Capítulo 47 parte 4

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O choque foi tanto com aquela revelação, que se não estivesse apoiada na parede teria desmaiado.

Meu coração começou a bater descompassado, com as lembranças ruins que invadiram minha mente.

Era surreal demais para ser verdade, tentei formular algo coerente para falar, mas simplesmente um bolo se formou na minha garganta, impedindo que qualquer coisa fosse dita.

Mesmo porque, não saberia o que dizer.

Como poderia reconhecer a Alice, se não existia nenhum traço daquela menina meiga e tímida que conheci, com a mulher raivosa e vulgar a minha frente.

A raiva e a inveja emanavam de todos os seus poros, ela se recompôs e ficou me olhando, esperando que dissesse algo.

Por sorte o telefone da Alice ou Melisa, já nem sabia como chama-la, tocou e ela afastou para atendê-lo.

A sua falta de equilíbrio sobre os enormes saltos, chamou minha atenção, ela cambaleou para os lados, e para não cair, teve que apoiar-se no batente da porta, enquanto falava ao telefone.

Dando-me assim, tempo para digerir todas aquelas informações.

Deixei meu corpo deslizar pela parede, totalmente sem forças, desabando novamente no colchão encharcado.

A observei por alguns segundos, tentando encontrar nela alguma semelhança se quer, da menininha tímida que conheci anos atrás.

Mas não restava nada, na verdade a Melisa não era mais a mesma que conheci na empresa do vovô.

Estava muito magra, o que fazia seus seios siliconados, parecerem maiores, a pele muito pálida e parecia ressecada, os cabelos loiros, antes vistosos e com vida, estavam opaco e sem brilho, até a sua voz estava com um timbre diferente, talvez por isso não identifiquei de imediato, de quem era a voz que ouvi no Iate.

Devida à altura que falava ao telefone, foi impossível não prestar atenção na conversa. Não sabia o que seu interlocutor dizia, entretanto pelas suas respostas, pude entender mais ou menos o que tinha acontecido depois que fui dopada e como fui parar naquele lugar.

- Se já recebeu a localização e sabe onde estamos, por que não me tirou daqui ainda?

- Que merda cara! Não sou papagaio para ficar repetindo as coisas o tempo todo.

- Manda seu chefe ir se fuder. Eu já falei como tudo aconteceu, navegamos o restante da tarde de ontem, e praticamente toda a noite, tínhamos que atracar no local combinado, e esperar as novas instruções.

- Chegamos um pouco antes, ele foi até o quarto, falou que não poderíamos desembarcar antes de receber as instruções.

- Não desconfiei de nada, depois sem que percebesse, ele retirou a mocoronga, em seguida, colocou uma bomba no Iate.

- E DAÍ QUE EU ESTAVA BÊBADA! Isso não vem ao caso imbecil filho de uma put*

- Vai me deixar falar ou não?

- Se não fosse os homens que estava nos seguindo, perceber toda movimentação de longe, e ter me tirado de lá, estaria morta agora, tudo por culpa dessa maldita desgraçada.

Reviravoltas Do Destino ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora