POV JOTA
Era de manhã cedo e eu encontrava-me a fazer a mala, uma vez que, esta semana o jogo iria ser fora.
- Tens tudo Jota? - a rapariga entra no quarto vestida apenas com um t-shirt minha dando-me a visão do paraíso.
- Tenho amor. - confirmo.
- Então vamos tomar o pequeno almoço porque frio não tem piada nenhuma. - sigo-a até à cozinha com os olhos postos no rabo da minha namorada.
Eu e a Sofia já não estamos juntos há algum tempo, mais precisamente duas semanas. E a verdade é que eu tenho imensas saudades de estar com ela. Sempre que estamos no momento alguma coisa acontece: ou a minha irmã chega a casa, ou é Guga e isso é muito frustrante.
- Tenho tantas saudades de estar contigo, Sofia. - confesso ao seu ouvido.
A minha namorada aperta-me mais contra si.
- Eu também tenho muitas saudades tuas. - confessa de volta.
- Quando eu vier vamos passar uma noite à casa que era da minha avó e ninguém nos vai interromper. - digo.
Ela sorri para mim e beija-me o peito coberto pelo casaco do meu clube.
- Vou ser toda tua. - responde.
Tomei o pequeno almoço com a minha miúda e depois a mesma foi trocar de roupa para me levar ao Seixal. A Sofia estaciona o carro e olha para mim com a mesma cara de sempre. A cara de quem não quer que eu vá embora.
- É só hoje amor, amanhã à tarde já volto para ti. - puxo-a para mim.
- Eu acabo por me habituar. - ela riu-se levemente - Quando chegares liga-me.
Sorrio-lhe.
- Está bem. - beijo-a lentamente - Amo-te muito.
- Também te amo. - diz e beija-me mais uma vez.
Pego na minha mala e saio do carro acenando enquanto a minha namorada conduz de volta a casa.
Caminho em direção aos balneários e sento-me com a minha equipa. Não fico admirado ao ver que a Filipa nos vai acompanhar pois ela está a estagiar no clube. Quer dizer ela é a massagista dos juniores, mas arranja sempre forma de vir com a equipa B.
Já no autocarro e sentado ao lado do Guga desbloqueio o telemóvel e sorrio ao ver a Sofia na minha tela de fundo. Coloco os phones e vou ouvindo música esperando que o tempo passe rápido.
Quase quatro horas depois chegamos ao nosso destino: Porto. É uma cidade muito bonita e eu começo a pensar na ideia de vir passar uns dias aqui com a Sofia.
- Nós vamos dar um passeio, queres vir? - pergunta o meu amigo.
Abano a cabeça em forma de negação.
- Não me apetece, vão vocês. - digo.
O loiro assente e sai do quarto deixando-me sozinho. Ouço alguém a bater à porta e contrariado vou abrir. Do outro lado encontra-se a Filipa.
