POV JOTA
Conduzi por 2 horas até chegar ao nosso destino. Assim que chego ao local olho para a Sofia que se encontra a dormir serenamente com a cabeça encostada ao vidro. Permaneço a olhar para ele até que o meu telemóvel começa a tocar.
- Ia ligar-te agora mesmo. Já está tudo pronto, mãe?
- Sim Jota. - responde-me - Já chegaste?
- Cheguei agora mesmo. - disse - Estou nervoso, mãe.
Ouço as gargalhadas da minha mãe do outro lado da linha e logo ela responde.
- Nunca te vi nervoso por ter um encontro com uma rapariga. - ela disse ainda entre gargalhadas - Mas não tens razão para ficares nervoso filho, já não é a primeira vez que sais com ela.
- Eu sei mãe, mas não consigo evitar.
- Ela é mesmo importante para ti, não é?
- É, eu nunca pensei que conheceria uma pessoa e em tão pouco tempo me ligasse a ela desta forma.
- Estou muito contente por vocês e já sabes que eu quero conhecê-la. Agora não deixes a rapariga à espera.
- Obrigada mãe!
Desligo a chamada e levo a minha mão até às Sofia dando-lhe leves abanões.
- Sofia? - chamo-a baixinho - Já chegámos.
Ela abre lentamente os olhos e olha para mim com um sorriso no rosto. Por momentos fico completamente hipnotizado por ela. Como é que possível eu gostar tanto de uma pessoa como gosto dela? Sinto vontade de a proteger de tudo e de todos e de a manter só para mim. Eu achava que gostava da Filipa, mas nestes últimos dias apercebi-me que o que eu sinto pela Sofia em nada se compara com que eu senti pela Filipa.
- Dormi a viagem toda, não foi? - eu assinto - Desculpa, não te queria deixar sozinho e acabei por deixar.
- Não faz mal, vamos? - perguntei-lhe.
Saímos do carro e reparo que ela olha para mim um pouco surpreendida pelo sítio que eu escolhi.
- Calma, já vais perceber o porquê deste sítio. - caminho em direção a ela - Agora eu vou-te tapar os olhos e vais confiar em mim.
Ela bufa e eu rio-me.
- Não gosto de surpresas. - ela resmunga.
Tapo-lhe os olhos e rodeio a sua cintura com o meu braço de forma a que a possa guiar. No mesmo instante que ponho a mão na sua cintura ouço a respiração pesada da parte dela e sorrio fraco.
- Desta vais gostar. - digo-lhe perto do ouvido.
- Até estou para ver.
Orientei o caminho até chegarmos ao local e sorrio assim que vejo que estava tudo perfeito.
- Estás pronta? - pergunto-lhe.
- Não sei, surpresas deixam-me nervosa.
- Vou-te tirar a mão, está bem?