Reviravoltas Do Destino ( Concluído)

Capítulo 51 Parte 3

Vitória

Aos poucos os ciclistas foram se retirando da mesa, o Tiago recebeu uma ligação e também se afastou para atender, eu comecei ajudar a Lilian e a Laura a recolher as xícaras.

Precisava de uma distração para verificar se havia algo no vaso, a Lilian estava com a bandeja cheia e se preparava para entrar na casa.

Mentalmente pedi perdão pelo que ia fazer, mas era necessário.

Quando ela ia passando do meu lado, coloquei o pé na sua frente, não deu outra, ela tropeçou perdeu o equilíbrio e derrubou a bandeja.

A Laura ficou furiosa e começou a humilhar a garota, rapidamente verifiquei o vaso, e encontrei um pedaço de papel dobrado entre as flores, retirei de lá e coloquei dentro do sutiã.

Só então comecei a defender a Lilian pelo que tinha acontecido, a Laura parecia não dar ouvidos para o que falava e continuava a insultando, até que olhou na minha direção.

Não entendi o que aconteceu, mas sua reação foi bem peculiar, parecia estar com medo, apavorada talvez, ela recuou alguns passos, a medida que me aproximava, e olhava fixamente para o meu pescoço, precisamente o meu colar. Pediu perdão e ainda tentou se justificar, alegando que a Lilian era muito desastrada, em seguida entrou rapidamente na casa, como se quisesse se afastar de mim.

A Lilian chorava copiosamente, e eu claro me sentindo extremamente culpada, me ofereci para ajuda-la a recolher os cacos, era o mínimo que poderia fazer depois de colocá-la naquela situação.

Meu corpo estremeceu de puro pânico e repulsa, ao ouvir a voz do Tiago atrás de mim, me repreendendo.

Disse que aquilo era serviço dos empregados, e depositou beijos nojentos em minhas mãos, em seguida me abraçou pela a cintura.

Senti-me suja com aquela proximidade, tudo rodava e meu estômago estava nauseado, eu queria afasta-lo aos socos.

No entanto, tinha que aguentar suas mãos imundas em mim.

Depois de falar que tinha sido uma ótima anfitriã, vez alguns comentários sobre um dos ciclistas que estava flertando descaradamente comigo e também do André.

Eu fingi não ter notado nada, falei que só tinha olhos para ele, e quase vomitei em cima dele, quando falou próximo ao meu ouvido que queria repetir tudo que fizemos na noite passada.

Meu Deus o que eu fiz pra merecer passar por isso?

Era a pergunta que ecoava na minha cabeça, quando ele tentou beijar minha boca, por sorte desviei a tempo, e seus lábios asquerosos tocaram meu pescoço.

Ele falou algo sobre rosa do deserto e me amar mais que tudo, mas não prestei atenção direito, tudo o que eu queria era me ver livre da sua presença nefasta.

Quando disse que ia para o laboratório e depois teria um atendimento na cidade, tive que me conter para não pular de alegria.

Quando ele me soltou, tive que me segurar na mesa para não ir ao chão ali mesmo, não suportava mais representar, já estava no meu limite.

Foi então que senti minha pele se arrepiar, uma sensação boa que só uma pessoa era capaz de despertar em mim.

Virei-me e o encontrei ali, como uma luz no fim do túnel escuro, no qual me encontrava.

O meu amor, ele estava abatido usando roupas diferentes bem coloridas, com dreads nos cabelos e a barba enorme.

Meu coração começou a bater descompassado, um misto de sentimento tomou conta de meu ser, felicidade por vê-lo, angústia e medo de que alguém o reconhecesse.