que pudesse ajudar a saber quando isso aconteceria, fiquei super feliz, minha mãe acreditava nos meus sonhos.

Forcei minha mente e lá estava, no micro-ondas marcava 8:00 PM, e o programa de culinária passava uma vez por semana e seria no dia seguinte, minha mãe deu sorriso de satisfação, deu um beijo na minha testa, e disse que ficaria tudo bem.

No dia seguinte ela foi ao mercado comprou ingredientes para fazer bolo de chocolate, estranhei bastante, já que eu e meu irmãozinho detestava bolo de chocolate. Eu sei éramos crianças realmente diferentes.

Por volta das 7:30 ela parecia uma barata tonta, pegou o bolo na geladeira e disse que ia na casa da Amélia, nesse momento entendi tudo, ela queria evitar que o sonho se tornasse real. Não disse nada, mesmo porque não saberia o que dizer.

Assim que ela saiu peguei um livro e fui para a sala, meu irmão deitou no meu colo e logo adormeceu, não sabia se prestava atenção na leitura ou no relógio. Quando o relógio marcou 7:55 PM, ouvi vozes alteradas na rua, e então um barulho de sirene de ambulância, fiquei lá esperando minha mãe voltar, acabei adormecendo também.

Acordei com o barulho da chave na fechadura, olhei para o relógio e me assustei já passava das 11:00, minha estava abatida, mais tinha um sorriso de missão cumprida no rosto, ela se aproximou pegou meu irmãozinho do meu colo, beijou minha testa e disse:
- Deu tudo certo, meu amor.
- Elas estão bem agora. E  foi pro quarto.

Segui logo atrás, então minha mãe me explicou o que tinha acontecido.
Que Amélia tinha passado mal, começou a ter um sangramento, minha mãe chamou a ambulância, que graças a Deus chegou super rápido. Segundo o médico que atendeu Amélia, ela teve um aumento súbito de pressão, o que provocou um começo de eclâmpsia, mas como o socorro foi rápido conseguiram fazer uma cesariana de emergência, e salvaram mãe e filha, e como ela estava no sétimo mês de gestação a bebê estava perfeitamente formada, e logo ambas estariam em casa. Explicou que demorou a volta, porque estava esperando o marido da Amélia chegar ao hospital.