POV SOFIA
Depois de falar com o meu namorado entro de volta no restaurante. Faço um esforço enorme para não me rir perante a cara da Maria enquanto a Margarida comenta alguma coisa com ela.
- Era o meu irmão? - perguntou assim que me sentei.
- Era. - confirmo - Eles chegam às 17.
A Maria preparava-se para falar quando subitamente é interrompida pela nossa mais recente companhia.
- Tu namoras com o Jota, não namoras? - pergunta-me.
Observo a minha cunhada a revirar os olhos e rio-me internamente.
- Sim, namoro. - respondo com um pouco constrangida.
- E vão viver juntos. - acrescenta a Maria com um sorriso irónico no rosto.
Quando ouve o que a irmã do meu namorado diz a rapariga solta um riso sarcástico o que me faz olhar confusa para ela.
- Sabes eu nunca pensei que o Jota se prendesse assim tão rápido a alguém. - comenta.
- Como assim? - pergunto ainda confusa.
A rapariga bebe um pouco da sua bebida e volta a pousar o copo.
- Eu e ele fomos amigos especiais durante um tempo. - engulo em seco perante a resposta dela - Por mais que eu tentasse ele nunca tirou a Filipa da cabeça. Foi esse o motivo maior para que nós acabessemos aquilo que tínhamos. Para além de que eu estava farta de ser usada.
- A vida do Jota antes de estarmos juntos não me diz respeito. - tento terminar o assunto.
- Não me interpretes mal Sofia. No fundo eu só te quero avisar, porque não és a primeira rapariga que se apaixona por ele e ele usa-as enquanto pode. No fim, descarta-as como se os sentimentos das pessoas não valessem nada.
Ajeito-me na cadeira desconfortável por estar a ouvir isto de uma ex-amiga colorida dele.
- Eu tenho a certeza que ele gosta de mim como eu gosto dele. Aliás a nossa vida só a nós nos diz respeito. - falo séria e com uma voz firme - Constantemente ele dá-me provas que gosta verdadeiramente de mim. Obrigada pelo conselho Margarida, mas se eu sair magoada eu é que lidarei com isso e não tu. - levanto-me da cadeira e pego na minha mala - Com licença, tem um resto de um ótimo almoço.
Virei costas e segui até ao balcão com intenção de pagar. Sinto uma mão nas minhas costas e não me surpreendo ao ouvir a voz da Maria.
- Eu não sei do que ela está a falar. Eu nem sabia que ela se tinha envolvido com ele. Eu juro. - diz sincera.
- Não te preocupes amiga. - tentei tranquilizá-la.
Ambas pagamos o nosso almoço e saímos pelo restaurante. Como ainda faltava algum tempo até a hora de comer passar fomos até um pequeno parque lá existente.
- Não dês ouvidos ao que ela te disse. - começou a rapariga ao meu lado - Tu sabes muito bem que o Jota era capaz de fazer qualquer coisa por ti. Porquê que achas que ele quer ir viver contigo? - questiona retóricamente - Porque te quer só para ele e porque quer iniciar uma vida ao teu lado. O meu irmão jamais daria um passo destes se não gostasse verdadeiramente de ti.
