POV JOTA
- Jota... - a minha namorada pronúncia o meu nome assim que eu entro pela sala.
O meu coração bate cada vez mais forte a cada passo que dou.
Assim que me aproximo da cama e pego na mão dela, as lágrimas começam a a cair.
- Eu pensei que te ia perder, Sofia. - passo a minha mão livre pela cara dela fazendo-a fechar os olhos em apreciação - Nunca me senti tão inútil na minha vida, mas assim que o médico me disse que estavas a carregar um filho nosso, eu sabia que tu ias voltar para nós.
- Eu estou aqui. - disse-me visivelmente emocionada - Aliás, nós estámos aqui.
Lentamente a rapariga guia as nossas mãos entrelaçadas e pousa-as sobre o seu ventre.
- É o nosso filho. - sussurro completamente emocionado.
- Nós cosmeguimos, amor. - respondeu-me com um sorriso lindo no rosto.
Retribuo esse sorriso, mas rapidamente me aproximo dela e beijo-a lentamente e sem pressa alguma. Só queria aproveitar o tempo que ainda me resta, visto que a partir de agora as coisas iriam ser muito diferentes.
- Que saudades tão grandes. - digo-lhe enquanto espalho beijos pela sua bochecha levando-a a soltar inúmeras gargalhadas.
- Eu também estava a morrer de saudades tuas. - faz-me um miminho na cara - Agora estou é com sono, acho que é dos medicamentos. - faz uma cara feia.
- Claro meu amor. - beijo-lhe a ponta do nariz - Abres um espaço para mim ao teu lado? Ou agora que somos 3 não cabemos na cama?
A Sofia sorri e rapidamente abre o espaço que eu tanto desejo.
- Por agora cabemos. Quando a barriga crescer, não sei. - mete-se comigo.
Como eu queria estar ao lado dela para ver essa coisa tão bonita a acontecer.
- Logo arranjamos uma solução. - tiro as minhas sapatilhas e deito-me na cama.
A rapariga não perde tempo e rapidamente deita a cabeça no meu peito.
- Boa noite. - estica-se um pouco e dá-me um simples beijo na boca - Amo-vos aos dois.
Disto isto volta a repousar a cabeça no meu peito e eu rapidamente me abraço contra ela, espalhando carícias pelos seus longos cabelos claros.
- Eu também vos amo, muito. Por isso é que vou fazer isto, meu amor. - sussurro para a minha namorada já adormecida - Eu não posso aceitar que alguém vos faça mal. Vocês são tudo para mim.
Movo a minha mão para o seu ventre e adormeço num piscar de olhos.
Desperto do meu sono assim que sinto um boliscão no meu braço. Abro os olhos para ver se tinha sido a Sofia, mas a mesma encontra-se completamente adormecida nos meus braços. Quando olho para o outro lado da cama, encontro a minha irmã com uma cara nada boa.
- Tu estás a gozar com a nossa cara, Jota? Num dia dizes que estás com a Filipa e vens dormir com a Sofia? - disse num tom de voz baixo.
